phantaruk

Análise: Phantaruk

Não conhecem Phantaruk? Já vão conhecer, descansem. O seu título pode soar estranho, mas este título da Polyslash tem uma ambição credível de vos dar arrepios na espinha. Lutar pela vida tem um outro sentido a bordo da nave Purity-02, uma vez que o perigo pode estar dentro de nós.

Não há dúvidas que o motor Unity tem ajudado muito os produtores independentes a criar os seus projectos. E os jogos de terror são um bom exemplo de como a popularidade do motor gratuito ajudou na produção em massa de títulos deste género. E isto também têm vindo a saturar o mercado pela repetição e por percebermos rapidamente que tipo de terror se trata, quebrando o elemento de surpresa. E este género pode ser sub-dividido. Temos jogos como Slender ou Amnesia, com um inimigo a perseguir-nos, deixando-nos com a sensação de impotência e urgência. Ou então temos outros títulos que se baseiam nos sustos imprevisíveis, como o caso do Five Nights at Freddy’s. Neste Phantaruk que vamos analisar aqui, diria que ficamos a meio termo. Traz novas novas ideias, acção furtiva e um sentido de urgência capaz de deixar qualquer um com taquicardia.

O jogo transporta-nos para o futuro onde uma empresa intitulada “H+” não aceitou a nossa limitação na evolução e decidiu fazer várias experiências com o objectivo de gerar uma era pós-humana na evolução. E como se escolhem sempre locais isolados para fazer o papel de “deuses”, todas as experiências feitas ao corpo humano são realizadas a bordo da nave Purity-02. Escusado será dizer que as ditas experiências não correram nada bem. Sob o nosso controlo temos uma dessas cobaias humanas que depois de acordar, percebe rapidamente que algo não está bem com o seu corpo… e com a nave onde acordou. Há uma presença estranha por perto.

Toda esta aventura acontece na primeira-pessoa. O protagonista não tem qualquer arma e, como tal, o confronto directo terá de ser evitado a todo o custo, sob pena de uma morte rápida. A história sobre a H+ e todo o incidente é apenas contada através de vários registos de áudio que estão espalhados pela Purity-02 e o nosso objectivo, para além de descobrir o que aconteceu, será sair desta nave ileso. Bom… pelo menos temos de tentar.

Uma das ideias que se destacam em Phantaruk logo no início é o facto de termos um medidor cardíaco no pulso. E deixem-me já dizer-vos que podem morrer de ataque cardíaco… Refiro-me apenas ao protagonista do jogo, claro! Esta mecânica dá-nos um sentido de urgência sem igual. A questão é que não temos apenas receio de nos cruzar com alguma criatura que nos exalte, qualquer actividade física mais esforçada eleva os batimentos cardíacos. O que muitas vezes torna necessário encontrar um lugar para acalmar a taquicardia.

E nem vou falar da outra taquicardia… aquela que sentimos a cada susto. Claro que é proporcional ao nosso próprio auto-controlo e nível de nervosismo. Há pessoas mais ou menos sensíveis aos sustos, como é lógico. Mas, sem querer revelar demais, saibam que os mais sensíveis devem evitar o que fiz: jogar à noite com tudo apagado e em pleno silêncio.

Outro facto, igualmente desconfortável, é a presença de um parasita que produz de forma constante uma toxina letal para o corpo do protagonista. Para abrandar a produção é necessário encontrar várias seringas espalhadas ao longo da Purity-0. Contudo, os sustos provocados pelas surpresas a bordo também aceleram a toxina. Ou seja, para além de terem de lidar com criaturas e de estar atentos aos batimentos cardíacos, também precisam de gerir a toxina letal presente no corpo. A pressão e sentido de sobrevivência não podiam ser maiores.

Só não gostei de como a imagem começa a distorcer e a piscar em flashes quando os níveis de toxina estão demasiado altos. Tendo em conta a escuridão omnipresente em jogo, tornam-se desconfortáveis e podem até criar náuseas indesejáveis. Estes efeitos causaram-me mesmo algum desconforto visual. Se padecem de alguma questão de saúde relacionada com sensibilidade a flashes ou luzes sequenciais, devem ter cuidado.

Se o jogo vos parece familiar a obras como Alien ou System Shock 2 não estranhem. Phantaruk usa o típico ambiente sombrio e futurista de ficção-científica a bordo de uma nave espacial. Graficamente, cumpre o seu objectivo e possui cenários muito bem construídos e cheios de detalhes. Tem bons efeitos de luz, mesmo que algumas sombras, para um jogo que se foca na acção furtiva, precisem de algumas melhorias.

Para completar o ambiente de suspense, o som e a música, tal como um boa obra de terror, foram muito bem aplicados e ajudam a criar ambiente do início ao fim do jogo, principalmente o sentimento de estarmos sozinhos num local desconhecido. Que ruído foi aquele? Vão desconfiar de tudo, mesmo que seja apenas o vosso telemóvel a tocar.

Veredicto

Phantaruk concentra-se na sobrevivência, gestão da pulsação e toxinas, enquanto exploramos a infame Purity-02. Estas mecânicas foram bem aplicadas e dão-nos um sentimento de urgência. Só que essa mesma urgência acaba por nos inibir um pouco o desejo de explorar uma nave deserta em busca de explicações. Não obstante, acaba por ser um bom título de sobrevivência, com bons pormenores de terror e com muita ambição de vos fazer saltar da cadeira e acabar por visitar um cardiologista.

  • ProdutoraPolyslash
  • EditoraPlayWay S.A.
  • Lançamento16 de Agosto 2016
  • PlataformasPC
  • GéneroSurvival Horror, Terror
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Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Efeitos psicadélicos e de distorção
  • A toxina retira a curiosidade de exploração
  • Sombras precisam de algum trabalho

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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