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Análise – WRC Generations

WRC Generations marca o culminar de sete anos de trabalho da francesa Kylotonn Games com a licença oficial de rally. Uma despedida que esperamos que seja em grande estilo.

Conforme já deverão saber, a licença será assumida pela Codemasters a partir do próximo ano. Assim, este será o último título de rally da produtora Francesa, chegando ao mercado enquanto a fase final do Campeonato Mundial de Ralis está a decorrer no Japão. Esta é uma época que reservou algumas inovações importantes, sobretudo na introdução de motores híbridos na categoria máxima, a homónima WRC. Inovações que obrigaram a produção a demorar mais tempo no desenvolvimento do jogo. Contudo, como irão constatar nesta análise, como jogo de despedida WRC Generations é conservador, como uma soma dos últimos seis capítulos, muito linear e moderada em quase todos os aspectos.

Depois do tutorial que introduz as mecânicas básicas de condução, incluindo a estreia dos motores híbridos, WRC Generations leva-nos directamente para a carreira que nos coloca imediatamente numa nova temporada da lendária competição. Ao início, participamos num circuito “Junior” ou WRC2, uma vez que os patrocinadores só nos permitirão participar na categoria máxima, depois de termos atestado as nossas competências. Podemos seguir a carreira numa equipa existente, ou criar uma a partir do zero, dependendo do quanto queremos abraçar o elemento de gestão.

Sem surpresas, os modos de jogo são os já habituais, entre o modo Career, os Challenges e, claro, o modo multi-jogador competitivo. Como novidades reais desta edição, temos o novo traçado do Rali da Suécia, que eleva a extensão de todas as pistas para uns impressionantes 750 km de troços variados. E é tudo a nível de novidades no conteúdo, nada de particularmente destacável. Ao longo dos anos a série tem-se sido definido como um conjunto bastante completo e gratificante de actividades, apesar de ser uma oferta simples e não muito variado. WRC Generations é como um “carimbo” de confirmação deste conteúdo.

O modo multi-jogador, porém, é que é a verdadeira mexida profunda. Está muito mais amplo, fruto da “herança” trazida pela popularidade dos eSports. A frente competitiva está dividida em ligas, desde principiantes a lendas, para permitir a todos os jogadores enfrentarem adversários com o mesmo nível de habilidade. Ao triunfar em cada prova, subimos na classificação. No final de cada semana que compõe uma temporada, é realizada uma fase de sincronização, na qual são feitas trocas de categorias, reequilibrando efectivamente todas as ligas, fazendo com que os merecedores subam na classificação.

Além disto, há eventos de qualificação, que podem ser semanais ou diários e que oferecem uma actividade diferente praticamente sempre que entram no jogo. Todos podem participar nestes eventos e podem fazê-lo tanto individualmente como em equipa, embora neste último caso todas as dinâmicas de participação e competição sejam geridas individualmente. No final, os resultados de todos os participantes da equipa são somados para uma classificação geral da equipa.

Também não devem esperar uma grande revolução ao nível da condução. Tecnicamente, WRC é uma ligeira evolução do seu antecessor, mantendo o seu agradável equilíbrio entre simulação e arcade, sem necessitar de alguma experiência em particular para o dominar. Quanto a mim, funciona bem, tanto com um volante como com um comando. Em pouco tempo, é possível familiarizar-se com o controlo do carro, a eficácia dos pneus duros ou macios ou a afinação da suspensão. Reparei especialmente numa melhoria na gestão de colisões fora da “pista” com muito poucos erros no corte das curvas e nas colisões entre o carro e o ambiente.

A novidade do sistema de jogo reside na física dos três tipos de carros híbridos: Ford Puma Rally1, Hyundai i20 N Rally1 e Toyota GR Yaris Rally1 que apresentam um motor híbrido adicional que proporciona um impulso eléctrico. A bateria recarrega-se sob travagem e a potência acumulada é depois libertada durante a aceleração. Há três modos de intervenção, entre um arranque máximo, desde um modo com potência máxima mas de curta duração ou um com a entrega mais suave mas prolongada. O rendimento no jogo é bem acondicionado, diferenciando-se dos motores convencionais. Se trazem algo de novo à dinâmica da condução, fica a dúvida.

O motor gráfico “comprovado” desta série, aprimorado ao longo de tantas edições, também traz consigo todos os pontos fortes e fracos das edições passadas. Não há melhorias visuais notáveis em relação aos capítulos anteriores. Aliás, diria mesmo que a produção mantém os padrões da PS4 e Xbox One. Sinceramente, não esperava que a produção se esmerasse para trazer algo visualmente impactante para o seu último jogo na série. Senti  que é um “cumprimento de calendário”, sem rodeios, especialmente porque joguei na PS5 e senti que o hardware podia ser muito melhor aproveitado.

O áudio é também sintoma disso mesmo. Ironicamente, as altas frequências dos circuitos eléctricos dos novos motores são incrivelmente desagradáveis de ouvir. Por consequência, o som dos motores em jogo é um compromisso a ser aceite, em vez de uma experiência agradável. Considerando que o áudio destes automóveis nunca foi propriamente “uma melodia”, nesta série foi também umas das principais queixas, desde sempre. Estes motores híbridos não vieram melhorar a situação.

Veredicto

Este é o resultado obtido da experiência da KT Racing ao longo dos último seis títulos. Não há nada de realmente memorável, com poucas novidades de assinalar, como um novo traçado de pista e a introdução de carros híbridos WRC. Esta é, tanto a força, como a fraqueza do jogo. WRC Generations é um título maturado por várias edições anteriores, livre das imperfeições dos primeiros título. No entanto, é graficamente datado e pouco inovador. Como despedida, é só cumpridor, não surpreendendo em nenhum sector. E para a posteridade, estou certo, viverá apenas o seu robusto modo online… até vir o próximo título.

  • ProdutoraKylotonn
  • EditoraNacon
  • Lançamento3 de Novembro 2022
  • PlataformasPC, PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series X|S
  • Género
?
Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Poucas novidades de conteúdo
  • Graficamente datado
  • Áudio

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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