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Análise: Scribblenauts Unlimited (Wii U)

Scribblenauts Unlimited estreia-se na Wii U com o protagonista Maxwell a tentar libertar a sua irmã de uma maldição petrificante, feitiço que só pode ser quebrado através da recolha de Starites. Estes são objectos mágicos que são descartados em fragmentos por pessoas sempre que se encontram felizes e despreocupadas dos seus problemas (acreditem que os problemas variam bastante). Maxwell, na sua espécie de dia-a-dia indolente, usa o seu bloco de notas para criar tudo que lhe vier à cabeça, através das palavras que lá escreve. Posso dizer que estou bastante orgulhoso do meu T-Rex mutante gigante que dispara raios através de um pónei robô sentado numa cadeira de rodas… priceless.

É um simples pretexto para lançar Maxwell numa espécie de open world. Digo isto porque os outros jogos da saga eram divididos por níveis, em que cada um representava um dilema com um tema específico, com a sua consequente pontuação e recompensa de uma a três starites. Nesta sequela, este esquema foi alterado para um conjunto de locais e ambientes sidescrolling onde os NPCs que nestes habitam representam um mini puzzle/dilema que, quando resolvido, é nos recompensado com uma única Starite.

O problema com este novo modelo é que a maior parte do tempo é gasto desta forma bastante simplista com o destaque para os NPCs, descobrindo o que eles precisam, escrevendo o item e pronto. Claro que existem desafios um pouco mais complexos, onde Maxwell executa uma série de tarefas que contam um pouco mais sobre a narrativa mas acabam por seguir mais ou menos o mesmo padrão. Sim, o jogador tem sempre um pouco de liberdade criativa no tipo de objecto que pode criar mas, quando o requisito acaba por ser básico, linear ou explicitamente sugerido, deixa pouco espaço para desafiar a mente do jogador.

Mesmo com o sistema de adjectivos já introduzido nos outros jogos da série, onde podemos alterar tamanho, cor e comportamento, pode ajudar no elemento criativo mas nada disto influencia directamente a verdadeira utilidade do objecto. Isto torna todo o esquema de adjectivos o mais fútil possível, mesmo que seja visualmente atractivo. Quando o jogo nos diz sem rodeios a solução para estes mini-puzzles, acrescentamos adjectivos ou divagamos na criação do objecto apenas por diversão pessoal para tentar oferecer algo diferente daquilo que nos é pedido, já que todo este exercício é um pouco forçado. Por vezes acabamos por criar algo tão fantástico que apesar de ser plausível, é irreconhecível para o sistema de jogo, voltando assim a criar algo sem ambição e mais simples, apenas para resolver o puzzle e seguir para o próximo.

Scribblenauts Unlimited tira proveito da função on-line da Wii U, permitindo agora aos jogadores criarem e compartilharem as suas próprias criações ou aberrações (no caso das minhas). A profundidade da criação nunca foi tão vasta mas, ao contrário do seu título, ainda é um pouco limitada. Mesmo assim não deixa de ser impressionante e divertida a capacidade que este jogo tem de nos surpreender com as possíveis e variadas criações, agora partilhadas por todo o mundo. Porém, tudo parece em vão quando nos apercebemos que todo este elemento criativo não passa de uma partilha de ideias. A vertente on-line acaba por ser apenas uma ligeira expansão das ideias já usadas nos jogos passados.

O Wii U Gamepad é usado tal e qual como se de uma Nintendo DS se tratasse. Consequentemente a interação com a televisão é praticamente desnecessária. Foi ainda introduzido um modo raio-x onde podemos ver com mais facilidade quais os NPCs que representam puzzles no ambiente, apesar de rapidamente percebermos que a sua utilidade é quase nula. Por isso, acabamos por jogar todo o jogo no gamepad, retirando assim a desnecessária viagem de atenção entre a televisão e o gamepad, ficando apenas a emular assim o gamepad de uma DS.

Veredicto

Esta nova versão de Scribblenauts, é um exercício de apatia para com todos os elementos de criação e solução a que já estamos mais que habituados nos títulos anteriores. Acho que para este título conseguir manter a atenção dos fãs deveria expandir o seu universo com novas mecânicas de jogo e tentar ter mais em conta as enormes variáveis que os puzzles podem oferecer deixando a própria solução do mesmo ser a recompensa da criatividade do jogador. É isto que os primeiros jogos da série ofereciam e não apenas baldes de opções de personalização fútil. Posso aconselhar esta versão do Scribblenauts para quem se queira deslumbrar com a versão mais vibrante e detalhada da série. Caso contrário, esta não é a versão mais aliciante. Para isso contem com as sequelas passadas que se encontram disponíveis nas mais variadas plataformas e acabam por captar melhor a essência do que é verdadeiramente o Scribblenauts.

  • Produtora5th Cell
  • EditoraWarner Bros. Interactive , Nintendo
  • Lançamento6 de Dezembro 2013
  • PlataformasPC, Wii U
  • GéneroAventura, Puzzle
?
Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Puzzles simples
  • Fraca interactividade on-line
  • Novo modelo de jogo demasiado simples

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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