world-of-warriors-large-hero-01-ps4-eu-20may16

Análise – World of Warriors

Alguma vez pensaram como seria colocar todos os tipos de guerreiros e de diferentes períodos a confrontarem-se numa série de arenas? Esse é o conceito de World of Warriors, um divertido jogo de luta que mete Ninjas num frente-a-frente com Vikings

World of Warriors foi inicialmente lançado para os dispositivos móveis em 2014. Um jogo gratuito que se destacou pelo seu grafismo e por ter conteúdo para nos entreter durante bastante tempo. A recriação deste jogo para a PlayStation 4, chega-nos pelas mãos da Mind Candy, produtora conhecida pelo famoso Moshi Monsters, um jogo que teve mais de 50 milhões de jogadores activas em 2011. Agora, com World of Warriors, a produtora inglesa aproveita o desafio para experimentar um género bem diferente dos que está habituada.

O enredo deste título baseia-se num misterioso reino, muito além da nossa realidade, onde estão a ser reunidos os melhores lutadores da história. Romanos, Vikings, Samurais, Aztecas e muitas mais civilizações, devidamente representadas pelos seus guerreiros icónicos. Todos estes lutadores foram transportados para este mundo conhecido por Wildlands, onde a única forma de sobreviver será a combater.

Os jogadores podem decidir atravessar a campanha a solo ou na companhia de mais três amigos. A própria história foi muito bem escrita e tem vários pormenores para descobrir. Há, contudo, muito pouco para processar. Toda esta construção inicial que nos cativa, perde-se no restante do que é contado, uma vez que os restantes detalhes são contados através de pequenos excertos de história em segundo plano, tirando um pouco da sua importância. Não esperava uma lição de história, mas um pouco de narrativa a orientar a acção fazia algum sentido, nem que fosse para criar envolvência.

O conceito principal de World of Warriors é construir uma equipa de guerreiros para ajudar-nos a combater adversários. Todos eles têm afinidades elementares que interagem com a típica mecânica de pedra-papel-tesoura para infligir mais ou menos dano. Existem vários níveis de raridade para estes guerreiros, mas todos eles podem ser evoluídos ou equipados com talismãs para melhorar ainda mais os seus atributos.

Quando decidirem entrar na arena, terão a possibilidade de construir uma equipa que pode ter guerreiros controlados pela inteligência artificial ou, se jogarem cooperativamente, pelos vossos amigos. Derrotar os inimigos fornece experiência e materiais para construir talismãs para cada um dos guerreiros. Para o jogador em si, são atribuídas pedras especiais que podem ser trocadas por novos lutadores mas, já lá vamos.

Quando forem para a arena, devem levar, no mínimo, dois dos vossos guerreiros que irão lutar contra outros dois. Se estiverem a jogar sozinhos, controlarão os vossos lutadores alternadamente e perde aquele que perder todos os lutadores. Podia ser assim tão linear mas as oito arenas têm vários tipos de armadilhas para dificultar a vida. Para complicar ainda mais, existem tesouros com comida para recuperar a barra de vida e materiais que podem ser usados para criar novos talismãs. A questão não é que estejam lá, até ajudam, o problema é que desaparecem tão rapidamente como aparecem.

Após algumas horas a jogar, vão notar que as batalhas começam a levar-nos ao inevitável grinding. Principalmente porque os bosses de cada etapa são claramente superiores aos nossos guerreiros, por vezes dando a sensação que são impossíveis de derrotar. Contudo, essa dificuldade também nos convida a insistir e a tentar sempre o nosso melhor. No final, torna-se num ciclo infinito e que só mesmo os mais persistentes irão realmente apreciar. Como, aliás, são quase todos os jogos deste calibre.

Apesar da grande diferença de nível e atributos de cada guerreiro, as próprias habilidades do jogador poderão dar uma grande ajuda em batalha. Um ataque feito no tempo certo, os rápidos reflexos para fazer um ataque especial ou a destreza para apanhar os materiais e comida, poderá realmente ditar o resultado final. Isto, porque tudo se torna frenético dentro da arena e há momentos perfeitamente caóticos, onde o menos perspicaz pode “perder o fio à meada”. Contudo, nem mesmo o jogador mais técnico irá longe sem continuar a evoluir as suas fileiras.

Para incluir novos guerreiros na equipa, existe um templo onde é possível trocar as tais pedras especiais por lutadores. Claro que, consoante o progresso do jogo, o valor torna-se cada vez mais alto. No entanto, este preço não muda o facto dos lutadores nos serem dados de forma completamente aleatória. Tanto podemos ganhar lutadores comuns, como lendários com um maior nível de experiência. É neste aspecto que entra a parte viciante do jogo. Com um total de 50 guerreiros diferentes é difícil impedir aquela célebre febre de “Vou apanhá-los todos“. Aqui, com mais controlo e nada de pokéballs

Em termos visuais a produtora Mind Candy aplicou um estilo artístico muito distinto que confere um resultado, diria, atraente. Considerando que este jogo foi lançado inicialmente para dispositivos móveis e este é, para todos os efeitos, um port para a PlayStation 4, fiquei surpreendido com a qualidade geral do seu visual, inclusive do seu interface, obviamente adaptado a esta consola. Como esta busca de qualidade é rara dos jogos vindos dos dispositivos móveis, é de salientar.

Não há nada realmente foto-realista ou que puxe pelo hardware, mas é visualmente agradável e é o que interessa. As personagens são como pequenas caricaturas com grandes cabeças e pequenos corpos, sempre felizes (apesar do tema violento). Em termos de animações e controlos, gostei que todos os seus movimentos sejam muito fluídos. As arenas onde lutamos, possuem um design, texturas e efeitos muito interessantes, principalmente na arena sobre água, com imensas ondas e uma espécie de Poseidon a atacar-nos com a sua enorme âncora.

 

Veredicto

Não se deixem enganar pelo facto de World of Warriors ser uma evolução de um jogo para dispositivos móveis. Apesar de ter trazido várias funcionalidades dessa versão, a produtora conseguiu melhorar e adaptar o jogo de forma exemplar para a PlayStation 4. Dependendo da perspectiva, o grinding necessário para combater os bosses, pode ser um factor a favor como indicámos. Mas também pode ser um ponto contra, criando monotonia e afastando os menos persistentes. Seja qual for a vossa posição, porém, é um título inegavelmente divertido com imenso conteúdo para entreter todos os jogadores, seja a jogar sozinho ou na companhia de amigos.

  • ProdutoraMind Candy
  • EditoraSIEE
  • Lançamento21 de Março 2018
  • PlataformasPS4
  • GéneroAcção, Luta, Role Playing Game
?
Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Grinding necessário para confrontos finais
  • Grande diferença entre os níveis de guerreiros

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

Comentários