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Análise: World of Warcraft: Legion

O Rei dos MMORPG está de volta! Preparem-se para a expansão que promete reavivar a chama, a invasão de World of Warcraft: Legion já começou. Uma demonstração de dedicação, não só da produtora Blizzard, como dos seus dedicados fãs.

A nova expansão pretende, uma vez mais, oferecer uma mudança radical. De cada vez que uma expansão da Blizzard é lançada, o mundo persistente muda completamente. É caso para dizer que, chegada a Legião, Azeroth nunca mais será a mesma. A sexta expansão deste MMORPG com quase 12 anos, reacende, de facto, a chama da série. Afinal, ao longo destes anos vimos imensas actualizações e alterações ao jogo que trouxeram e afastaram milhares de jogadores, invariavelmente circulando entre o entusiasmo e o aborrecimento. Legion parece ser uma expansão de redenção para a Blizzard, com novas zonas, novas classes, novas mecânicas e muito interesse em devolver essência ao jogo, fruto da aprendizagem da produção através dos seus próprios erros e, certamente, também do feedback da comunidade.

A Burning Legion está de volta, sedenta de corrigir o passado, com as suas anteriores tentativas de invasão frustradas. Depois dos eventos da última expansão (Warlords of Draenor), regressamos à linha temporal actual onde o infame Gul’dan abre um portal para a Legião poder invadir novamente, desta vez com todo o seu poderio. Entretanto, no outro lado da barricada, o mago Khadgar prepara a resistência, avisando o Rei Varian Wrynn do perigo iminente. Os jogadores (nós), irão integrar a força de combate e defesa de Azeroth, contando até com o regresso de personagens que se pensavam perdidas para sempre.

Esta invasão lança o mundo de Warcraft no caos, como seria de esperar. Os habituais heróis de enredos anteriores dispersam e alguns chegam mesmo a desaparecer. Contudo, há também alguns regressos e novos trilhos para seguir no enredo geral. Esta é a fórmula da Blizzard para refrescar a receita: não apenas voltar a misturar ingredientes, mas sim colocá-los numa centrifugadora na máxima velocidade. Confesso que ao longo destes anos da sua existência, tenho visitado WoW sempre que uma nova expansão é lançada, talvez por causa dessa habitual remistura. Mesmo assim, há algo que nunca muda: os dedicados são donos e senhores, os casuais são carne para canhão. No final, ganham sempre os mais persistentes. Ou seja, os que pagam as subscrições regulares e se dedicam ao grind, independentemente das expansões lançadas.

Entre as principais novidades nesta expansão, está uma nova classe que visa balancear um pouco a nova ameaça. Chama-se “Demon Hunter” e, como o próprio nome indica, pretende dedicar-se a perseguir e eliminar os demónios da Legião. Estes soldados irão misturar-se com as demais tropas da Aliança e da Horde para combater os exércitos do mal, com as suas habilidades únicas. Sendo uma classe Melee (um pouco ao nível de um “Tank”), poderá afastar alguns jogadores mais adeptos de “range”, mas parece ser uma das melhores neste género de combate. Pelo menos, pela sua rapidez de movimentos e, claro, pelo aspecto do seu equipamento. Também conta, vá lá, admitam!

Outra valiosa novidade está no armamento, com as Artifact Weapons. Cada nova arma de artefacto está cativa à vossa classe, existindo ao todo 36 armas únicas, algumas famosas ou lendárias e incluídas no próprio lore do jogo. Estas armas também melhoram a cada nova evolução das próprias personagens e podem ser personalizadas em cores e decoração. Embora cada jogador receba uma destas armas logo no início da nova campanha, lá mais para a frente na evolução surge a oportunidade de ganhar outras armas ainda mais poderosas e também relativas à classe da personagem. E não se preocupem se já são nível 100… agora o nível máximo atinge 110.

Além das novas armas, as personagens também mereceram atenção da produção. Há muito para fazer de cada vez que evoluímos o nosso herói. Ao invés das Garrisons que tínhamos em Draenor, agora temos as Class Halls. São áreas novas e específicas da classe que escolhemos, fazendo lembrar o Acherus para os death knights na expansão Wrath of the Lich King. Agindo também como espaços sociais que podem funcionar como lobbies, as Halls podem ser melhoradas, conferindo bónus adicionais aos jogadores, bastando para isso que façamos as nossas missões ou recrutemos mais seguidores. Em troca, recebemos também pontos de experiência e poder Artifact.

Ainda falando da atenção às personagens, parece que a Blizzard se inspirou em Diablo III na sua nova mecânica de Trasmogrification. Para quem não sabe, esta funcionalidade permite alterar o aspecto visual de peças de equipamento sem perder as suas propriedades. A novidade em Legion é que nesta mecânica, todas as peças encontradas passam para o armário virtual (wardrobe) onde o jogador escolhe qual peça quer “vestir”, sem ter de manter o item no seu inventário ou no banco. E, se a estética vos incomodar muito, também podem esconder as ombreiras, além do capacete ou capa que já podiam omitir, tudo sem perder as suas propriedades de defesa ou ataque. Já admitem que perdem muito tempo com o aspecto do equipamento?

No que diz respeito às novas regiões presentes no jogo, as Broken Isles possuem seis novas áreas para explorar. Nestas, quatro são zonas de evolução, que nesta expansão são proporcionais ao nosso nível. Ou seja, estas zonas não estão restritas ao nosso nível e podem ser jogadas logo de início na sua inteireza. Excelente para jogadores com um nível mais baixo ou que precisem de evoluir um pouco mais. Há muito para ver e explorar em cada nova zona, com uma arte única de tons verdes a predominar a paleta de cores. Mas há também culturas próprias, personagens e histórias. Entre Vikings, Elfos e outros seres míticos, cada zona possui o seu toque pessoal e podem ter completos contrastes entre elas.

Ao largo das novas Ilhas, há outras duas regiões adicionais: The Broken Shore, onde iniciamos todo o enredo desta expansão e Suramar, uma implacável zona reservada, essa sim, para o novo nível máximo de 110 e que só estará disponível depois de recebermos uma missão para tomar de volta a cidade da Burning Shadow. Obviamente, a missão estará barrada a todos os jogadores que não tenham atingido o nível máximo. Infelizmente, até à data desta análise, não tive a oportunidade para a testar, mas para lá caminho.

Esta é uma das formas da Blizzard dar razões para os jogadores se manterem no chamado “end game“, com uma missão de enorme desafio e que obriga ao habitual grind para desbloquear. E no nível de topo, contem também com dois novos Raids e dez novas Dungeons, para esse grind, sendo que estas últimas se podem transformar em Mythic+ Dungeons, aumentando ainda mais dificuldade e acrescentando uma contagem decrescente às masmorras míticas.

No que toca à jogabilidade multi-jogador, há algumas alterações consideráveis, sobretudo no PvP. Agora, existe um novo esquema de honra e recompensas neste modo de jogo contra outros jogadores, uma vez que todos os bónus e poderes de armas e armaduras do modo PvE ficam inutilizados, dando lugar a determinadas habilidades apenas disponíveis neste modo. No que toca a recompensas, os novos Honor Talents são ganhos a cada evolução nos ambientes PvP. A Honra é ganha a cada evolução, também, como uma espécie de nível de reputação. Ao se atingir o nível máximo de honra, podemos activar um novo nível Prestige que reinicia todos os talentos, dando em troca itens decorativos.

Seja no PvE ou no PvP, Legion possui um óptimo aspecto. Já mencionei que cada nova região possui a sua beleza própria, mas a variedade visual é sempre cheia de detalhes e animações irrepreensíveis, num jogo com um aspecto invejável. Afinal, é um título Blizzard e a produtora não deixa quase nada ao acaso. Não há muito mais para pedir de um jogo com tantos anos vida e com tantas evoluções e aprimoramentos. Mesmo assim, o conceito está sempre a sofrer mutações com os novos DLC, permitindo aos jogadores, mais uma vez, jogarem praticamente um novo título.

Veredicto

World of Warcraft: Legion é absolutamente essencial para os fãs da série. Toda uma nova história para contar, uma nova região para explorar, novas mecânicas, novos itens, uma nova classe e muita vontade de recuperar o seu estatuto na história dos videojogos. É difícil explicar o que move um fã jogar um título de subscrição mensal ao fim de tantos anos, mas quando há uma expansão como esta, essa explicação é facilitada. A Blizzard é capaz de ser uma das melhores empresas da Industria a premiar os seus fãs com conteúdo tão rico e visualmente deslumbrante… quase 12 anos depois…

  • ProdutoraBlizzard
  • EditoraActivision Blizzard
  • Lançamento30 de Agosto 2016
  • PlataformasPC
  • GéneroMMO
?
Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

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  • Algum conteúdo está reservado para o nível máximo
  • Perda de vida pessoal...

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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