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Análise: Saint Seiya: Brave Soldiers

Quem é fã de jogos adaptados de anime, certamente que já se cruzou com alguns projectos da Dimps. Talvez os mais notórios sejam a série Dragon Ball Z Budokai para a PS2, da qual o terceiro título, devido à sua jogabilidade, é ainda altamente recomendado a todos os amantes de jogos de luta (mesmo que não sejam fãs da série), Saint Seiya: The Sanctuary e Saint Seiya: The Hades, também para a PS2. Na Playstation 3 a Dimps além de ter por exemplo ajudado na produção de títulos como Street Fighter IV e Street Fighter X Tekken, voltou a desenvolver mais uma entrada na série Saint Seiya (ou Cavaleiros do Zodíaco como nós por cá lhe chamamos) com o nome Saint Seiya: Brave Soldiers.

Confesso que depois da introdução do jogo, senti que estava de volta à minha infância onde as manhãs de fim-de-semana eram passadas no sofá da sala. A meu ver, com uma animação daquela qualidade o modo história tinha tudo para vingar. Só que infelizmente o modo história (Saint Chronicle) foi o que mais me desapontou neste título.

A história do jogo abrange as três principais sagas, a do Santuário, a de Poseidon e finalmente a de Hades. Até aqui tudo bem, salvo os constantes perigos em que a deusa Atenas se mete, qual Princesa Peach do Super Mario mas com menos drama. A cada saga corresponde um certo número de episódios. Por sua vez, cada episódio é introduzido por uma narrativa complementada com imagens dos episódios da série. Isto até que finalmente enfrentamos o adversário em questão. Sempre assim, sempre a mesma receita. Em cada episódio temos também um conjunto de desafios e ao cumprí-los desbloqueamos artigos coleccionáveis.

O modo história torna-se assim extenso e pior ainda, devido infelizmente à forma como foi estruturado, demasiado pesado já que, de vez em quando, temos de enfrentar um inimigo duas ou mais vezes no mesmo episódio (sempre com a tal narrativa no meio) e uma cutscene ou cinematic tinha feito toda a diferença, nomeadamente nos momentos mais marcantes da história.

Ao todo são 52 personagens e 36 cenários que temos disponíveis. Apesar de alguns dos personagens serem repetidos, mudando apenas alguns ataques especiais, não deixa de nos oferecer a possibilidade de recriar alguns dos combates mais emblemáticos da série, como por exemplo o de Shiryu contra Seiya no cenário do torneio.

Em termos de jogabilidade, está mais refinada quando comparada à dos títulos da PS2. Continuamos com a câmara em Third Person View, ou seja sobre o ombro do nosso personagem, o que nos permite analisar o cenário e o percurso dos ataques do nosso oponente para que nos possamos rapidamente desviar e preparar o contra-ataque.

O botão Círculo continua a executar ataques especiais rápidos e, quando conseguirmos concentrar todo o nosso Cosmos, podemos queimá-lo e executar um Big Bang Attack com o R2, um ataque fortíssimo que tem direito a uma animação fantástica. Cada personagem tem o seu próprio estilo de combate e todos estão incrivelmente detalhados.

Podemos também fortalecer os nossos personagens preferidos através de Orbs. Quanto melhores forem os nossos combates mais pontos temos e mais/melhores orbs podemos comprar. Existem várias e cada uma tem a sua utilidade. Enquanto que umas, por exemplo, servem para aumentar o nosso poder de ataque, outras proporcionam uma maior defesa contra o ataque dos nossos oponentes. Assim sendo, escolham com cuidado as orbs que mais se adequam ao vosso estilo de jogo.

Ao já mencionado Saint Chronicle temos também os modos Versus, Survival e Galaxy War. No modo versus podemos escolher combater contra um amigo ou contra o computador assim como, para isso, podemos também escolher utilizar os nossos personagens com as orbs equipadas. No modo Survival, como o nome indica, temos de sobreviver e derrotar uma série de adversários sem perder um único combate. Galaxy War consiste num torneio e é talvez o mais interessante. Este torneio divide-se nas categorias Bronze, Prata, Ouro e Lendário. Uma curiosidade deste modo é que podemos juntar, ao todo, 8 jogadores.

À medida que vamos cumprindo os objectivos dos vários episódios da história, e vencendo torneios, vamos desbloqueando vários coleccionáveis que podem ser consultados na secção Collection. Temos cartas ilustradas e até mesmo imagens das várias versões em brinquedo dos personagens do jogo mas que, infelizmente, só os maiores fãs da série ficarão satisfeitos por desbloquear e apreciar estes artigos.

Veredicto

Saint Seiya: Brave Soldiers apresenta-se como um título para fãs. Se gostam ou conhecem a série e se conseguirem aguentar um modo de história algo monótono vão encontrar neste título um bom jogo de luta recheado de conteúdo onde vão poder recriar vezes sem conta os combates mais emblemáticos.

Infelizmente e apesar da boa jogabilidade e versatilidade de personagens continua sem ser muito acessível a quem é estranho à série. Se não conhecem a série, podem vir a apreciar este título como um bom jogo de luta, onde a jogabilidade fala sem dúvida mais alto, só que irão provavelmente deixar de lado algum conteúdo, nomeadamente os coleccionáveis. Agora se me permitem tenho de ir salvar Atenas que ao tropeçar caíu das escadas e tenho 12 minutos para a levar ao hospital.

  • ProdutoraDimps
  • EditoraNamco Bandai Games
  • Lançamento22 de Novembro 2013
  • PlataformasPS3
  • GéneroLuta
?
Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Modo história monótono
  • Atenas como personagem jogável
  • Armadura divina só para o Seiya

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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