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Análise – Trials Rising

Trials Rising traz de volta os malabarismos com uma mota num novo capítulo com mais localizações, mais pistas e mais diversão. Esta é uma série que já nos acompanha há uns bons anos e nunca parece perder substância.

Para conhecer os primeiros dias desta série, temos que voltar ao ano 2000. O primeiro capítulo de Trials viu a luz do dia num simples jogo de browser. Apesar da origem humilde, ficou muito popular, devido às suas características irreverentes e acabou por receber uma sequela em 2007 com Trials 2. Um ano mais tarde, chegou um remake deste último título, com Trials 2: Second Edition. No entanto, o grande salto foi apenas em Trials Frontier em 2014, seguindo-se Trials Fusion, então lançado para quase todas as plataformas. Se esquecermos o menos positivo Trials of the Blood Dragon, a série encontra-se neste momento numa encruzilhada. Será que a produtora RedLynx decidiu dar um salto substancial na fórmula ou prefere apenas refinar o que já foi bem feito anteriormente? A escolha só podia ser uma.

Para quem não conhece esta série, Trials leva-nos a pegar numa mota de trial (uma espécie de motocross com obstáculos), levando um acrobata a fazer toda a série de malabarismos por entre monumentos icónicos, como a grande Muralha da China ou pela Torre Eiffel. Na sua essência, o jogo combina corridas e plataformas num side-scroller de perícia, colocando à prova as habilidades (e a paciência) dos jogadores. O controle de peso do piloto e a aceleração, são a base da estrutura deste título, que irá forçar o jogador a levantar-se consecutivamente, depois de um grande número de quedas.

Com esta nova edição, este Trials Rising incorpora a sua fórmula vencedora de longa data, mas quer dar-nos um nível qualitativo digno de um título de 2019. Caso seja a primeira vez que conduzem uma mota, posso adiantar que se vão sentir particularmente frustrados por não conseguir dominá-la de imediato. Contudo, não se preocupem, faz parte da aprendizagem do sistema de controlo, que leva algum tempo a ser assimilado. Depois de umas aulas, presentes no jogo através da Universidade de Trials, estarão aptos e irão perceber que se torna bastante intuitivo colocar o peso certo nas subidas e descidas. Como costumo dizer nestes casos: “a prática leva à perfeição”.

Trials Rising é um jogo de corrida atípico e não faz da velocidade o seu ponto forte, mas sim na precisão de execução nas várias acrobacias. A obtenção de uma medalha de ouro, está directamente ligada à perícia de saber lidar com a física dos veículos. Tal como nos demais jogos da série, os níveis iniciais vão ser relativamente simples mas tendem a tornar-se cada vez mais inacessíveis corrida após corrida, variando bastante entre plataformas perfeitamente lineares ou rampas em chamas que temos de ultrapassar. O desafio não está tanto na forma como aceleramos ou sabemos manobrar a mota, mas sim como saltamos e acertamos no timing certo da acrobacia. Noutros lados, é mais a destreza em abordar obstáculos como um gigante puzzle. O que também aumenta o nosso interesse em melhorar prestações e talvez até repetir níveis.

As várias pistas que vão conduzir ao longo do jogo com a vossa mota, estão espalhadas por todo o mundo, com localizações icónicas nos Estados Unidos da América, Europa e Ásia. Existem, ainda, 9 ligas principais que estão agregadas num brilhante modo de carreira. Outra grande novidade é a possibilidade de aceitar contratos com marcas conhecidas, a fim de obter patrocínios em troco de acrobacias mortais e muito divertidas. Uma delas, leva-nos a lançar o nosso piloto por uma falésia repleta de bidões explosivos. Nada perigoso.

Ao longo deste modo de carreira e consoante o vosso nível de experiência, são desbloqueados os estádios. Estes são, basicamente, um teste conclusivo para cada uma das sessões do modo carreira. No seu rigor, são uma competição de eliminação, onde somos obrigados a chegar à meta entre os primeiros quatro participantes e gradualmente chegar ao topo do pódio. O prémio, porém, pode criar alguma apreensão. Os lugares cimeiros oferecem-nos uma caixa com equipamento…

Sim, parece que a Ubi continua a insistir nas infames mecânicas das Loot Boxes. Agora, nem Trials escapa à fórmula comercial. Estas caixas são podem ser ganhas através da progressão natural do jogo ou por compra directa com dinheiro. Não são particularmente nefastas, uma vez que oferecem apenas equipamento estético para a nossa mota e para o piloto, nada sério ou invasivo. No entanto, eu recomendo que desbloqueiem este equipamento através do progresso normal do jogo. Até porque é um incentivo a jogar mais.

Se o modo carreira não chegar, temos um modo multi-jogador, ao qual são chamados para bater os tempos da vossa lista de amigos ou competir em corridas cheias de obstáculos. Nestas até um máximo de oito jogadores competem para chegar primeiro à meta. Perfeitamente linear, bastante divertido, embora perfeitamente casual, quanto a mim.

Outra novidade desta série, é o Tandem Mode, que coloca dois pilotos numa só mota. Ambos terão de comunicar para conseguir distribuir o peso de forma correcta entre os dois pilotos para cada um dos desafios. Se um piloto é complicado, agora imaginem dois!

E não posso deixar de realçar uma das características que mais gosto nestes jogos. O famoso editor de pistas, que tem vindo a marcar presença nos últimos jogos, está melhor que nunca. E, de facto, faz muito pela longevidade deste jogo, dando largas à imaginação dos jogadores, para depois partilhá-las online.

Como não podia deixar de ser, tempos de falar do grafismo deste título. Não é que os jogos anteriores fosse grandes feitos técnicos, mas sempre foram “agradáveis ao olho”. O nível gráfico deste jogo, parece-me mais cuidado com pequenos pormenores espalhados por todos os cenários. Também os próprios níveis me parecem mais dinâmicos com muitas animações e alterações a acontecer durante as provas. Mesmo quando estamos focados no equilíbrio do piloto, é inevitável não olhar para o que está a acontecer em segundo plano. Não ganhará nenhum prémio em particular, mas a performance não compromete e é só isso que pedimos deste jogo tão divertido.

Veredicto

“Em equipa que ganha, não se mexe.” Trials Rising dá uso a uma fórmula simples e bastante funcional que toda a série nos habituou. É o culminar de uma afinação de todos os elementos que tornaram a série famosa e ainda foi adicionado um modo cooperativo super divertido para dois jogadores. Temos pena que tenha dado uso às infames Loot boxes, mesmo sendo apenas com equipamento estético. Agora, se há jogo viciante que exige destreza e alguma sorte, é mesmo este.

  • ProdutoraRedLynx
  • EditoraUbisoft
  • Lançamento26 de Fevereiro 2019
  • PlataformasPC, PS4, Switch, Xbox One
  • GéneroArcade, Condução, Plataformas
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Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

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Não Gostámos
  • Loot boxes

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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