Strike Suit Zero Foco Indie

Análise: Strike Suit Zero: Director’s Cut

Strike Suit Zero, um título de combate espacial desenvolvido pelo estúdio independente Born Ready Games, está de volta, desta vez na versão Director’s Cut. Nesta versão podemos contar com um modo história completamente reestruturado, onde vamos encontrar novos diálogos e a possibilidade de desbloquear o Strike Suit mais cedo do que na versão original. O grafismo foi também actualizado de modo a poder acompanhar a nova geração e podemos agora contar com uma maior escala de naves, texturas actualizadas e um sistema de efeitos de luz melhorado. Strike Suite Zero: Director’s Cut oferece também o pacote DLC Heroes of the Fleet e mais dois Strike Suits. Em suma, Space Combat Reborn (Um Renascer do Combate Espacial, numa tradução muito livre), a premissa com a qual o estúdio anuncia este título. Será que assim é? Juntem-se a nós nesta análise e saibam a resposta.

De facto, a primeira coisa que nos salta à vista, assim que entramos no cockpit da nossa nave é o espaço. A cada missão, alteram-se os pontos no espaço onde ocorrem os eventos da história deste título. O grafismo, pode não ser o exponente máximo do que podemos (e devemos, na opinião de alguns) encontrar nesta nova geração, mas cumpre e muito bem oferecendo-nos cenários de cor vibrante, cuja arte assenta como uma luva no universo deste título. Confesso que uma batalha espacial em grande escala, com o planeta Terra como fundo, é deveras empolgante.

No que toca a jogabilidade, é aí onde se nota a versatilidade, inovação e o revitalizar do género. Com fortes inspirações em títulos como Elite, Homeworld, Freelance, Colony Wars, Star Wars, Gundam, Macross, e Free-Space, combater no espaço continua a ser aliciante. Ao nosso dispor temos várias naves de combate, cada uma com características diferentes: umas oferecem mais mobilidade, outras um poder ofensivo superior e outras que, ao sacrificar a mobilidade, beneficiam mais a sua capacidade defensiva. Além das naves, claro, vamos também desbloqueando um vasto leque de upgrades e armas (canhões de plasma, misseis, metralhadoras, lasers, etc.) os quais vamos utilizar para costumizar a nossa nave preferida.

Só que o que mais se destaca é, claro, o que oferece o seu nome a este título, o Strike Suit. Trata-se de um veículo com a capacidade de alternar entre a forma de nave e de um poderoso mech. Assim que o controlamos é impossível não sentir de imediato um fantástico sentimento de poder. Uma vez que a sua forma de nave pode também ser costumizada, é fácil adaptar o Strike Suit ao nosso estilo de jogo. Já na forma de mech, foi para mim impossível deixar de me lembrar de Gundam (já mencionado acima), Zone of the Enders e até mesmo Panzer Dragoon devido ao sistema de disparo de misseis que nos permite fazer target-lock a um enorme número de inimigos. A forma de mech não é tão ágil como a forma de nave e por isso saber quando devemos alternar entre as duas formas é crucial.

Com tudo isto é pena que a história fique um pouco aquém das expectativas, chegando a tornar-se bastante linear. Mesmo com novos diálogos e apesar de estarmos sempre acompanhados por uma boa banda sonora, composta por Paul Roskay (Homeworld), é impossível fugir a alguma previsibilidade. No entanto a personagem Control e os ocasionais plot twists deixam-nos com alguma curiosidade, o que nos faz continuar. Só que  é um facto que acabamos por entrar nas missões mais pela jogabilidade e acção do que por outra coisa. As primeiras missões são infelizmente, também, um pouco repetitivas mas a meio da campanha as coisas ficam mais sérias, e começam a surgir as batalhas de maior escala.

Nestas batalhas destaca-se toda a inteligência artificial que simula e capta muito bem a essência de uma guerra, neste caso espacial. Nada espera por nós, aliás depressa nos percebemos que nós somos apenas mais um soldado naquele conflito e que nem tudo se centra à volta do nosso personagem. Tanto que acabamos por sentir que fazemos parte de algo muito maior. Só é pena que apesar de todo o trabalho levado a cabo por Junji Okubo (artista que desenhou todos os mecha e naves de Infinite Space) a desenhar as naves deste título, um facto é que a variedade de inimigos é escassa. Assim, não tanto pela situação de combate em si, mas pelos inimigos que enfrentamos, o ponto forte deste título acaba também por cair na repetição. Basicamente situações diferentes mas inimigos iguais.

Veredicto

Apesar de alguma repetição e de um modo história algo linear, é de salientar todo o universo que envolve Strike Suit Zero. Os cenários são bem agradáveis à vista e mostram-se em pleno contraste com a forma como encaramos o espaço, sempre tão escuro e vazio. Acompanhados por um bom trabalho a nível de banda sonora é fácil ficarmos envolvidos num combate espacial tão original e livre, na medida em que a jogabilidade nos permite uma enorme série de abordagens diferentes que fazem que com que uma situação de combate nunca seja igual a outra. Só é pena que a pouca variedade de inimigos não ajude neste caso.

  • ProdutoraBorn Ready Games
  • EditoraBorn Ready Games
  • Lançamento8 de Abril 2014
  • PlataformasPC, PS4, Xbox One
  • GéneroAcção
?
Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Modo história algo linear e por vezes previsível
  • Pouca variedade de inimigos

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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