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Análise: Paper Sorcerer

Ser fã de dungeon crawling significa, nos últimos anos, ter jogado Skyrim, Oblivion e mais alguns MMO’s para saciar esta vontade de limpar masmorras a punho fechado, espadeiradas e bolas de fogo. Pois bem, a oferta no género acabou de aumentar com o lançamento indie da Ultra Runaway Games – Paper Sorcerer.

Financiado através do site de crowdfunding Kickstarter, todos aqueles que apoiaram o jogo conseguiram a versão final do jogo, lançado nos inícios de Novembro deste ano, após alguns atrasos que em muito se deveram ao facto deste ter sido financiado pelo triplo daquilo que os seus criadores pediam. Assim, o jogo cresceu para além das intenções iniciais e acabaria por sair catorze meses depois daquilo que estava inicialmente previsto.

No que diz respeito à jogabilidade, Paper Sorcerer faz lembrar a antiga série de dungeon crawling Wizardry e podem também contar com algumas semelhanças no que diz respeito à sua dificuldade. Aqueles que jogaram os clássicos da exploração de masmorras na primeira pessoa sabem do que falamos. Para controlar o nosso personagem saquem das clássicas teclas WASD (estamos em todo o lado) que em conjunto com o uso do rato funcionam na perfeição. Os inimigos surgem do meio de nuvens espalhadas pelo cenário, das quais, na maioria das vezes, nos podemos desviar evitando também, por conseguinte, os combates. Não obstante, como em qualquer outro RPG, se não lutamos, não evoluímos, e só estamos a protelar algo que terá de acontecer mais tarde ou mais cedo. Caso contrário, não chegamos ao final do jogo por incapacidade dos nossos personagens.

Evoluir é, por isso, essencial e as batalhas funcionam no sistema típico de turnos, onde escolhemos as nossas acções a partir de um menu que aparece no canto inferior esquerdo. As também comuns escolhas de atacar, usar um item, defender ou usar um ataque especial também por lá andam.

Neste indie jogamos no papel de um Sorcerer que aterrorizou o reino durante muito tempo até ser, finalmente, capturado e enclausurado dentro de um livro mágico, apelidado de Librum Claustrum, que funciona como um enorme complexo de segurança contra antigos tiranos. É aí que começamos o jogo, presos na nossa sela, até uma figura estranha nos abrir a porta e nos deixar sair. À medida que vamos recuperando os nossos poderes, vamos também recuperando as capacidades de invocar os nossos aliados que acabam por compor a nossa equipa e as escolhas vão desde um enorme minotauro, a um vampiro, uma bruxa ou até um enorme espectro negro, entre outras personagens. Cada um deles cumpre um papel específico na nossa equipa que coadjuva aquilo que somos enquanto Sorcerer, curando-nos, defendo-nos e até atacando de forma brutal os nossos inimigos. As escolhas que fazemos a início definem aquilo que fazemos depois em Paper Sorcerer e, se uma boa escolha nos facilita a vida tremendamente, uma má escolha pode significar uma série de mortes das nossas personagens.

No final de cada nível, após quatro subníveis, lutamos contra um boss que nos complica bastante a vida para chegarmos ao nível seguinte. Preparem-se afincadamente para estes encontros porque essa mesma preparação pode, também ela, fazer toda a diferença entre a vitória e a derrota. Entrar num combate destes sem metade do HP pode ser fatal.

Curioso é o estilo visual de Paper Sorcerer, muito ao estilo noir, com uma base clara de trabalho feito à mão a lápis e borracha. O resultado é impressionante e original. Infelizmente, ou felizmente para os fãs, continuamos a ter as batalhas típicas deste tipo de RPG’s na perspectiva da primeira pessoa, com poucas animações mas com muita estratégia envolvida na receita a compensar. Os menos habituados a este estilo visual podem sentir-se repelidos por isso.

Também peculiar é a banda sonora de Paper Sorcerer numa base muito electrónica, a fazer lembrar os primeiros álbuns dos Kraftwerk, ao contrário do que é habitual com bandas sonoras mais épicas e orquestrais. Paper Sorcerer é também por isso original mas, sinceramente, a música faz-nos pensar que estamos a jogar a uma qualquer outra espécie de jogo de influência mais contemporânea e menos medieval.

Os diálogos e a história são-nos contados através de texto corrido que, para os mais apressados, pode ser passado à frente através da tecla ‘Espaço’. De vez em quando, são-nos ainda colocadas algumas opções no diálogo que acabam por levar sempre ao mesmo destino. A ausência de vozes coloca por isso a música como protagonista no departamento sonoro de Paper Sorcerer. A narrativa, por sua vez, podia ser bem mais interessante, embora com uma premissa inicial que até cativa.

A longevidade deste indie termina quando acabamos a campanha principal. Voltar a jogar tudo de novo, só na eventualidade de querermos experimentar companheiros novos ou apanhar loot diferente.

Veredicto

Os 5$ que custa a compra de Paper Sorcerer actualmente tornam-no uma das experiências mais cativantes na relação preço/divertimento. Por esta pechincha, temos umas boas horas pela frente de dungeon crawling ao som de música electrónica por cenários desenhados à mão ao estilo noir.

  • ProdutoraUltra Runaway Games
  • EditoraUltra Runaway Games
  • Lançamento2 de Novembro 2013
  • PlataformasPC
  • GéneroRole Playing Game
?
Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Música electrónica
  • Narrativa fraquinha

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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