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Análise: Ys – Memories of Celceta (Vita)

Este JRPG lançado em finais do mês passado na portátil da Sony é um remake completo da quarta aventura de Adol Christin com novas personagens, nova narrativa e uma jogabilidade empolgante. Será o suficiente para dar uma lufada de ar fresco à saga Ys?

Adol Christin, a personagem principal de Ys: Memories of Celceta, é um protagonista silencioso e amnésico, como outros tantos no mundo dos videojogos. A enorme vontade do espadachim ruivo em explorar o mundo, leva-o a entrar na misteriosa floresta de Celceta, uma zona nunca antes explorada e que o Império Romun anseia por desbravar. No entanto, durante a sua aventura, algo acontece e Adol perde todas as memórias do seu passado. Quando o protagonista regressa à civilização, é Duren quem o apoia e ambos são enviados de volta à floresta de Celceta para a explorarem na sua totalidade a troco de dinheiro. Pelo meio desenvolve-se uma crise em larga escala e Adol Christin é apanhado mesmo no epicentro da confusão.

Memories of Celceta, apesar de aborrecido a início enquanto a narrativa arranca, começa a ganhar pedalada a partir do momento em que entramos na floresta de Celceta. Também é a partir desse momento que começamos a perceber quem de facto é Adol Christin já que, por toda a floresta, se encontram várias orbs que contém em si as memórias perdidas do protagonista. Com a sua descoberta, temos acesso a cenas que nos explicam alguns pormenores essenciais da narrativa. Para além destes pormenores, as orbs aumentam ainda as capacidades de Adol.

Capacidades essas que nos ajudam a cumprir a missão inicial do jogo: cartografar o mapa da inexplorada floresta de Celceta. Esta missão traz uma componente bem viciante e que nos faz voltar ao jogo vezes sem conta, só para completar a cartografia do gigantesco mapa. Tudo fica mais interessante quando podemos completar este objectivo abusando daquilo que este Ys faz de melhor: a rápida e inteligente mecânica de combate, onde vagas de inimigos explodem debaixo de montanhas de loot (saque).

Este JRPG está para os orientais como Diablo III está para os ocidentais. Há momentos na vida de um jogador, seja ele de que nacionalidade for, onde faz falta uma festa de loot em que devastamos vagas e mais vagas de inimigos. Ambos os jogos suprimem essa lacuna impecavelmente, conforme os gostos de cada um. Ys é um RPG de acção no seu âmago, onde podemos soltar rápidas combinações de ataques, defender ou desviarmo-nos de ataques inimigos enquanto usufruímos das diferentes capacidades de cada uma das personagens da nossa equipa.

Ao nosso dispor, podemos ter até três membros na equipa e podemos alternar entre cada um deles com o pressionar de um único botão. O potencial destas três personagens esconde-se por detrás do tipo de arma que usam e que é forte contra tipos específicos de inimigos. Se conseguirmos defender ou esquivar com uma temporização perfeita conseguimos activar as mecânicas Flash Guard ou Flash Dodge. A primeira activa uma redução no dano que sofremos e aumenta a taxa de ataques críticos que infligimos, enquanto que a segunda activa um hiato temporal onde só as nossas personagens se deslocam à velocidade normal.

Tendo em conta que estavam a produzir um RPG para uma portátil, o pessoal da Falcom decidiu inserir a hipótese de podermos gravar o progresso praticamente em qualquer altura. Um ponto muito positivo se tivermos em conta o que acontece, por exemplo, noutro título desta plataforma: Persona 4 Golden. Várias são as vezes em que chego atrasado ao trabalho porque não quis desligar a consola antes de encontrar um ponto onde pudesse gravar. Com este Ys, isso nunca acontecerá.

Apesar de bem concretizado a nível de jogabilidade e embora as cores vibrantes dos cenários e das personagens ganhem força no ecrã OLED da PS Vita (primeira geração),  é arrastado para baixo pelos gráficos. Sendo este um jogo para a portátil da Sony que consegue grafismos brilhantes como vimos em Killzone: Mercenary, os gráficos apresentados neste título são, estranhamente, fracos com uma espécie de nevoeiro sempre presente que impede a definição dos modelos em 3D. Felizmente e graças à velocidade da acção de jogo, conseguimos saltar por cima disto.

A nível de áudio, a banda sonora acompanha a velocidade do combate com excelentes faixas a fazer lembrar as melhores bandas sonoras dos jogos japoneses dos anos 90. Ainda assim, é de lamentar a falta, cá para estas bandas, das vozes originais da versão japonesa. Um jogo funciona melhor se o pudermos desfrutar na língua original na qual foi produzido.

Veredicto

A velocidade da acção contrasta com a fraca história e gráficos deste Ys: Memories of Celceta. Ainda assim, esta é uma experiência com muito para explorar e um dos melhores role playing games na PS Vita. Partir à descoberta, enquanto despachamos vagas de inimigos sabe tão bem que Ys: Memories of Celceta chega a rivalizar, nesse aspecto, com a clássica saga da Blizzard, Diablo. Esta é uma excelente adição à saga Ys e que promete muito para o que aí poderá vir, nos próximos tempos, dos estúdios da Falcom.

  • ProdutoraNihon Falcom Corporation
  • EditoraNIS America
  • Lançamento21 de Fevereiro 2014
  • PlataformasVita
  • GéneroAcção, Role Playing Game
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Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Princípio aborrecido
  • Gráficos
  • Sem as vozes originais em japonês

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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