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Análise: Until Dawn: Rush of Blood

Until Dawn: Rush of Blood vai prender-vos na montanha-russa mais assustadora que há memória. É uma autêntica viagem alucinante, cheia de palhaços assustadores, monstros e tudo o que vos possa assustar de forma imprevisível. Peguem nas armas e abram caminho nesta viagem.

Com o surgimento das consolas, os shooters de arcadas como Time Crisis começaram a cair em declínio. Houve, pelo caminho, algumas versões para jogarmos em casa, mas faltava-lhes essência. Agora com a Realidade Virtual, parece que o género de shooters on-rails está a voltar e funcionam bastante bem com a tecnologia em questão. Rush of Blood é um destes shooters que tem lugar no mesmo universo assustador que surgiu o ano passado para a PlayStation 4 e surpreendeu todos os fãs de Survival Horror. Mas, sejamos francos, este shooter não deve ser interpretado como uma sequela ao jogo que emprestou o título, mas sim como um spin-off para mostrar a potencialidade do PlayStation VR. Não esperem, por isso, grande enredo, algo em que o jogo original brilhou.

O início do jogo coloca-nos imediatamente sentados numa carruagem do que parece ser uma montanha-russa e equipados com uma arma em cada mão. Um apresentador surge da escuridão e informa-nos, de forma “exagerada”, que vamos embarcar para a viagem da nossa vida. E é preso nesta montanha-russa que vamos visitar os maiores clichés que há memória de histórias de terror. Passando por ambientes bastantes conhecidos como hotéis, hospitais e florestas e enfrentando alguns inimigos igualmente conhecidos deste género como palhaços, fantasmas e zombies.

Se estão à espera de uma justificação para todo este aparato, devo dizer-vos que não existe nenhuma. É um shooter bem ao estilo de House of the Dead ou o já mencionado Time Crisis, que usa alguns ambientes e personagens do Until Dawn original. Contudo, existem uns truques interessantes só possíveis no PlayStation VR, como baixar para desviar de lâminas rotativas ou inclinar para trás para impulsionar o carro a saltar sobre os carris danificados.

Todo o jogo é a bordo deste comboio e o objectivo é bastante simples: Disparar freneticamente contra monstros, objectos inanimados e… sobreviver. As armas podem ser controladas com o PlayStation Move, tendo também lanternas incorporadas, ajudando a iluminar os inimigos e o espaço por onde passam. Serão premiados se o fizerem, uma vez que há caixas coloridas espalhadas pelo cenário que oferecem prémios quando destruídas e, por vezes, até há armas mais poderosas que serão essenciais para o progresso do jogo. As ditas armas variam entre uma caçadeira de canos serrados, uma metralhadora Uzi ou diversas pistolas, sendo estas últimas as principais armas e as únicas com munição infinita. Para recarregar uma arma, já agora, podem simplesmente sacudir o comando ou carregar num botão.

O PlayStation Move é a forma mais interactiva de jogar. Cada comando fica encarregue de uma arma e podem usá-las de forma independente. Podem ter uma caçadeira e uma Uzi, por exemplo e em pouco tempo vão parecer o “John Wick do comboio-fantasma”. Se não tiverem o PS Move, também podem jogar com a ajuda do DualShock 4 mas, neste caso, o jogo torna-se mais difícil porque não têm a particularidade de controlar as armas de forma independente. Contudo, podem sempre disparar de forma independente com cada gatilho do comando.

Tal como já referimos, cada nível aborda um tema cliché de terror, como hospitais, florestas e hotéis. Alguns níveis oferecem caminhos alternativos para convidar-nos a voltar a fazer esta viagem, ideal para quem gosta de coleccionar tudo. Curiosamente o ponto alto do jogo é a própria viagem de montanha-russa, as descidas íngremes e as curvas apertadas causam sempre aquele frio na barriga e damos por nós a compensar as curvas com o nosso corpo como se a inércia nos puxasse para o lado contrário.

No início da viagem, ainda vão apanhar uns sustos, ou não fosse este um jogo de terror. No entanto, todos estes sustos passam por colocar as personagens bastante próximas dos nossos olhos de forma repentina e, infelizmente, rapidamente percebemos os momentos em que isso acontece. Esta mecânica torna-se previsível nos sete níveis, cada um deles com uma duração de cerca de 15 minutos.

A primeira vez que acabámos o jogo, demoramos cerca de 2 horas, o que é bastante aceitável para um jogo de Realidade Virtual. No final de cada nível é indicado o nosso nível de perícia e quantos objectos foram destruídos, podendo comparar a nossa prestação num quadro de liderança mundial que coloca a nossa pontuação e de todos os demais jogadores. Digamos que não nos safámos mal e até estamos numa boa classificação mundial. Afinal, o desafio é relativamente curto a cada nível e acabamos por conseguir atingir objectivos de forma rápida.

E tendo em conta que é um exclusivo PlayStation VR, falta-nos falar abordar daquele tema chato que são as náuseas. Sendo um jogo de acção e terror com uns sustos pelo meio, passado numa montanha-russa, seria de esperar tirarmos o headset em pânico e buscar frequentemente o saco do enjoo. Contudo, o facto de estarmos sentados num comboio ajuda bastante. Ficamos focados nas próprias armas e para onde queremos olhar, sem nos deslocarmos no cenário, uma vez que é a própria carruagem que o faz e sempre em frente. Isto ajuda bastante a não nos desorientarmos ou ficarmos enjoados.

Veredicto

Shooters clássicos como House of the Dead seriam experiências totalmente diferentes se tivesses acesso a este nível de realidade virtual. Until Dawn: Rush of Blood não é o melhor jogo para o PS VR nem o melhor exemplo para o género em questão, mas é bastante divertido. Só temos pena que os sustos se tornem tão previsíveis nos seus níveis relativamente curtos. Se procuravam terror, não é aqui que vão encontrar. Se na vossa infância passaram momentos terríveis num dos muitos “comboios-fantasma” nas feiras populares e desejavam ter uma caçadeira à mão para os desancar, vão realizar um sonho.

  • ProdutoraSupermassive Games
  • EditoraSony Computer Entertainment
  • Lançamento13 de Outubro 2016
  • PlataformasPS4, PSVR
  • GéneroAcção, Terror
?
Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Sustos previsíveis
  • Poucas armas
  • Típicos ambientes de terror

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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