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Análise em Progresso: Os primeiros dias de Tom Clancy’s The Division

Um jogo tão grande, merece uma boa análise. Fazer agora um veredicto a Tom Clancy’s The Division, porém, seria injusto. Assim, preferimos fazer uma análise em progresso, acompanhando a nossa evolução no jogo e consequentes acertos e melhorias da Ubisoft. Esta primeira parte focar-se-á no jogo base, mecânicas e no modo a solo e cooperativo.

Antes de mais, temos de falar do enredo. Qualquer análise que fazemos aqui, começamos por falar da história deste jogo. Ora, é bem provável que, graças à inundação de artigos e promoção deste jogo já a conheçam. Já devem saber que um vírus mortal espalhou-se por Nova Iorque no famoso dia de loucura da Black Friday. O vírus foi espalhado por notas bancárias, num aparente golpe terrorista. Em resultado, milhares de cidadãos foram contaminados em poucas horas e o vírus a espalhou-se fora de controlo. Nova Iorque acabou encerrada em quarentena, com muitos evacuados e… a saque. No desespero da procurar por uma cura e na intenção de devolver a ordem à “Grande Maçã” o Governo dos EUA activa a “Division” para repor a ordem e ajudar a resolver este enorme problema. Nós somos um desses agentes.

Partam do princípio que esta análise terá imensas comparações com a nossa Antevisão publicada aquando da primeira fase Beta, tendo sido o momento em que muitos puderam testar este jogo pela primeira vez. Equivaler essa versão Beta do jogo a esta é inevitável. Até porque muitas lógicas e mecânicas transitam dessa versão para esta, mesmo que hajam algumas diferenças importantes que tentarei destacar. É também importante mencionar que farei algumas comparações, também inevitáveis com o jogo Destiny da Bungie. Não porque sejam realmente semelhantes, mas porque partilham imensas lógicas de jogabilidade, devidamente ajustadas para a realidade deste The Division.

Como sabem, o arranque deste jogo foi algo tremido. Só mesmo no seu segundo dia de vida, dia 8, é que consegui realmente jogar de forma relativamente contínua sem as constantes interrupções dos erros de ligação. Mesmo assim, até ontem continuei a ter diversas falhas de sincronismo, mesmo que as quebras de ligação ao servidor tenham, aparentemente cessado. Esta semana estão a ser preparadas intervenções ao jogo e respectivos servidores, uma vez que o online ainda não está a 100%. No entanto, como já é possível jogar sem interrupções, inicio aqui a minha análise aos conteúdos.

Depois de uma curta introdução, somos apresentados à personalização da personagem. Agora já temos bem mais opções de escolha que na Beta, desde sexo, raça, diversos tipos de cabelo, piercings, tatuagens e outras personalizações. No entanto, estas opções estão aquém de outras personalizações de jogos modernos. Vamos sempre encontrar muitos jogadores no mundo de Division com a cara que escolhemos, garanto. Aqui consigo ver o primeiro paralelo com Destiny, com essas limitações de personalização. Não chateia muito, confesso, mas gostamos sempre de deixar o nosso cunho nos jogos que jogamos, nem que seja para podermos ser diferentes.

Personalização feita, não somos logo “lançados às feras”. A introdução a Division, com imensos pequenos tutoriais e missões de exemplo, é feita no pequeno mapa inicial de Brooklyn, antes de entrarmos no “circo” que é Manhattan. O primeiro impacto que tive nesta introdução foi com a significativa melhoria visual desde as Betas que testei. A versão que sempre usei para os meus testes foi para Xbox One e devo dizer que aquelas texturas sumidas e efeitos de blur permanentes foram aprimorados de forma competente. Sim, é sempre impossível comparar com a soberba versão para PC, mas não deixa de ter óptimo aspecto na consola da Microsoft. Ambientes, ciclo de dia e noite, meteorolgia, tudo fantástico e quase, quase realista. Muito poucas quebras de performance, só mesmo com o sincronismo errático do servidor. Mas isso deve passar em breve.

Quando as balas começam a voar é que se apercebem que esta é uma experiência de combate. Tudo o que gostámos da Beta neste campo está de volta com algumas novidades e nuances curiosas. Se bem se recordam este é um jogo de combate na terceira pessoa com cobertura e com base em instâncias de linearidade em missão ou “encontros” semi-aleatórios. Um dos modos, o primeiro a que são introduzidos, será um formato PvE (Player Vs Environment) em que podemos jogar contra a Inteligência Artifical a solo ou cooperativamente. Há também um outro modo PvP (Player Vs Player) chamado de Dark Zone que só irei falar numa outra parte desta análise.

Nos combates do modo PvE os adversários mereceram muita atenção por parte da produção, desde as Betas anteriores. Acusados de serem “demasiado fáceis” ou “pouco desafiantes”, os inimigos artificiais, não só estão mais persistentes, como aparecem muito mais pelo mapa (em encontros e em determinadas zonas pré-estabelecidas), além de agora serem escalados de acordo com o nosso nível. Isto tem tanto de positivo como negativo. Se, por um lado, a solo vamos tendo uma melhor justiça nos combates iniciais, por outro, basta temos um companheiro no esquadrão com nível mais alto e os adversários são mais implacáveis. Notem porém, que os bairros de Manhattan são divididos por dificuldade. Se forem nível 7 não convém andarem por bairros de nível 20, por exemplo. Aqui a escala não baixa para vos favorecer.

Para disparar temos sempre três armas para escolher rapidamente (duas armas principais e uma pistola), podendo carregar mais no inventário. Há desde pistolas-metralhadoras, espingardas de assalto, caçadeiras, snipers, metralhadoras pesadas, entre outras. Apesar das diversas destas armas terem merecido atenção ao nível de poder de fogo, dano provocado e eficácia, as primeiras armas que vão ter no jogo são deploráveis. De facto, só bem mais lá para a frente começam a surgir armas com mais poder de fogo, além de poderem ser melhoradas com modificações. Algumas terão também bónus únicos e características importantes, como recuperarem energia a cada Headshot, entre outros atributos.

Também o nosso equipamento pode ser melhorado com o loot que vamos apanhando, comprando em vendedores ou construindo-o. Desde a mochila que carrega o equipamento e loot, as luvas, joelheiras, máscara de filtro de partículas, coldre da pistola e colete à prova de bala, quanto melhor protegidos estivermos, melhor. Temos de olhar não só para a protecção, mas também para bónus dessa protecção, carga extra ou energia que este equipamento confere. As melhores peças fazem toda a diferença no campo de batalha. Se usarem muitos medkits ou morrerem demasiadas vezes, irão perceber que não bastam as armas e a vossa pontaria com elas.

Para armas, equipamento e outros itens, o jogo conta com um esquema de cores que começa no Cinzento (Worn, banais), Verde (Standard, comuns), Azul (Especialidade, comuns a partir do nível 15), Púrpura (Superior, raras) e Amarela (High End, muito raras). Conseguem ver aqui o paralelo com Destiny? De facto, também muitas das missões que vão apanhar resumem-se a garantir o melhor loot colorido possível, mesmo com outros bónus que já falarei. E este progresso é muito importante para estarem preparados para o desafio do PvP. Convém executarem todas as missões do mapa PvE, não só para evoluírem a personagem com pontos de experiência, como para conseguirem essas armas e equipamento raros que façam a diferença nas missões de carreira e nos encontros, sobretudo contra bosses mais perto do topo da evolução.

Já agora, essas missões variam desde o resgate de prisioneiros, recuperação de mantimentos, eliminação de adversários-chave ou activação de recursos. Há missões principais, inseridas no modo de história, missões secundárias paralelas, missões específicas para evolução de secções e os infames encontros. Além disto tudo, ainda tempos inúmeros coleccionáveis espalhados pelo mapa, que podemos encontrar pela exploração ou depois de terminadas certas missões que revelam os locais de telemóveis, portáteis, Echos (hologramas de eventos passados) e outros coleccionáveis que, quando encontrarem todos, oferecem bónus especiais.

A partir de uma dada altura, já em Manhattan e desbloqueando a conhecida Base de Operações no centro da cidade, começamos a obter outras opções de progresso na carreira. Contamos com três grupos de Skills (Habilidades) e respectivos benefícios: Medicina, com suporte médico e táctico para a equipa, como um pulsar que permite identificar alvos ao redor; Tecnologia, que oferece vantagens ofensivas, como uma granada activada remotamente; E Segurança que permite focar na defesa com o escudo táctico. Mas estes objectos tácticos especiais são apenas o primeiro estágio destas habilidades.

Com a evolução da Base de Operações, será depois possível evoluir cada uma das 12 Skills básicas das secções recorrendo aos 32 Mods (modificações) com benefícios específicos de cada habilidade. É possível equipar granadas muito mais eficazes, escudos e metralhadoras com activação remota, entre outras habilidades modificadas que podem fazer toda a diferença nas situações mais delicadas. E a vantagem é que entre outros jogadores da mesma equipa, podem-se fazer inúmeras combinações avançadas.

Na base também podem desbloquear determinadas bancadas especiais com a evolução do jogo. Há um vendedor de itens raros, uma carreira de tiro para experimentar armas e modificações nas mesmas e até alguns armários com novo loot guardado para nós. A bancada mais interessante, porém, é a de crafting que nos permite criar novas armas e equipamento, com os diversos níveis de qualidade e perks especiais, consoante apanhemos os esquemas para a sua construção (dados em missões, sobretudo). Só tenho pena que o crafting seja simplista, bastando apenas apanhar ingredientes genéricos como tecido ou peças de armas, gastando em unidades. Era interessante criarmos a nossa própria arma peça-a-peça, mas não é esse o intuito, uma vez que o foco é no nível e qualidade e não tanto no aspecto. Pena.

Já agora, no que respeita às já mencionadas armas, os mods para elas também são sujeitos a raridade e código de cores. Desde miras, pegas de fuste, silenciadores e outros, passando pelas pinturas que vamos conseguindo para as armas, é possível personalizar a nossa M4 ou AK47. Claro que sendo na terceira pessoa, uma mira fará pouca diferença (excepto nas miras telescópicas de sniper que podem ser usadas na primeira pessoa). No entanto, cada uma desta peças conferem bónus à arma como aumentos de percentagem de estabilidade, alcance, recuo ou outros bónus importantes. Mantenham as armas com os melhores mods, sempre.

Neste momento em que vos falo, estou num mísero nível 15 do modo PvE, a meio caminho, portanto. A progressão foi relativamente rápida, entrando em Manhattan com um nível 3, próximo do 4. Em poucas horas de jogo, chegar ao nível 15 é relativamente fácil a solo, mas muito mais rápido cooperativamente com três amigos num esquadrão. Acabo muitas missões com loot verde ou cinzento que posso trocar nos vendedores por dinheiro que dará para comprar equipamento superior. Ou então, posso destruir as armas e equipamento para obter ingredientes base para crafting. Neste momento, é perfeitamente normal vender todas as peças cinzentas, verdes e algumas azuis, sempre procurando itens púrpura.

Ao longo das missões que menciono, a progressão manteve-se sempre interessante a solo ou cooperativamente, sem necessidade, para já, de entrar no modo PvP. O que é algo que tenho sempre de comparar com Destiny em que, apesar de ter uma progressão comum (em Division temos duas progressões separadas que explicarei melhor na segunda parte), a solo é quase impossível atingir os níveis mais altos. Veremos na próxima parte se o jogo se manterá interessante depois de todas as missões passadas. Até porque a Dark Zone é mesmo o melhor que este jogo oferece, pelo menos fiquei com essa impressão durante as Betas.

Conclusão do modo PvE

A minha experiência de jogo com tudo o que acima mencionei, mesmo antes de entrar na Dark Zone, leva-me a concluir que estamos perante um excelente jogo no que toca à carreira a solo ou cooperativa. Mesmo quem não tem amigos com quem jogar, não se vai sentir sozinho graças ao matchmaking de cada missão ou mesmo para exploração no modo “free roam“. Há muito para explorar no vasto mapa, com imensas missões, encontros e coleccionáveis. Até agora, Tom Clancy’s The Division é capaz de ser o melhor jogo jamais lançado pela Ubisoft. Arriscaria dizer que é sério candidato a jogo do ano. E só estamos em Março! Vamos ver se a minha opinião mudará com o suporte contínuo da Ubisoft ao jogo e com a minha progressão, sobretudo na Dark Zone.

  • ProdutoraUbisoft Massive
  • EditoraUbisoft
  • Lançamento8 de Março 2016
  • PlataformasPC, PS4, Xbox One
  • GéneroAcção
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Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Alguns erros no arranque ainda por corrigir
  • Poucas opções de personalização na cara da personagem
  • Crafting desilude um pouco

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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