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Análise: MotoGP 15

Não se pode dizer que a Milestone não tenha experiência nestas andanças do desporto motorizado. A par das competições automóveis que edita (Motocross, GT, Rallye, etc), também as motas de velocidade fazem parte do seu porfólio. MotoGP 15 é a mais recente versão da competição de duas rodas e contamos como é colocar o capacete e curvar deitado com o joelho no chão.

Desde 2013 que a produtora Italiana está a produzir esta série de jogos oficiais do Campeonato do Mundo de MotoGP, a prova principal das competições de Motociclismo. Esta versão de 2015 inclui todos os pilotos, motas (1000 cc) e equipas do MotoGP de 2014/2015 devidamente recriados. Mas também inclui as duas disciplinas de preparação, a Moto 2 (600 cc) e a Moto 3 (250 cc). Isto permite uma interessante progressão de carreira desde a Moto 3 até chegar ao topo de performance e patrocínios do Moto Grand Prix.

E é realmente o novo modo de carreira que mais me interessou neste jogo. Apesar de podermos fazer sessões de corrida dedicadas, jogar online contra outros jogadores em provas pré-definidas ou simplesmente realizar um único Grand Prix numa pista à escolha, fazer carreira desde as disciplinas mais básicas é uma aventura interessante, até porque os adversários, a dificuldade e a velocidade são progressivas, ajustando-se à nossa proficiência ao volante.

Neste modo, podemos evoluir a performance da mota, seja numa equipa criada por nós, ou numa das equipas oficiais que podemos ser contratados. Para isso, angariamos pacotes de dados de telemetria numa volta terminada ou em sessões de treinos. Depois gastamos esses dados em actualizações ou melhoramentos na mota. Também a progressão de carreira dá pontos e dinheiro virtual para adquirirmos novas motas ou até novos fatos e capacetes.

E não se admirem que seja difícil pilotar uma mota de competição, sobretudo se estão mais habituados aos automóveis. Além de terem de jogar com a inclinação da mota em curva, terão de equacionar quando é o momento mais oportuno de encolher os cotovelos e baixar a cabeça para tornar o corpo aerodinâmico em velocidade, sem perder o timing para levantar o corpo e travar antes de uma curva. Também é preciso escolher o travão dianteiro ou traseiro ao abordar as ditas curvas, sob pena de perdermos tracção e cairmos. É ainda possível escolher o tipo de inclinação que fazemos com o corpo, assumindo uma postura mais ofensiva ou defensiva dessa inclinação nas curvas.

Se tudo isto vos parecer demasiado complexo, é normal. A Milestone pensou nos principiantes e permite activar uma série de ajudas à tracção, travagem e abordagem de curvas, além da tradicional marcação da trajectória ideal. Se começar a parecer demasiado fácil, experimentem desligar o controlo de tracção e estou certo que vão “adorar” roçar no alcatrão como eu “adorei”.

Ao fim de algumas horas a treinar (e a cair), até acabei por gostar de MotoGP 15. Apesar de ser um confesso amante dos automóveis, o fascínio das duas rodas nunca se perdeu realmente. A parte da mecânica da mota, que é algo básica mas permite alguns ajustes, ainda me é estranha e deixo ao critério do mecânico de serviço. De resto, a lógica das motas em comparação com os automóveis, por exemplo na abordagem de curvas e os seus àpices, é relativamente semelhante. A diferença é que no carro não caímos desamparadamente, nem podemos ultrapassar e ser ultrapassados diversas vezes na mesma curva.

E o que dizer da parte técnica do jogo? Bom, tirando algumas animações algo toscas dos pilotos, sobretudo em cenas intermédias e no pódio, graficamente, o jogo está bem conseguido. De notar que quem jogou o anterior MotoGP 14, não vai notar nenhuma diferença a nível de qualidade de texturas ou efeitos. A Milestone é conhecida por reciclar os motores gráficos de ano para ano, oferecendo pouca novidade entre versões. Nada de novo aqui, embora não seja agradável.

Também não tem aquele ambiente realista que encontramos nos jogos de desportos motorizados modernos, mesmo cumprindo o objectivo de ser um dos jogos de motociclismo de velocidade mais próximos da realidade. Seria bom que houvesse alguma evolução em termos da experiência do piloto, a envolvência de uma prova proficional motorizada, o ambiente e as decisões e escolhas a fazer. O modo de carreira é um começo, mas não chega para transmitir o ambiente do mundo da competição e do desporto em si como outras séries conseguem.

Tenho de mencionar que há alguns problemas que mereciam uns ajustes desde o ano passado, como os efeitos de chuva exagerados ou as sombras “destacarem-se” das motas dos adversários à distância, pelo menos na versão analisada na PlayStation 4. Há também muitas esperas com demasiados “loading screens”. Nada de significativamente mau, no entanto, para afectar a jogabilidade em pista

As físicas recicladas do jogo cumprem o objectivo. Se saírem com a traseira a derrapar de uma curva, o piloto é projectado para o chão. As motas possuem “peso”, especialmente a curvar em velocidade. Os impactos sentem-se e obrigam a corrigir. Os danos das motas afectam a condução, sobretudo ao nível da aerodinâmica e suspensão. É o que queremos ver, não há real melhoria possível. Talvez só nas tais animações e na fluidez das mesmas.

De assinalar que todas as pistas do Campeonato oficial estão uma vez mais reproduzidas com fidelidade. Desde o circuito emblemático de Le Mans, até ao veloz circuito improvisado de Indianápolis, passando pelo circuito nocturno de Dohan no Qatar ou os desafiantes circuitos de Mugello ou Motegi. Cada pista possui as curvas, rectas e elevações reais que se tornam ainda mais complexas quando chove.

Veredicto

Com um grafismo cumpridor, físicas dentro do expectável e com um modo de carreira viciante, MotoGP 15 é o jogo obrigatório para os amantes do motociclismo de velocidade. Apesar de ser o mesmo jogo do ano passado, o modo de carreira adiciona alguma emoção ao jogo. Podemos progredir desde o Moto 3 até à prova principal e experimentar a emoção de vencer os Campeões do Mundo com a nossa própria equipa personalizada. Tudo isto com os circuitos devidamente licenciados, campeonatos com calendário real, além de equipas e pilotos do corrente ano reproduzidos. É o que esperavam? Então sigam para a linha de partida!

  • ProdutoraMilestone
  • EditoraBandai Namco
  • Lançamento24 de Junho 2015
  • PlataformasPC, PS3, PS4, Xbox 360, Xbox One
  • GéneroCondução
?
Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Alguns erros gráficos
  • Mesmo visual de 2014
  • Falta-lhe a "alma" dos jogos de corrida modernos

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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