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Análise: Rocksmith 2014

Tocar guitarra tão bem como o Slash, o Jimmy Page ou o Joe Satriani é o sonho de qualquer fã de uma boa ‘rockalhada’. Rocksmith 2014 é, precisamente, a aplicação que precisas para transformar os teus sonhos em realidade e aprender a tocar como os deuses da guitarra eléctrica.

Antes de começar a analisar a edição 2014 de Rocksmith devo admitir aqui perante o caro leitor que nunca joguei nenhuma das versões anteriores e, por isso, tenho de assumir essa lacuna nesta análise. Não obstante, sempre fui um apaixonado pela guitarra eléctrica, pelo rock, pelo jazz, pelo heavy metal, pelo progressivo. Sempre tentei tocar guitarra mas, para além de umas faixas de Iron Maiden, no meio de uns outros tantos clássicos, nunca fui, diga-se de passagem, grande guitarrista.

Assumir estas minhas lacunas permite-me desde logo ajudar-vos a perceber o porquê de achar que este Rocksmith é uma aplicação do melhor que existe para um guitarrista mal treinado à espera da oportunidade certa para ter umas lições de guitarra. Porquê? Porque Rocksmith 2014, para além de se aperceber do teu grau de conhecimento enquanto guitarrista, ainda te oferece uma banda com que tocar. Pormenores que revelaremos lá mais à frente na análise.

Muito melhor que a concorrência que te colocava uma guitarra de plástico e te obrigava a tocar de uma forma que nada tem a ver com tocar guitarra, este Rocksmith 2014 ensina-te efectivamente a tocar. Muito mais do que um jogo onde tens de acertar em cores ou botões, este Rocksmith é uma aplicação para aprenderes a tocar guitarra que, apesar de não te ensinar tudo, pode muito bem levar-te longe no mundo dos instrumentos de cordas.

No modo principal, Learn a Song (“Aprende uma música”), podes, de entre uma selecção fantástica de faixas, escolher que música queres aprender. O modelo de aprendizagem é muito funcional e, como já disse anteriormente, Rocksmith apercebe-se das tuas capacidades e adapta-se. Começa por te dar melodias mais fáceis dentro da faixa e vai-te dando cada vez mais notas até que, quando dás por ti, estás a tocar a música por completo. Ao mesmo tempo, vai-te sugerindo lições que te ajudam a tocar este ou aquele riff de guitarra. Só aborrece quando, na tentativa de te motivar no processo de aprendizagem, se excede e te diz algo do género “excelente performance” quando na verdade foste um grande azelha. Na maior parte das vezes, aprender também passa pela capacidade de reconhecer os nossos próprios erros e corrigi-los.

Das faixas disponíveis contam-se clássicos da guitarra como o ‘The Trooper’ dos Iron Maiden, o ‘My Generation’ dos The Who, a ‘Blitzkrieg Bop’ dos Ramones ou a ‘Walk this Way’ dos Aerosmith. A playlist inicial é enorme, muito bem preenchida e bem escolhida e ainda pode ser acrescentada com músicas compradas na loja online do jogo.

Essencial, na aprendizagem da enorme colecção de músicas à tua disposição, é a opção Riff Repeater que te permite compreender cada segmento da música que escolheres à tua velocidade e na altura que desejares, fazendo lembrar em muito as capacidades do software Guitar Pro utilizado por milhares de guitarristas por esse mundo fora. O Riff Repeater deixa-te ainda aumentar ou diminuir a dificuldade permitindo-te treinar com uma versão mais fácil e ir evoluindo.

O Session Mode é, simplesmente, o pormenor técnico mais incrível deste Rocksmith 2014 e das maiores inovações que já vi ao nível dos softwares de aprendizagem de música. Este Session Mode coloca à tua disposição uma banda que tu próprio podes construir e que toca segundo o ritmo que impões com a tua própria guitarra e segundo as escalas musicais que defines. É um sentimento fantástico pegar na guitarra, começar a tocar num compasso 3/4, a bateria do Rocksmith acompanhar-te, tu variares para um compasso 4/4 e a bateria variar contigo. E quem diz bateria, diz mais uma guitarra, um baixo ou um teclado, cada um configurado ao estilo que tu idealizares para fazer uma sessão de improviso.

O modo NonStop Play deixa-te escolher uma lista de reprodução e vais tocando durante uma determinada duração de tempo. Podes ainda passar à frente ou avançar na lista de músicas conforme te apeteça.

As lições (modo ‘Lessons’) não são nada mais do que tutoriais de como bem tocar guitarra. Se as primeiras lições começam com algo tão básico como o colocar da correia da guitarra, já as últimas, por sua vez, ensinam como executar os ‘guitar taps’ do Eddie Van Halen. Estas aulas de guitarra pagam-se caro e, com certeza, muitos professores de guitarra vão receber menos no final deste mês à conta do Rocksmith 2014.

O modo Guitarcade coloca-te dentro de uma série de mini-jogos onde, para além de destruíres naves, matares zombies, fazeres corridas de carros, entre outras coisas também aprendes a tocar guitarra de uma forma menos formal, onde a própria aprendizagem se encontra mascarada. O controlo em cada um dos mini-jogos é sempre feito através da tua guitarra com uma jogabilidade bastante interessante.

O modo multi-jogador permite-te convidar um amigo para te acompanhar nas sessões de improviso e, no conforto do sofá, tocar até o vizinho de baixo saltar da cama e vir bater à vossa porta. Por exemplo, se conheces um amigo com uma guitarra baixo pode cada um fazer a sua faixa de uma música ou então, com um amigo guitarrista, podem tentar copiar as twin guitars dos Iron Maiden.

Para alguém que toca guitarra, uma das maiores vantagens que tem ao comprar Rocksmith 2014 é a hipótese que o jogo dá ao nível da customização de equipamentos, permitindo experimentar vários amplificadores, pedaleiras e efeitos sobre o som da vossa guitarra. Por exemplo, toda a vida sonhei em ter um amplificador Marshall e no Rocksmith o meu sonho quase que se torna realidade, com o som da minha guitarra completamente emulado como se de tal amplificador o som saísse. É um privilégio poder usufruir de tanto equipamento, tanta variante e tanto efeito sem gastar um único cêntimo.

A loja é, infelizmente, o grande defeito deste jogo. Cada música extra custa à volta dos 2.99€, existindo ainda alguns packs que custam 11,99€ que incluem 5 músicas. É disso exemplo o Iron Maiden Song Pack, recentemente lançado, e que inclui as músicas ‘Fear of the Dark’, ‘Run to the Hills’, ‘Aces High’, ‘The Number of the Beast’ e ‘2 Minutes to Midnight’. Todas elas excelentes épicos dos Maiden que ficariam bem em qualquer biblioteca do Rocksmith. Todavia, se o jogador quiser adicionar ao Iron Maiden Song Pack, o pack dos The Smashing Pumpkins, dos Foo Fighters, ou dos Rush estará quase a aplicar em Rocksmith 2014 o valor que deram quando compraram o jogo. Felizmente, a biblioteca musical que acompanha o jogo já inclui mais de meia centena de músicas, suficientes para muitas e boas horas bem passadas.

Veredicto

Poder aprender passo a passo o ‘The Trooper’ dos Iron Maiden é, para mim, meia desculpa para dar boa pontuação ao Rocksmith 2014. O Session Mode, a inteligência do Riff Repeater e do próprio Learn a Song em conjunto com a informalidade do Guitarcade tornam este Rocksmith 2014 um dos lançamentos mais bem consolidados deste ano. Mais do que um jogo, é uma incrível ferramenta que deve ser utilizada para aprender, ensinar ou até mesmo para revisitar algumas técnicas que possamos ter esquecido. Rocksmith 2014 é bom tanto para os novatos como para os profissionais da guitarra eléctrica, só não se esqueçam de trazer o instrumento para jogar porque com o DualShock 3 não vão a lado nenhum.

  • ProdutoraUbisoft
  • EditoraUbisoft
  • Lançamento25 de Outubro 2013
  • PlataformasPC, PS3, Xbox 360
  • GéneroMúsica
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Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Motiva-te tanto que chega a ser frustrante
  • Músicas extra demasiado caras

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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