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Análise: Killzone: Mercenary

Se há jogos que definem o que de melhor podem trazer as plataformas Playstation, são os jogos da série Killzone. E para a consola portátil Playstation Vita, o recém-chegado Killzone: Mercenary não é excepção. Aliás, arriscaria dizer que este jogo de acção na primeira pessoa será o melhor de sempre para a consola portátil da Sony em vários níveis. Querem saber porquê?

A guerra é mesmo assim. Os melhores soldados nos tempos modernos estão apenas a soldo da melhor oferta. Chamam-se vários nomes a este tipo de combatentes, como por exemplo Operators ou PMC (Private Military Combatant), tudo para fugir à palavra-tabu que é “Mercenário”. Os mercenários fazem o trabalho sujo, o tal que mais ninguém quer fazer. E em tempos de crise, pagam-se fortunas por esse tipo de labor. E o universo de Killzone não é excepção. Logo após os eventos do primeiro jogo Killzone (PS2), a ISA está a braços com uma nova ameaça por parte dos Helghast. Com muitas frentes de batalha, a ISA encontra-se desfalcada e é obrigada a contratar soldados especialistas mercenários. É aí que entramos em jogo. Na pessoa de Arran Danner vamos resolver alguns problemas para a ISA enquanto ajudamos no esforço de guerra. Numa missão à capital de Helghan, Pyrrhus, para resgatar a família de um embaixador, porém, Danner descobre que afinal há princípios mais elevados que o dinheiro. E na sua verdadeira faceta de mercenário pode ter de quebrar contratos. Afinal, na guerra não há, de facto, o lado bom e o lado mau… há só o lado mais vantajoso que paga melhor…

No que diz respeito ao desenvolvimento do jogo, havia alguma apreensão que este não estivesse à altura da restante série de sucesso por dois motivos: corria na plataforma portátil PS Vita e não era a equipa original a produzir o jogo. Mas a Guerrilla Cambridge (anteriormente SCE Cambridge, responsável apenas por pequenos jogos e ports) respondeu à altura pegando no motor gráfico de Killzone 3 e convertendo-o para a pequena-grande PS Vita. O resultado foi o que considero um dos melhores jogos a nível gráfico para PS Vita desde o seu lançamento.

Comecemos pelo que salta à vista logo no arranque. O uso do pequeno monitor OLED da PS Vita é muito bom. À partida, os menus tiveram imenso trabalho de detalhe, sobretudo nos briefings de cada contrato em que se apresentam gráficos com vídeo incorporado. É genial ver os esquemas dos edifícios e naves onde decorrem as missões e onde são mostrados os nossos objectivos e percursos. Mas assim que chegamos à acção, ficamos logo atordoados com a intensidade gráfica deste jogo. Usando o já mencionado motor gráfico de Killzone 3, a qualidade de texturas, animações e efeitos é qualquer coisa de genial. Esquecemos que estamos numa consola portátil. A iluminação volumétrica, o cuidado com pequenos pormenores, cenários gigantescos e até mesmo as balas que se cruzam pela nossa cabeça são uma experiência inédita na PS Vita, só ao alcance da Playstation 3 até agora. Toda a arte do jogo é soberba. Esperem até fazerem uma missão em que saltam em queda livre para um edifício em Vekta ou noutra em que navegam entre edifícios em Pyrrhus e verão o que eu digo.

No que diz respeito à jogabilidade, convenhamos que este é também o primeiro FPS (First Person Shooter – Jogo de Acção na Primeira Pessoa) a sério para a PS Vita. Sim, já tínhamos uma boa tentativa com Resistance: Burning Skies, mas Killzone: Mercenary é, sem dúvida, a derradeira definição do shooter para esta consola portátil.

O modo Campanha leva-nos a assumir a carreira de um mercenário. Cada missão consiste em lutar ao lado de uma das forças para sabotar equipamento, salvar alguém ou simplesmente destruir um objectivo. Além das missões que combatemos pela ISA ou pelos Helghast, chamados contratos, podemos acumular pontos e dinheiro por executar missões paralelas dentro dos contratos. Há varias missões para explorar como por exemplo missões de precisão em que temos de assassinar um número de adversários de um grupo específico com tiros na cabeça ou uma arma específica ou até fazer a missão num tempo limite. Pelo meio há “Intel” para recolher, algo que se pode obter por descodificar computadores ou interrogando um oficial adversário… com uma faca e persuasão muscular…

Não só temos acesso às mesmas armas e mesma lógica de combate que tanto gostamos da série Killzone, como ainda nos são apresentadas novas interacções só possível na consola PS Vita. Aproveitando a tecnologia da Vita temos alguma interacção com os touchpads, como usando o ecrã frontal em puzzles para os tais desbloqueios de computadores ou portas como no caso de fazer zoom numa mira sniper usando o touchpad traseiro. Mas poderoso mesmo é assassinar silenciosamente um adversário com uma faca, deslizando o dedo no sentido da animação. Toda a interacção é intuitiva e relativamente simples. Mas no que diz respeito à acção, continuamos a usar os bumpers para alvejar e disparar as armas, mas jeitosamente algumas funções como trocar de arma, estão no ecrã touch também.

Infelizmente nem tudo é perfeito. Devido à ausência de algumas teclas na Vita em comparação com o Dual Shock, somos obrigados a usar a mesma tecla para agachar e correr. A tecla do círculo pressionada uma vez em andamento serve para fazer um sprint, pressionada quando parado serve para agachar e ao pé de paredes ou objectos para activar o modo cobertura. Amigos, isto não funciona como deve ser. Até porque os adversários nos flanqueiam com frequência e temos de comutar rapidamente da cobertura para a corrida para fugir. E digo-vos, há momentos extremamente difíceis com uma avalanche de adversários que vão desde o simples soldados a bestas de fatos blindados. Tudo isto cria momentos frustrantes. Mas, podem sempre jogar no modo “Easy”. Só que aqui no WASD não gostamos disso… há que sofrer!

Dificuldades à parte, cada capítulo é uma inteira missão. Para as cumprir, sejam missões de sabotagem em que o tiro furtivo é essencial, seja em missões de destruição de objectivos em que vale a pena termos armamento a condizer, as armas de Killzone estão de volta mas desta vez com um pequeno “twist”. Não só as armas são inteiramente comutáveis recorrendo a pequenos quiosques de venda de armas de Blackjack (não podem apanhar armas dos adversários caídos), obrigando a juntar dinheiro por missão e por cada objectivo conquistado, como terão uma série de armas novas chamadas Van-Guard que mais não são que pequenos robots que podem temporariamente ajudar com mísseis ou outro tipo de armamento específico. Estes quiosques estão espalhados pelos mapas e são muito frequentes. Isto porque cada missão tem as suas características e pode ser preciso mudar de tipo de arma com alguma frequência.

E embora em todos os jogos FPS haja uma sensação de repetição, saibam que mesmo com o mesmo tipo de continuidade de enredo e lógica, acabamos por enfrentar inimigos diferentes com características diferentes, obrigando a adaptações de estilos de jogo e até de equipamento usado. Não vale muito a pena irem de pistoleca contra um inimigo em fato blindado…

Horas depois das missões da Campanha, está na hora de nos ligarmos online. Antes de mais, é preciso assinalar que Killzone: Mercenary possui ligações online constantes (que podem ser desligadas), de modo a irmos actualizarmos o nosso progresso e perfil em Killzone.com. Isso permite galardoar a personagem com cartas de jogo (Valour Cards) e, bem… puxar galões à malta.

Mas é no modo Multi-jogador que o valor do mercenário é realmente testado. Entre missões privadas ou públicas, podemos criar ou juntar-nos a um de três modos de jogo para oito jogadores online: Mercenary Warfare, Guerrilla Warfare e Warzone em seis mapas extraídos do modo campanha.

Em Mercenary Warfare é cada um por si. Em 10 minutos terão de matar o mais possível para ter a melhor fonte de rendimento financeiro e só um jogador ganha. Em Guerrilla Warfare é um jogo com duas equipas como um Team Deathmatch a primeira equipa a atingir 40 mortes ganha o jogo. Por fim, Warzone é um modo extraído da série original em que há várias rondas de objectivos rotativos, desde proteger pontos no mapa, conquistar bases, até assassinar um jogador específico. Será, sem dúvida, um dos modos multi-jogador mais jogados em toda a série.

Veredicto

Por tudo o que leram acima, para mim, Killzone: Mercenary é um dos melhores jogos da série que lhe dá nome, seguramente o melhor jogo de acção na primeira pessoa em consolas portáteis e reafirmo o que já disse: O melhor jogo, até agora, para a PS Vita. Tenho pena que algumas limitações de botões na Vita não o façam perfeito. Mas, honestamente, as pequenas falhas não desconsideram o excelente trabalho da Guerrilla Cambridge. E este, vou jogar até ficar sem polegares…

  • ProdutoraGuerrilla Cambridge
  • EditoraSony Computer Entertainment
  • Lançamento4 de Setembro 2013
  • PlataformasVita
  • GéneroFPS
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Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • As opções "cover" e "run" nem sempre funcionam bem
  • Alguma dificuldade exagerada

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

Comentários