mario_rabbids_review_1.0

Análise: Mario + Rabbids: Kingdom Battle

Numa inesperada parceria entre a Nintendo e a Ubisoft, surgiu o título Mario + Rabbids: Kingdom Battle. Este novo título simpático, mistura algumas das personagens mais carismáticas de ambas as produtoras, num festim de tiroteios, estratégia e muito humor. 

Não é a primeira vez que a Nintendo empresta as suas personagens a outras produtoras ou franchises. Contudo, esta é a primeira vez em que o Mario e companhia são muito bem utilizados fora das suas zonas de conforto. É que este é um título de Role Play com muita estratégia à mistura, um sério contraste com as plataformas ou pistas de karts deste nosso velho conhecido. Contudo, desde o seu anúncio que alguns guardavam reservas quanto à formula. Só agora é possível comprovar o resultado final. Vamos então ver como se comportam estes lunáticos coelhos da produtora Francesa, em conjunto com as pessoas sérias (ou não) do mítico Mushroom Kingdom.

O famoso canalizador e estes coelhos tresloucados encontram-se porque um pequeno inventor criou uma aparelho capaz de fundir realidades. Numa repleta rebaldaria, o mundo dos Rabbids acaba por fundir-se com Mushroom Kingdom. Enquanto que uns se mantêm como os coelhos que sempre conhecemos, outros acabaram por fundir-se com o mundo da Nintendo, adquirindo alguns traços dos seres deste mundo. É por isso que o Super Mario acaba por unir esforços com o Mario Rabbid, o seu sósia, digamos… meio-coelho. É por essa mesma razão que irão cruzar-se com um Donkey Kong Rabbid, com a Piranha Plant Rabbid e muitos outros. Soa estranho e é mesmo estranho.

Os mais atentos às imagens que partilho, devem ter reparado que esta é a primeira vez que o Mario usa uma arma. Sim, além de desentupir canos, o Italiano de bigode até sabe lançar bolas de fogo e outros projécteis. Contudo, nunca antes precisou de uma espingarda ou canhão para desancar oponentes. Curiosamente, a arma que lhe é atribuída é muito semelhante à usada por Megaman, o que até pode ser tido como uma espécie de homenagem. E essa é apenas uma das ferramentas usadas para ajudar o reino dos cogumelos a voltar ao que era antes. E, já agora… expulsar estes coelhos irrequietos que provocam o caos por onde passam.

Mas antes de falarmos da acção, existem secções descritas no jogo como “fases de exploração”. Entre cada sessão de combate, acabam por oferecer uma quebra de ritmo, dando-nos alguns quebra-cabeças leves para resolver. Um dos primeiros que encontrei, foi uma moeda vermelha, remanescente do New Super Mario Bros. Esta dá início a um contador de tempo para toda a equipa caminhar por um labirinto e coleccionar oito moedas vermelhas. Mais tarde, deparei-me com um puzzle de botões onde era necessário prever muito bem os nossos saltos, enquanto um canhão disparava contra as personagens. Em ambos os casos, acabei por desbloquear um baú que tinha algumas armas mais poderosas para toda a equipa.

Enquanto que muitos RPGs se focam na história e no desenvolvimento das personagens, o foco principal deste título está nos seus combates. As batalhas neste jogo não são lineares como estariam à espera. São jogadas por turnos, numa espécie de arena com pilares e paredes que podemos usar para protecção. Em termos de comparação, o sistema é muito semelhante a outros jogos de acção não linear por turnos, como a série XCOM, por exemplo. Só que aqui, os edifícios e as árvores são substituídos por objectos e decorações mais familiares do mundo de Super Mario.

Em termos de mecânicas, há muito para fazer e agir de forma estratégica. Para nos proteger-mos, por exemplo, há duas formas de o fazer. Ou colocamo-nos de forma a defender apenas metade da nossa personagem, como atrás de bancos que diminuem a possibilidade de ser atingido. Há depois a protecção completa, que conseguem com um pilar, por exemplo, em que ficamos 100% seguros, principalmente se estiverem longe do campo de visão do inimigo. Contudo, deixem-me já avisar que não conseguirão ficar lá por muito tempo. Isto porque o inimigo consegue destruir a vossa protecção com apenas alguns tiros certeiros.

Outro curioso paralelo com XCOM, é que cada personagem consegue deslocar-se e disparar em cada turno, com a capacidade de fazer essas acções em qualquer ordem. A partir daqui, Mario + Rabbids adiciona novos elementos modificadores que melhoram a nossa vantagem. Se uma personagem conseguir mover-se até um outro elemento da sua equipa, por exemplo, estes podem fazer o que se chama um “team jump”. Este movimento aumenta consideravelmente a distância de deslocação e permite também fazer algumas emboscadas curiosas. Experimentem diversas combinações para ver os efeitos mais valiosos.

Cada personagem tem uma acção única que recupera após um tempo estipulado. Mario, por exemplo, tem a habilidade de fazer “overwatch”, uma capacidade familiar para os que já estão habituados com a série XCOM. A  personagem fica atenta a qualquer movimento inimigo e basta um passo em falso para que levem com um tiro do canalizador, mesmo fora do seu turno. A Rabbid Peach, por seu lado, consegue curar todas as personagens que estão à sua volta. E o eterno “mano” Luigi cria um escudo contra ataques especiais. Juntos, todos estes elementos criam uma interessante estratégia, com complexidade suficiente para nos deixar a pensar no próximo ataque.

E claro que não podemos ignorar o humor característico dos coelhos da Ubisoft. Dos orelhudos que mais gostei foi da Rabbid Peach que fica constantemente a tirar selfies, a fazer caretas e a deslocar-se de forma emproada como uma digna princesa. É só uma das várias criaturas bem humoradas e caricaturadas. O humor é constante e nota-se que a Ubisoft teve (imensa) liberdade em alguns pontos. Por exemplo, ao dar um telemóvel ao Bowser Jr. Diria que é praticamente impossível não jogarem este título sem um sorriso constante na cara.

Se jogar a solo não vos entretém, não desesperem. Tendo em conta que é um título exclusivo da consola portátil Nintendo Switch, a Ubisoft aproveitou o conceito dos Joy-Con para criar um modo cooperativo adicional. Desta forma cada jogador fica com um destes comandos, unindo esforços para salvar o reino dos cogumelos. Não é a mecânica mais confortável para se jogar mas, desta forma, conseguem jogar juntamente com um amigo. E se tiverem outro conjunto de Joy-Con, podem juntar-se até 4 pessoas. A festa, está garantida, como qualquer jogo de Super Mario.

Visualmente, Mario + Rabbids destaca-se pelo seu estilo peculiar, logicamente baseado no estilo de banda desenhada de ambos os universos. Curiosamente, este aspecto geral foi criado de raiz pela Ubisoft. Contudo, é capaz respeitar todo o histórico trabalho da Nintendo. Ao todo, temos oito capítulos que são capazes de nos ocupar umas boas 10 horas de jogo. E em todos eles vão encontrar túneis, canhões e outros acessórios bastante conhecidos do mundo de Super Mario. É um grafismo bastante simples, mas muito eficaz. Arriscaria dizer que podia mesmo ter sido criado pela própria Nintendo.

Veredicto

Este tipo de crossovers não são novidade nesta indústria. Uns funcionam melhor que outros, é verdade. Este até tem bastante qualidade, se calhar acima do que muitos esperavam. Apesar de ainda me questionar como se lembraram de misturar estes dois mundos, este conjunto improvável funciona bastante bem. Contudo, Mario + Rabbids é um título para uma audiência muito específica. Se vão jogar porque são fãs de algum destes dois universos, o das plataformas de Mario, ou dos títulos dos próprios Rabbids, podem sair desiludidos. No entanto, para os fãs de jogos de estratégia por turnos, no fundo o principal deste jogo, esta é uma interessante adição colorida e cheia de boa disposição.

  • ProdutoraUbisoft
  • EditoraUbisoft
  • Lançamento28 de Agosto 2017
  • PlataformasSwitch
  • GéneroAcção, Estratégia, Role Playing Game
?
Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Puzzles simples
  • História demasiado simples

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

Comentários