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Análise: Broken Age – Act 1 (PC)

O jogo que ajudou o Kickstarter a estabelecer-se como uma alternativa viável para o financiamento de videojogos está quase disponível para o público em geral. Depois de Grim Fandango, Full Throttle e Brutal Legend, será este o novo clássico de Tim Schafer?

Em 2012, o ex-criativo da Lucas Arts, Tim Schafer, pegou na plataforma de crowfunding Kickstarter e pediu aos fãs o seu apoio, na forma de quatrocentos mil dólares, para conseguir lançar Broken Age. A resposta da comunidade gamer foi impressionante e o jogo não só alcançou a meta a que se tinha proposto como a suplantou. No final, o financiamento ultrapassou os três milhões de dólares.

Já disponível desde meados de Janeiro para quem financiou o projecto, Broken Age chega ao público em geral no dia 28 de Janeiro, via Steam, e conta a história de dois miúdos em duas histórias diferentes que, inevitavelmente, encontrarão uma correlação. Shay vive numa nave espacial, sob a protecção de um computador que assume características claras de uma mãe-galinha. Constantemente entretido com aventuras simuladas e brinquedos construídos para evitar ao máximo que Shay seja colocado em perigo, o pobre rapaz anseia por algo real e diferente para além das paredes da nave.

A outra personagem é Vella que vive num meio rural e que é levada a assumir um papel determinante na defesa da sua aldeia. Contudo, a única solução passa por se oferecer em sacrifício a um enorme monstro, Mog Chothra, a quem os aldeões habitualmente sacrificam raparigas. Os jogadores são livres de escolher qual a aventura pela qual querem começar Broken Age, a de Shay ou a de Vella. Não obstante, a qualquer momento podemos passar para a outra personagem. Esta alternância é viável a qualquer momento no jogo e dá um dinamismo interessante à narrativa, embora ambas as histórias sejam cativantes o suficiente para as levarmos a cabo sem nos lembrarmos que esta opção existe.

Os mundos de ambos são deslumbrantes com texturas que fazem lembrar uma pintura de aguarela trazida à vida pelas mãos da Double Fine. O argumento é, também ele, fantástico e consolida-se num trabalho de voz executado ao mais alto nível por um elenco de vozes composto por actores como Elijah Wood (Shay), Jack Black (Harm’ny Lightbeard), Masasa Moyo (Vella), ou Jennifer Hale (“Mom”). Todas eles protagonistas no já habitual sarcasmo das obras de Tim Schafer ao qual se junta um humor com base no ridículo.

Quando compramos um point-and-click, para além de uma boa história, esperamos encontrar bons quebra-cabeças que nos façam coçar o couro cabeludo até encontrar a solução. Na maioria das vezes, em Broken Age, nem chegamos sequer a ter comichão porque o caminho está bem claro à nossa frente. Os puzzles são fáceis e é, por isso, que o primeiro acto desta aventura dura cerca de três horas apenas. Quando a narrativa começa a aquecer, termina o acto 1 e aparece a mensagem cliché: “Coming soon”.

Veredicto

Os point-and-click estão mesmo de volta em todo o seu esplendor, depois das várias incursões da Telltale Games, com The Walking Dead e The Wolf Among Us, e com o regresso da série Broken Sword. Chegou agora a hora de Tim Schafer regressar também com Broken Age. Numa história cativante, os dois protagonistas são como dois opostos que se atraem: Shay demasiado protegido de todas as adversidades pelo computador da sua nave; Vella literalmente atirada às feras pela própria família. O encontro é inevitável lá mais para a frente na história. Este primeiro acto de Broken Age termina num impasse que vai durar alguns meses até ao lançamento do seguinte. No seu estado actual, Broken Age é apenas meio-jogo.

  • ProdutoraDouble Fine Productions
  • EditoraDouble Fine Productions
  • Lançamento28 de Janeiro 2014
  • PlataformasPC
  • GéneroAventura, Puzzle
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Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Puzzles demasiado fáceis
  • 3 horas de jogo...

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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