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Análise: Nights of Azure

Entre as suas infindáveis séries RPG, a produtora Gust decidiu fazer uma pausa no mundo da alquimia e experimentar algo fora da sua zona de conforto. O resultado é Nights of Azure, um RPG japonês que tem lugar num mundo onde demónios estão a tomar conta da noite. O título abandona o combate por turnos, pelo qual é conhecida na suas série de renome, para um sistema mais orientado à acção, com um resultado bastante satisfatório.

Em Nights of Azure somos colocados na pequena ilha de Raswul num século XIX alternativo. Esta ilha também é conhecida como “The land without night” (em tradução livre: “A terra sem noite”). É um local onde os seus habitantes foram transformados depois de entrarem em contacto com o sangue derramado do Lord of Night, que foi derrotado numa batalha que decorreu 800 anos antes dos acontecimentos do jogo. Essas pessoas que tocaram no sangue acabaram por se transformar em “Jayou“, criaturas que percorrem a noite para matar humanos e tudo o que passa no seu caminho.

A Igreja é a única que consegue combater estas criaturas com guerreiros sagrados, que depois de capturarem as criaturas, conseguem purificar o seu sangue com a ajuda dos padres. A nossa protagonista, a Arnice, é uma destas guerreiras. Também esteve em contacto com o sangue azul, mas por alguma razão não foi transformada, resultando numa “Half-Blood” bastante rara.

Com a sua chegada à ilha, descobre que a sua parceira será um antiga colega de escola e grande amiga, Lilysse. Contudo, a amiga da protagonista foi escolhida para ser o próximo sacrifício num ritual periódico, necessário para deixar o Lord of Night preso. Arnice, terá de descobrir uma forma de exterminar todos os Jayou e tentar salvar a sua amiga.

Este é um RPG de acção, ao estilo de Star Ocean, com um combate directo ao invés de um sistema por turnos. O jogo começa de forma simples, com  Arnice equipada com a uma só espada e alguns demónios subordinados que irão assistir em combate, uma habilidade única de Arnice por ser uma half-blood. No entanto, com o decorrer do tempo vão descobrir como transformar a sua simples espada num canhão, num martelo ou até mesmo em duas espadas empunhadas em simultâneo. Também será possível recrutar novos demónios com habilidades distintas em ataque, defesa e suporte.

São estes demónios, que Arnice é capaz de controlar, são a principal atracção do sistema de combate. Cada um, devido às suas habilidades únicas, tem um papel diferente em combate. Podem ficar responsáveis por atacar, curar os seus aliados ou dar suporte a Arnice. A vossa estratégia passará pela escolha destes demónios. E como só poderão usar um máximo de quatro por combate, terão de conhecer bem as suas habilidades.

A base de todas as operações é o Hotel Ende. A partir daqui, recebemos as mais variadas missões que vão desde procurar um acessório especial ao extermínio dos Jayou. Também aqui podem fazer toda a gestão dos vossos demónios e melhorar as vossas habilidades.
Algumas pessoas espalhadas pelo Hotel podem oferecer algumas sidequests.

Mas quem procura um bom desafio deve ir à parte mais profunda do Hotel. Lá, vamos encontrar uma arena com um grande número de desafios com condições de vitória muito peculiares. A título de exemplo, terão um desafio que só podem ganhar com os vossos demónios sem sofrer qualquer dano. Dependendo da vossa prestação nestes desafios, poderão ganhar até três estrelas.

Talvez a arena seja o único sitio que irão sentir o verdadeiro desafio no jogo. Os inimigos da história não vão oferecer grande resistência e os bosses foram, na maior parte das vezes, derrotados logo na minha primeira tentativa. Talvez isto fosse atenuado com escolha de vários níveis de dificuldade, porque a produtora provou saber construir bons desafios com a arena.

O jogo é apresentado com áudio em Japonês e com legendas em Inglês. Apesar da performance dos actores ser bastante satisfatória a dar vida às personagens, o enredo pareceu-nos um pouco fraco, talvez devido à saturação de diálogos entre a protagonista e a sua amiga Lilysse. Juntando isso a alguns erros ortográficos dos diálogos ou até mesmo a ausência esporádicas de legendas, deu-nos uma sensação que o jogo, neste aspecto, foi algo apressado.

Visualmente, Nights of Azure tem um design bastante bom com gráficos muito coloridos e efeitos visuais, mesmo com todo o jogo a passar-se à noite. Há alguns problemas de detecção de colisões, chamado clipping, como o cabelo da Lilysse, mas nada de preocupante. Diria que os cenários podiam ter mais animações para sentir mais um pouco de vida, mas tendo em conta a premissa do jogo, esta escassez até tem algum fundamento.

Veredicto

Nights of Azure tem uma história bastante directa e acessível, sem despejar muita informação para o jogador e sem as vulgares dezenas de personagens para conhecer. É capaz de vos ocupar durante umas boas 30 horas e revela que a produtora Gust trabalha muito bem fora da sua zona de conforto, agora que a acção é directa e não por turnos. Tem algumas falhas, que podem ser corrigidas com actualizações, mas é um jogo bastante competente e que os fãs dos JRPG vão adorar.

  • ProdutoraGust
  • EditoraKoei Tecmo
  • Lançamento1 de Abril 2016
  • PlataformasPS3, PS4, Vita
  • GéneroRole Playing Game
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Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Inimigos demasiado fáceis
  • Problemas nas legendas em inglês

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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