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Análise: Rise of the Tomb Raider (Actualização)

Actualização: Um ano depois, Rise of the Tomb Raider chega à PlayStation 4 e ao PlayStation VR para celebrar o seu 20º aniversário. Continuem a ler para conhecer as novidades desta versão. 

Rise of the Tomb Raider: 20 Year Celebration

Um ano depois de Rise of Tomb Raider ser lançado em exclusivo para a Xbox, chega a vez da PlayStation 4 receber o jogo e em celebração do seu 20º aniversário. Esta edição traz consigo novos conteúdos para adicionar ao seu fantástico modo de carreira a solo. Temos um novo nível chamado de Blood Ties, que tem lugar na mansão da Lara Croft e é compatível com o PlayStation VR e um novo modo chamado de Lara’s Nightmare, que leva a nossa heroína a combater com hordas de zombies na mesma mansão. Para além destes novos modos, a produtora Crystal Dynamics adicionou um novo nível de dificuldade superior para quem procura um desafio a sério e um modo cooperativo para o já existente Endurance.

Estes níveis que iremos falar nas próximas linhas, também ficarão disponíveis para compra a todos os que adquiriram o jogo em 2015 para a Xbox One e em Janeiro deste ano para o PC. A mais valia de adquirir esta versão comemorativa, é o facto de trazer todos os DLCs e actualizações de título que foram lançados entretanto.

Vamos começar por falar de Blood Ties. Este nível é uma excelente adição à história por várias razões. Durante a sua jornada, Lara Croft terá a difícil tarefa de provar que a mansão é sua por direito por causa de uma série de eventos que ocorrem no jogo. Apesar de curto, este nível adiciona excelentes pormenores à história, com a infância de Lara no epicentro deste capítulo. Enquanto caminha pela sua casa, a heroína irá cruzar-se com várias memórias das suas anteriores aventuras (leia-se “dos jogos anteriores”), incluindo a pioneira aventura de 1996 para a SEGA Saturn e PlayStation. Através destas memórias vamos também descobrir como os seus pais se conheceram e outros pormenores que enriquecem o enredo.

Não vamos entrar em mais detalhes para não estragar nenhuma surpresa, mas recomendamos que apanhem todos os coleccionáveis e leiam os documentos que encontrem. Se forem fãs desta heroína, não se vão arrepender dos pormenores nostálgicos com que se vão cruzar. E, no final, até darão toda uma nova motivação à famosa salteadora de túmulos.

Quem possuir um PlayStation VR, poderá jogar este nível de uma forma única com a ajuda do headset. A perspectiva será, obviamente, na primeira pessoa e são dadas duas opções. A primeira, é jogar sentado e controlar a protagonista com os controlos clássicos. Contudo, digo-vos que jogar em Realidade Virtual com os típicos comandos é muito propenso a causar náuseas, nós não aguentámos muito tempo. A segunda opção mais aceitável permite-nos jogar em pé e em vez de controlar a Lara Croft livremente, somos levados de ponto em ponto, tal como em Batman Arkham VR. Esta opção é, de longe, a melhor, embora bem menos interactiva.

O problema de jogar com o dispositivo PS VR é que não acrescenta nada de novo ao jogo. Parece ser apenas uma demonstração de capacidades que não oferece grandes diferenças na jogabilidade, excepto alterar a perspectiva e levar-nos para a primeira pessoa. Não deixa de ser interessante visitar e conhecer todos os cantos da mansão da família Croft como se lá estivéssemos mesmo, mas devemos interpretar mais como uma prova de conceito.

Assim que completarem o nível anterior, irão desbloquear o pesadelo de Lara. Este nível isolado também tem lugar na mansão Croft, numa espécie de realidade alternativa. Nesta, os míticos mortos-vivos teimam em continuar na moda. O interessante deste nível são os vários objectivos que nos são dados. Não vamos apenas matar zombies, para além de sobreviver às hordas de desmiolados, terão um boss para derrotar e, como não podia deixar de ser, uma também uma nova tumba para explorar.

Este modo de jogo, uma vez mais, também não acrescenta nada de novo ao jogo. Aqui a ideia que fica é que a equipa queria adoptar o género de shooter, já muito bom no jogo original. Só que esta descolagem completa do tema genérico do jogo, para uma aventura de sobrevivência com zombies parece um tanto ou quanto forçada. Enfim, é algo diferente para as aventuras de Lara Croft. E, afinal, é só um pesadelo do qual podem acordar e dar continuidade ao resto do excelente jogo que resta.

Para além destes novos níveis, a dificuldade “Extreme Survivor” surge para vos desafiar na inteireza do jogo. Limita bastante o pontos onde podem salvar o progresso, uma vez que só podem fazê-lo em acampamentos. Isto significa que se morrerem entretanto, voltarão para o acampamento anterior, bem ao género de Dark Souls. Muito pode acontecer entre estes ditos acampamentos, se tivermos em conta que os dois primeiros capítulos não têm nenhum disponível nos primeiros momentos.

Acreditem que frustra bastante voltar atrás depois de largos minutos de tiros, plataformas e puzzles. É que, ainda por cima, os restantes recursos tornam-se escassos, incluindo as munições e a energia de Lara é mais fraca. Os inimigos ficam mais certeiros e têm mais energia. Como se não bastasse, o sistema de crafting fica mais limitado. Em suma, esta é a dificuldade para quem procura um desafio a sério.

Por fim, nesta edição dos 20 anos de Tomb Raider, todos os DLCs que foram lançados até agora estão cá para dar alguns bónus em jogo. A protagonista recebe ainda cinco novas skins, incluindo uma original de 1996 e o fato da Antárctica que Lara Croft usou na sua aventura no Tomb Raider III. As mudanças são apenas estéticas, mas oferece uma boa nostalgia ao fãs.

Veredicto da Actualização

Rise of the Tomb Raider: 20 Year Celebration tem muito para oferecer em jeito de brinde para os fãs da série. Com o novo nível Blood Ties, o legado da série foi honrado. Afinal esta é uma edição que comemora os 20 anos de Tomb Raider. Conhecemos novos pormenores da história de Lara Croft, ao mesmo tempo que revisitamos alguns momentos icónicos. Quem já terminou o jogo pode tentar agora ultrapassar na nova dificuldade extrema. E os possuidores de PlayStation VR tem o bónus de poderem conhecer a mansão na primeira pessoa. Em termos de novidades, não é um jogo novo, mas recordamos que o original foi um dos nossos preferidos do ano passado e merece ser jogado, agora também na PlayStation 4.

Análise Original de 10/11/2015 (X360/X1)

Para muita gente, este novo capítulo da Lara Croft vai passar ao lado. Isto porque, como exclusivo temporário da Xbox One e Xbox 360, ainda vai demorar a chegar às demais plataformas. É, no entanto, uma perda enorme se não jogarem Rise of the Tomb Raider. Este é, sem dúvida, um dos melhores jogos do seu género.

Pelas mãos da experiente Crystal Dynamics, o novo rumo de Tomb Raider conta como a célebre heroína Lara Croft chegou ao estatuto de salteadora de túmulos dos títulos clássicos originais. Se o jogo anterior já foi um dos nossos preferidos, este chega-nos com muita ambição de ser ainda melhor. Não é que seja realmente diferente, é maior e mais orientado para a exploração e puzzles, expandindo o crafting e a evolução da personagem. Mas, já me estou a adiantar, vamos lá falar do enredo primeiro.

Cá está Lara novamente em busca de algo que acaba por ser uma causa bem maior que saquear túmulos em busca de tesouros. Um ano depois de andar a fugir dos perigos na remota ilha de Yamatai do jogo anterior, Lara descobre que uma organização de nome Trinity está em busca de tesouros sobrenaturais. Quando o seu passado, que inclui o seu falecido pai, se cruza com os interesses da organização, Lara depressa descobre que precisa, não só salvar o nome do seu pai (e a sua sanidade), como também precisa evitar que a Trinity tome posse de um poderoso artefacto que lhe pode conferir um poder sem precedentes.

O enredo tem direito a reviravoltas na narrativa mas com o desfecho esperado e sem grandes surpresas pelo meio. Até é uma boa história que nos entretém entre puzzles e missões paralelas, já para não falar nos algo desnecessários coleccionáveis que já vou falar. O enredo é contado com algumas das melhores cenas intermédias que irão experimentar num videojogo, só possíveis com o excelente casting. São mesmo esses actores que transmitem as emoções fortes nas interacções e nos momentos chave. Claro que estes actores brilham ainda mais graças aos grandes atributos técnicos jogo.

E é mesmo disso que quero falar já. Geralmente deixo esta parte mais técnica para o final, mas tenho de destacar a fantástica experiência visual que é Rise of The Tomb Raider. Na versão que analisámos na Xbox One, tudo é realmente fantástico. As texturas, a iluminação, os efeitos visuais e atmosféricos receberam enorme atenção da produção. Os próprios modelos e personagens estão soberbos, com especial destaque para os credíveis e quase realistas movimentos corporais e expressões faciais. Há alturas que só mesmo um ou outro pormenor nos faz lembrar que aquelas são personagens fictícias e não actores de carne e osso.

Também as paisagens estão criadas com detalhe impressionante. Desde a árida Síria até à implacável Sibéria, há tantos pormenores a destacar que estava aqui horas. Só quero dar ênfase à fantástica neve que reage aos passos de Lara e, se for mais espessa, até lhe dificulta a acção. Mas há mais, muito mais. Também Lara sofre com os elementos ao ficar com neve e gelo acumulado na roupa, treme quando sai da água gelada ou fica suja se andar a rastejar no chão. E tudo isto é transitório entre acção e cenas intermédias. É normal estarem a ver uma fantástica cutscene e, de repente, Lara ficar de costas para o ecrã e só então percebem que já estão a jogar sem haver interrupção… Muito bom.

A qualidade do jogo, felizmente, não se prende aos gráficos. A jogabilidade é também uma evolução do jogo anterior. Sim, continuamos a ter muitos momentos de escalada e tiroteios. É normal que este jogo vos lembre bastante uma outra aventura de um outro salteador famoso, chamado Nathan Drake, numa tal série chamada de Uncharted. Sem dúvida que um e outro jogo tem beneficiado de ambas as evoluções de interacção das séries rivais. Neste jogo, senti muitas vezes aquela pressão e inimigos em vagas ou então a preferência da acção furtiva, mecânicas tão bem amadurecidas em Uncharted. Posso é dizer que Lara se porta de certa forma melhor nessa parte mais furtiva, com cobertura automática e mais atenção a engodos, armas improvisadas e outros artifícios para evitar combate directo. E Lara é mais gira… (desculpa Drake!).

Ao contrário do jogo anterior, o foco não está tanto nesta parte da acção. Não deixa ser interessante essa componente de combate. Temos bons momentos de arenas ou tiroteio à distância em confrontos assimétricos (Lara contra… todos?). Mas não queremos que seja só um jogo de acção na terceira pessoa e, sim, também um jogo de aventura e exploração. Além dos fantásticos momentos em que vão tirar imensas capturas de ecrã a escalar escarpas geladas ou a saltar sobre precipícios de ruínas Bizantinas, tudo enquanto se debatem por explorar o vasto mapa com meteorologia dinâmica e ciclos de noite e dia, há muitas missões paralelas, cavernas para explorar, desafios para ultrapassar e coleccionáveis para descobrir.

Diria até que há coleccionáveis demais para descobrir. Qual Assassin’s Creed, vamos chegar sempre tarde aos nossos compromissos de ajudar os locais ou combater a Trinity porque estamos ocupados com o sistema de crafting, acumulando itens e a angariar partes de armas. Uma vez mais, é nos acampamentos improvisados podemos evoluir a personagem, melhorar o equipamento e até fazer mais munições. Caçar animais pelas suas peles, apanhar lenha, bagas, pedaços de tecido e até cogumelos, fazem parte da rotina de Lara de modo a continuar a evoluir e a produzir itens essenciais. Estes acampamentos são também um ponto para Fast Travel, para evitar transitar por longos trilhos até à próxima missão, ou até para regressar a um ponto anterior na evolução do mapa e abordar um ou outro desafio mais complicado que deixámos para trás.

E leram bem o que disse acima? Há cavernas para explorar. Sim, é o regresso tão desejado dos túmulos para saquear. Afinal a série chama-se Tomb Raider (Salteadora de Túmulos) e no último jogo muito pouco jus se fez a esse título. Felizmente, há aqui um regresso bem vindo às origens com desafios e puzzles de plataformas, alguns bastante desafiantes e até enervantes. Nestes, é muito possível termos de intercalar a escalada de paredes com picaretas, com plataformas que abrem comportas e… nadar… sim, estão de regresso os famigerados dotes submarinos de Lara com alguns dos momentos mais frenéticos neste jogo. E cuidado com as armadilhas deixadas pelos arquitectos destes locais. Se não tiverem cuidado, acabam num buraco cheio de lanças afiadas.

Mas se Lara cair numa armadilha… não há problema. Sempre temos os checkpoints. Tirando algumas raras excepções, os ditos checkpoints (pontos de salvamento automático) estão muito bem colocados e nota-se que a Crystal Dynamics perdeu imenso tempo a concebê-los de modo a que não fossemos (muito) penalizados pelos erros. É normal em algumas partes cairmos de um precipício e termos de voltar para uma secção bastante mais atrás. Mas, quase sempre, os checkpoints iniciam-se logo antes desse “salto mortal”. Talvez porque a produção se fartou de cair ali mesmo?

Fora da carreira principal, saibam que todas as missões podem ser jogadas novamente com modifiers. Estes são dados pelas célebres cartas que podem ser compradas com dinheiro de jogo ou dinheiro real (as tais micro-transacções). Nas Expeditions, podemos escolher um modo de jogo mais difícil, começar o jogo com armas específicas, obter mais mantimentos, etc. Há cartas bastante cómicas como a que transforma setas em galinhas (sim, disparam frangos). Cada carta dá ou retira percentagem de pontos de experiência, acumulando de todas as cartas. As tentativas entram para uma lista mundial com tempos finais de missão (contra-relógio), pontuação máxima e outros objectivos. Se querem um desafio, joguem um dos níveis na dificuldade máxima, sem qualquer informação no ecrã, com a carta sem munições no início, apenas com o arco e flecha disponível e, aí sim, serão os verdadeiros heróis…

Há alguma coisa negativa a assinalar? Sim, infelizmente. Nota-se uma ausência de ajudas visuais, sobretudo no que diz respeito a pontos de interesse de missão. Quando pressionamos no botão de “Instinto” (botão R3), surge iluminado um ponto de interesse ou o ponto de destino da missão principal. Mas o mesmo não acontece com as missões secundárias, por exemplo. É preciso consultar demasiadas vezes o mapa e é bem possível que se percam sem saber muito bem o que fazer. As plataformas para escalar possuem quase sempre uma mancha branca que nem sempre é prontamente percebida no fundo.

Depois há a câmara de jogo… é possível perder algum tempo a falhar as plataformas ou a errar nos tempos, tudo porque a câmara decide ter vida própria. É possível controlá-la, mas por vezes há situações em que a câmara se move sozinha e nos tira campo de visão de forma involuntária. Não é o único jogo com este problema e este automatismo serve para a dramatização da cena, só que não ajuda muito na acção.

Por fim, o erro que menos gostei e que realmente faz este jogo perder alguns pontos. Sobretudo mais para a frente no jogo, quando passamos um checkpoint ou uma secção com auto-save, o jogo bloqueia por segundos. Não é bem um freeze, porque a música continua. Parece apenas que a Xbox se está a debater para salvar o jogo e a imagem imobiliza-se por momentos. Não chateia muito, uma vez que os Loading Screens são raros e o bloqueio até dura pouco tempo. No entanto, parece merecer uma correcção, já que não faz justiça à grande qualidade geral do jogo.

Veredicto

A par de outros grandes lançamentos este ano, Rise of the Tomb Raider é um grande título. Obrigatório na Xbox One ou Xbox 360 para todos os fãs de Lara Croft, não menos obrigatório para os fãs da exploração, sobrevivência e combate que não se importem de ter pelo meio uns puzzles de plataformas para completar. Só tenho pena que a malta da PS4 e PC não se possam juntar à festa tão depressa. Iriam adorar este título. Talvez por este motivo não chegue mesmo ao topo das vendas este ano, mas vai ficar lá perto, estou certo. Até porque as poucas falhas que tem são realmente menores e não muito significativas. O jogo é visualmente deslumbrante e com grandes momentos de jogabilidade e desafio. Merece mesmo a vossa atenção. Levem a Lara Croft lá a casa um dia destes e vejam o que digo (cuidado que ela vai armada, de certeza!)

  • ProdutoraCrystal Dynamics
  • EditoraSquare Enix
  • Lançamento13 de Novembro 2015
  • PlataformasPC, PS4, PSVR, Xbox 360, Xbox One
  • GéneroAventura
?
Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Quebras durante os checkpoints
  • Falta de informação em alguns momentos
  • A malta que não tem Xbox vai ter de esperar por um grande jogo

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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