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Análise: FIFA 14

Os lançamentos anuais provocam sempre burburinho colateral porque muitas vezes não introduzem grandes alterações aos lançamentos do ano anterior. A grande questão é: será que a EA deixou finalmente que FIFA fosse apanhado pela concorrência?

Com FIFA 14 chega a já habitual e esperada actualização aos plantéis das equipas. Se, em anos anteriores, o duelo espanhol Real Madrid – Barcelona tinha dois enormes focos de luz apontados a Cristiano Ronaldo e Leonel Messi, este ano as equipas de iluminação vão ter de comprar mais dois focos e apontá-los com muita atenção também a Gareth Bale e Neymar. FIFA 14 surge este ano actualizado ainda mais cedo que noutros anos. Lembro-me que em FIFA 13 só tivemos os plantéis actualizados a partir de meados de Outubro enquanto a edição deste ano de FIFA surge, praticamente, actualizada desde o lançamento.

A série FIFA regressa em 2013 com um design reformulado e, sobretudo, mais moderno nos menus, enquanto outras franchises optam por manter o mesmo design gráfico desde 1990 e troca o passo. No FIFA 14 os menus são mais intuitivos em relação a anos anteriores. Todos os separadores se encontram mais acessíveis sem recorrer a menus drop down como em FIFA 13. Não obstante o bom aspecto, pesa a lentidão de processamento de dados da actual geração neste FIFA 14 cujos menus foram claramente feitos a pensar nas capacidades da próxima. Esperemos que venha por aí uma actualização que corrija este pormenor.

No entanto, a maior alteração em relação aos anos anteriores está escondida na jogabilidade. Se no ano passado a jogabilidade já era boa, pecando apenas em algumas questões relacionadas com a inteligência artificial dos teus companheiros de equipa, este ano a EA Sports pegou na fórmula do ano passado e aprimorou-a. Introduziu novas mecânicas como o “Pure Shot” que coloca em equação o posicionamento, a temporização e a antecipação do jogador enaltecendo a importância do momento de decisão de remate. Melhorou o movimento permitindo assim fazer deslocações em campo que anteriormente não eram possíveis tornando o jogo mais inesperado e possibilitando melhores coberturas de bola que, por sua vez, também reage melhor ao mundo que a rodeia.

A tua equipa, consoante os atributos dos jogadores, também responde melhor às tuas acções dentro de campo. Com este novo FIFA, os passes para as desmarcações dos avançados resultam finalmente e tornam as jogadas em profundidade mais acessíveis e capazes de deixar qualquer adversário de olhos em bico. Ao mesmo tempo, ganhar ou dominar espaços também assume importância com a equipa a responder à jogada na totalidade do campo.

Outra das introduções este ano é a Rede Global de Transferências onde os olheiros da tua equipa assumem um papel de protagonistas como acontece na realidade no mercado de transferências de Futebol. Se anteriormente era fácil pesquisar o mercado e encontrar os melhores jogadores por tua própria conta com o motor de pesquisa a listar-te os jogadores pelos vários parâmetros ou atributos, em FIFA 14 é quase impossível encontrar os melhores jogadores ou promessas do futebol sem a ajuda dos olheiros. E, se achas que te podes fiar nos grandes nomes do futebol que conheces para construir uma grande equipa, podes vir a ter uma enorme surpresa se começares a contratar jogadores sem antes pedir um relatório a um dos teus olheiros. As classificações dos jogadores só te ficam acessíveis depois de tal acontecer. Se nomes como Özil ou Van Persie te parecem compras de valor assegurado, o tiro pode te sair pela culatra se o jogador tiver tido uma época menos boa ou estiver a envelhecer e os seus atributos tiverem sido reduzidos devido a esse factor de forma drástica. É uma mudança que torna mais difícil lidar com o mercado de transferências e que pode afastar o jogador mais casual. Contudo, também torna tudo bem mais interessante e obriga o jogador de FIFA a ponderar bem cada aposta numa contratação.

O modo Ultimate Team, preferido de muitos, enaltece este ano a química entre os vários jogadores, aumentando assim a sua potencialidade quando utilizam o mesmo estilo de jogo e melhora também a sua capacidade quando os jogadores pertencem à mesma equipa, campeonato ou nacionalidade e alinham no mesmo onze inicial. Com FIFA 14 chega também o modo Co-op Seasons onde o modo online Seasons, já presente noutras edições, pode agora ser jogado com um amigo ao lado.

FIFA 14 traz-nos ainda novas celebrações, como é o caso da famosa celebração “Calma, Calma” de Cristiano Ronaldo (memorável por o português assim o ter celebrado em pleno estádio do rival do clube merengue, o Barcelona), a habitual celebração de Lionel Messi que aponta para o céu quando marca um golo ou a celebração registada com patente de Gareth Bale que celebra colocando os dedos em forma de coração.

Boa notícia é o facto de ainda poderes colocar a tua própria música como banda sonora do jogo. Algo que já acontece há muitos anos na série e que poderia ser adoptada por outros títulos como é o caso de GTA V. Não que FIFA não seja conhecido pelas suas músicas características ou por lançar alguns hits para o mundo da música, no entanto, andar pela Rede Global de Transferências ganha outra “pinta” quando o podes fazer ao som do último álbum de Alter Bridge, Dream Theater, Black Sabbath ou de qualquer outra banda ao teu gosto.

Graficamente, FIFA 14 não evolui nada e tal não era esperado para um sucessor de FIFA 13, tão bem sucedido nesse âmbito. Neste ano só vamos poder ver um FIFA renovado graficamente quando se der o lançamento da próxima geração e pudermos ver o FIFA 14 em todo o seu esplendor com o novíssimo motor gráfico Ignite.

A versão em português volta com os habituais comentários de Hélder Conduto e David Carvalho e, novamente, sem os estádios de qualquer equipa portuguesa e com algumas equipas a surgirem sem os nomes e equipamentos oficiais, por problemas de licenciamento. Sofrem disso as equipas do Belenenses, Rio Ave, Marítimo, Estoril-Praia, FC Arouca e Gil Vicente que surgem com os nomes oficiosos Belém, Vila do Conde, C. Funchal, Estoril, Arouca e Barcelos, respectivamente.

Veredicto

A série FIFA continua a dominar o universo dos simuladores de futebol mesmo sem fazer grandes alterações este ano. A jogabilidade está cada vez mais perfeita, mas o jogo perde por não inovar graficamente. Se vais comprar uma consola da próxima geração o melhor será esperar pelo FIFA 14 correspondente, que utilizará o motor gráfico Ignite. Não leva do WASD uma pontuação maior pelo simples facto de não inovar por completo, optando por aproveitar muita da programação do ano anterior. Não queremos por isso dizer que este é um mau jogo, muito pelo contrário. A questão prende-se com o facto de FIFA 14, para esta geração, parecer em todas as linhas do campo um FIFA 13.5. Vamos guardar o número de camisola do ponta de lança (9) e o da camisola do organizador de jogo (10) para o caso do lançamento na PS4 e na Xbox One ser bem sucedido. Nesta geração, o FIFA 14 fica-se pelo número do médio área-a-área: o número/classificação 8.

  • ProdutoraEA Sports
  • EditoraEA Canada
  • Lançamento27 de Setembro 2013
  • PlataformasPC, PS3, PSP, Vita, Wii, Xbox 360
  • GéneroDesporto
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Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Menus lentos
  • Não mudou grande coisa

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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