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Análise: The Crew – Wild Run

O jogo original teve resultados mistos. Na sua ambição, The Crew foi uma aposta arrojada da Ivory Tower e da Ubisoft de trazer um gigante MMO de condução. Como o conceito não estava bem definido, os gráficos não impressionavam e a condução não era das melhores, o jogo acabou por ficar aquém das expectativas. Durante a feira E3 deste ano, soubemos que a Ubisoft estava a preparar o regresso deste jogo com uma expansão e não só.
Será the The Crew – Wild Run suficiente para voltarmos a The Crew? 

Uma nota que não posso deixar de lado nesta expansão é que não está incluída no Passe de Época. Apesar do seu valor ter desconto para quem adquiriu o jogo original, o facto de alguns jogadores terem comprado o passe de época que deu acesso a alguns extras ao longo do ano e agora não terem direito a esta expansão, não é muito justo. No entanto, é preciso dizer que muitas das novidades gráficas e de jogabilidade que esta expansão traz surgem de forma gratuita, através de uma actualização para todos os jogadores. Apenas os veículos e provas são restritos ao pacote pago. Menos mal.

Então quais são as novidades desta revisita a The Crew? Temos de distinguir o que é a actualização gratuita para todos os jogadores e o que é exclusivo do pacote. Vamos começar por falar no que é comum a todos os jogadores, com ou sem a compra desta nova expansão Wild Run. Se bem se recordam, este jogo reproduz todos os Estados Unidos da América numa escala reduzida. Assim, dada a sua dimensão, desapontava a fraca qualidade gráfica de algumas zonas. E para um jogo de condução, esta era também inconsistente.

A actualização universal ao jogo é uma compilação de diversas melhorias que foram sendo implementadas e aprimoradas no jogo. Além da condução mais refinada e, quanto a mim, muito mais intuitiva e a par de outros jogos de condução de terceiros, a novidade mais evidente é o grafismo revisto. Este novo The Crew melhora substancialmente diversas texturas, animações e efeitos que, em conjunto com a condução melhorada, criam o jogo que talvez a Ivory Tower tencionava lançar originalmente. Muitos dos efeitos visuais estão a par de outros jogos do momento, até mesmo nas novas condições atmosféricas que adicionam ainda mais desafio, além de darem óptimo aspecto ao jogo. De notar que a produtora nunca deixou de actualizar o jogo com updates e muitas destas melhorias surgem do trabalho contínuo e feedback dos jogadores.

Mas se abrirem os cordões à bolsa, o pacote Wild Run adiciona ainda mais conteúdo a The Crew. Ao contrário dos demais DLC que foram entretanto lançados (maioritariamente pacotes de veículos e micro-transacções), esta expansão adiciona mais jogabilidade com quatro novas disciplinas e dezenas de novos eventos. É, de facto, uma expansão no seu pleno sentido, trazendo até novos tipos de jogabilidade. Continua a usar os veículos base adaptados e modelados às provas, tal como o jogo base, adicionando três novos tipos de transformações: Drag, Drift e Monster Truck. Mas a principal novidade são novos veículos de duas rodas: as motorizadas.

A condução em motas está extraordinariamente interessante. Já vimos outros jogos do momento darem uma nova vida às motas nos videojogos, como DriveClub Bikes ou MotoGP 15. Pois bem, as motas de The Crew não ficam nada atrás. Até mesmo a perspectiva do capacete com a visão do piloto está disponível e tem óptimo aspecto. Felizmente, as físicas melhoradas do jogo permitem que a experiência seja realmente fantástica. Não esperem uma grande simulação na condução, porém, sobretudo se pensarem que as transformações nas motas alteram bastante o seu comportamento base. E nota-se que o jogo não foi feito para estas motas, com os acidentes a não serem simulados em que, em caso de queda ou embate, fazem-nos aparecer mais atrás em fade. Enfim.

As novas provas de drifting, serão as menos interessantes do jogo. Não é bem só por questões de gosto pessoal (não sou fã de andar de lado num carro), mas porque, apesar das enormes melhorias na condução, as curvas em slide ou são dominadas com muita precisão, ou acabamos a derrapar sem dó e a embater nas paredes com o mesmo resultado do jogo original: completamente imobilizados. Se a equipa fez um bom trabalho geral a corrigir dinâmicas de condução, quando deliberadamente se alteram essas dinâmicas (como é o caso do drifting), as coisas pioram novamente.

Os Monster Trucks oferecem, se calhar, o modo mais divertido de jogo. Acelerar os motores poderoso destes veículos monstruosos e aproveitar as suas suspensões e pneus gigantes para saltos acrobáticos, não tem preço. Há arenas improvisadas para atravessar rampas e half-pipes e realizar os melhores saltos e piruetas. Tal como no jogo original estas acrobacias oferecem pontos extra, enquanto apanhamos dinheiro virtual para os nossos gastos.

Falta só falar dos Dragsters. Sim, já tínhamos drag racing no jogo original, mas esta é uma evolução desse género com uma transformação mais profunda do veículo. Os paraquedas e apoios traseiros na traseira do veículo não deixam enganar. Estes veículos são construídos para obterem a maior aceleração e velocidade de ponta possível. Se a emoção da velocidade até dá vontade de bater recordes, a interacção, que se limita a inserir mudanças na altura certa, quebra o ritmo e aborrece.

Tanto as motas como os automóveis podem agora competir em novas provas, algumas específicas para cada disciplina (e algumas exclusivas para motas). Mas é possível competir lado a lado com veículos diferentes, desde que acompanhem o andamento. Criar um Corvette Monster Truck é banal. Acompanhar um bando de dragsters numa mota, também. Claro que o realismo fica um pouco de fora nestes momentos, mas a diversão é garantida.

Gostei particularmente de que todos os veículos podem transitar entre disciplinas (embora nem todos possam competir e todas elas) e entre o modo de carreira e provas secundárias. Claro que não faz sentido usar uma mota para um takedown de um robusto carro todo-o-terreno, mas é possível fazer offroad com elas e bater automóveis no seu “quintal”. Também gostei de que o foco se mantenha nas equipas (as Crews). Claro que são o que dão o título ao jogo e este é assumidamente online. Fazer uma viagem de cidade para cidade com amigos, é muito mais divertido e ainda se podem ajudar nas provas de modo a garantirem lugar nas tabelas mundiais.

Notem que nenhuma das novas provas (incluindo o mega-evento The Summit) seguem o enredo principal da carreira. São inteiramente secundárias e fora da batida história de Alex Taylor. Acaba por aproveitar o que de melhor tem este jogo, o seu mundo aberto e a condução em vários pisos e tipos de veículo. O que, para mim, é uma boa aposta.

Só tenho de deixar uma pequena nota negativa em relação à adesão da comunidade. O forte deste jogo é o seu Online. A componente social de The Crew foi mesmo um ponto positivo na nossa análise original. Independentemente de continuar a haver muitos fiéis (que alegadamente até ajudaram na produção desta expansão), das melhorias desta actualização gratuita de Novembro e das novidades, é notória a diminuição de jogadores online. Se por um lado, esta nova cara pode atrair novos jogadores e fazer regressar os veteranos, também já pode vir um pouco tarde, quase um ano depois…

Veredicto

Há várias perguntas a fazer no final desta análise: Vale a pena voltar a The Crew se não gostei do original? Devo comprar esta expansão se já tinha o jogo? É esta a edição que devo comprar se não o conhecia? Sim a tudo. Mesmo que não comprem a expansão Wild Run, as actualizações gráficas e de condução que são gratuitas para todos, transformam o jogo para melhor, tanto a nível gráfico como na interacção. Se a comprarem, adicionam novas disciplinas e veículos que dão ainda mais diversão garantida. Se nunca jogaram The Crew, talvez influenciados pelas análises menos positivas do jogo original, pelo que leram acima fica claro que esta é a edição que devem adquirir. Até porque podem comprar a edição completa num preço promocional com The Crew, a expansão Wild Run e todos os DLCs lançados anteriormente.

  • ProdutoraIvory Tower
  • EditoraUbisoft
  • Lançamento17 de Novembro 2015
  • PlataformasPC, PS4, Xbox One
  • GéneroCondução
?
Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Não está incluído no passe de época
  • Drifting pode ser frustrante
  • Vem um pouco tarde

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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