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Análise – Hasbro Games Night

Hasbro Game Night é um compilação de jogos tradicionais para a Nintendo Switch. Jogos, esses, que normalmente são sinónimo de noitadas com amigos, sentados à volta da mesa até “altas horas”. Agora, surgem em formato digital, o que desvirtua o seu propósito.

A Ubisoft continua a sua forte aposta na Switch. Depois de nos colocar a fazer exercício em Sports Party e Just Dance 2019 é a vez de juntar a família com três jogos de tabuleiro adaptados para a consola da Big-N com uma visão moderna de Monopoly, Risk e Trivial Pursuit. Não é inédito que jogos de tabuleiro sejam repensados no meio digital. Contudo, a pergunta é sempre a mesma: Será que têm o mesmo interesse se não forem jogados como os originais? Há validade em trocarmos os célebres cartões de perguntas ou notas de monopólio por botões de uma consola? É o que vamos ver.

Apesar de Monopoly já ter sido convertido várias vezes para formato “virtual”, esta é a minha primeira experiência em videojogo. Além do tabuleiro tradicional, que nos tem vindo a acompanhar desde 1935, há a possibilidade de jogar num tabuleiro totalmente em 3D, cheio de vida, com arranha-céus, pessoas e carros a deslocarem-se de um lado para o outro. Tendo em conta que é um jogo da Ubisoft, os tresloucados Rabbids também estão presentes com um tabuleiro dedicado a eles. Os mais criativos podem ainda personalizar um tabuleiro ao seu gosto, com os nomes de rua que conseguirem imaginar.

Assim que escolherem o tabuleiro com que desejam jogar, devem escolher a regras que desejam seguir. Podem seguir as regras clássicas ou pelo “Speed Die“, que adiciona um terceiro dado ao jogo. Caso este terceiro dado pare em cima do Mr. Monopoly presente no tabuleiro, podemos avançar para a nossa próxima propriedade depois do nosso turno habitual. É só uma regra nova, que me parece daquelas “regras” caseiras que inventamos lá em casa para manter o jogo interessante.

Ao todo podem jogar até seis jogadores, escolhendo um dos lendários ícones que mais parecem um brinde de bolo-rei (ou será ao contrário?). Todas as tradicionais peças de Monopoly estão presentes, com a adição de um Raving Rabbid. Cada uma delas tem a sua animação. O cão, por exemplo, caminha pelo tabuleiro, a abanar a sua cauda alegremente. Aliado ao tabuleiro 3D estilizado e animado, é uma animação interessante e que dá uma vida única a este jogo tão clássico.

No início de cada partida, cada jogador lança os seus dados, carregando no botão X, para determinar a ordem de cada jogador. Gostei particularmente da possibilidade de poder usar um só comando e ir passando o mesmo por cada jogador, evitando ter de usar mais que um comando para múltiplos jogadores. Se forem mais solitários ou faltarem jogadores na partida, a inteligência artificial pode juntar-se e preencher todos os lugares, tendo quatro níveis de dificuldade para nos desafiar.

Quando finalmente chegar a vossa vez de jogar, poderão lançar os dados, fazer trocas, gerir propriedades ou declarar insolvência. O costume, portanto, menos as notas e cartões avulsos espalhados pela mesa. O menu de trocas permite também negociar as vossas propriedades por dinheiro ou bens imóveis. Se tiverem uma grande dívida, por exemplo, podem declarar insolvência e todos os vossos bens serão transferidos para a pessoa a quem deviam o dinheiro. Tal como no jogo tradicional, a partida acaba quando apenas um jogador persiste com o… monopólio…

Tal como o jogo de tabuleiro tradicional, as partidas são algo morosas e o arranque é sempre mais lento até que os jogadores criem monopólios. Assim, jogar isto a solo contra a IA do jogo é um pouco aborrecido, perdendo-se o elemento da interacção com os jogadores. Contudo, em grupo parece-me estar intacto na sua validade. Em termos de passada de jogo, algumas animações podem ser passadas à frente, a bem da velocidade das jogadas. Mas, outras acções não podem ser saltadas. Felizmente, como se trata de um videojogo, é mais fácil de parar e resumir quando for necessário.

O Risk é um daqueles jogos fáceis de aprender… e difíceis de dominar. O principal objectivo é, como já devem saber, conquistar o mundo. Quantos mais territórios estiverem dominados, mais unidades teremos no início de cada ronda. Estas unidades são cruciais para dominar e defender os territórios que temos na nossa posse. Ao acumular mais terreno, aumenta também a probabilidade de ganharmos cartas especiais que podem dar-nos mais unidades ou, por exemplo, um cessar-fogo que dá imenso jeito quando estamos em dificuldades. Tudo isto está presente neste título, com um visual cuidado e um interface bastante simples de navegar.

As regras usadas nesta reprodução, são as que foram implementadas em 2010 pela Hasbro. Temos a opção de mudar as regras de fortificação para adquirir territórios adjacentes como aliados, mesmo assim. O primeiro jogador a começar a corrida para o domínio global é definido aleatoriamente e cada um dos jogadores tem um turno de três fases. Começamos pela fase de distribuição de unidades em posições defensivas ou ofensivas. Depois, em combate, os dados são lançados para determinar quem ganha. E em caso de empate a vitória vai para o defensor. Nada muda, portanto.

Depois da batalha, vem a fase final que é a alocação. Aqui, podemos pegar em algumas unidades de um território e enviar para outro de forma a preparar para o turno seguinte. Quando é a vez da IA a jogar, é possível acelerar o seu turno, mas será sempre necessário aceitar a informação das suas vitórias ou derrotas. Quando os continentes estão dominados surge uma breve animação da batalha que adiciona um pequena dramatização, contudo não mostra os soldados propriamente, apenas veículos.

Para além do domínio global há outros modos que devem experimentar. Há um modo “Missões Secretas” e outro chamado “Capitais”. Aqui, é preciso um mínimo de três jogadores, que podem ser IA, humanos ou uma mistura do dois. A Inteligência Artificial pode ser equilibrada, defensiva ou agressiva, depende da vossa proficiência e quanto desafio esperam encontrar. Nas minhas sessões, optei pela equilibrada, uma vez que domínio global nunca foi bem o meu ponto forte.

Por fim, o terceiro jogo deste pacote é o inigualável Trivial Pursuit. Para quem viveu numa caverna nestas últimas décadas, recordo que este jogo já influenciou até concursos televisivos. Os jogadores respondem a várias perguntas para coleccionar fatias específicas de cada uma das categorias, até preencher completamente a sua peça, habilitando-se a uma pergunta final. Nesta recriação temos, ao todo, 1800 perguntas com categorias que variam entre arte, literatura, entretenimento, desporto, lazer, história, ciências e natureza. As fatias podem ser ganhas por qualquer uma destas categorias e podem também ser repetidas.

Um até quatro jogadores pode jogar uma partida de três a cinco rondas. E, tal como em Monopoly, é possível partilhar o comando entre todos os jogadores. Entre os três jogos presentes nesta compilação, Trivial Pursuit é o único que é adequado para todas as idades, tendo até uma categoria específica para crianças com 650 perguntas direccionadas aos mais pequenos. O que é excelente para jogarmos mesmo com toda a gente lá de casa.

Em termos de visual, este jogo abraça mesmo essa influência que tem nos concursos televisivos. Começando pelas personagens que cada jogador escolhe no início para o representar durante o jogo. Ao todo, são oito personagens criadas sobre os moldes que já estamos habituados nos jogos deste género. Podem escolher entre o nerd, o mauzão, a menina bem comportada…. enfim, acho que já perceberam a ideia. É só um avatar para distinguir-nos em cada partida.

Apesar de não fazer nenhum brilharete com o grafismo em si, o jogo cumpre bem o seu propósito. O mais interessante é que as funcionalidades da Switch foram bem aproveitadas. Para além da partilha de comando, que já mencionei, é possível jogar apenas com o touch da consola. Ou seja, é possível partilhar a consola entre todos os jogadores, respondendo às perguntas carregando directamente na resposta desejada. Esta é a forma mais directa de jogar, quanto a mim mais simples, ao invés de ter um botão específico para cada resposta, como acontece se jogarem com a consola na doca.

Veredicto

Quem gosta de Monopoly, Risk ou Trivial Pursuit, deve dar uma vista de olhos nesta compilação. Apesar de modificar a forma como estes jogos clássicos são jogados, o interface é simples de navegar e, na maior parte das vezes, a informação é bastante directa para nos levar ao que realmente interessa. O grafismo, mesmo não sendo fenomenal, serve bem o seu propósito, dando vida a estes jogos tradicionais numa visão mais moderna. A melhor parte é podermos parar e resumir os jogos sempre que precisarmos e não termos a preocupação de arrumar tudo no fim, com o risco de perder peças. Vale a pena lembrar que cada um destes jogos pode ser adquirido em separado na eShop por cerca de 20€ ou comprar esta compilação por 60€.

  • ProdutoraUbisoft / Hasbro
  • EditoraUbisoft
  • Lançamento30 de Novembro 2018
  • PlataformasSwitch
  • GéneroParty
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Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Não substitui os tabuleiros clássicos

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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