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Análise – LEGO Marvel Super Heroes 2

Tal como a série de filmes em que vai buscar as personagens e os enredos, LEGO Marvel Super Heroes 2 é mais uma mescla de super heróis a acotovelar-se para chegar ao ecrã. E tal como a Disney tem vindo a esgotar a fórmula, a TT Games parece estar nesse trajecto.

No mundo da aviação, os pilotos usam uma lista de itens que devem verificar para garantir que não se esquecem de nada na operação das aeronaves. Chamam-se checklists, exactamente porque devem verificar (check) que cada item da lista está em conformidade. Ora, a TT Games parece também ter pelo seu estúdio uma checklist para cada um dos seus jogos lançados recentemente. Não é inédito, nem é a única produtora a criar jogos que “cumprem objectivos” sem inovar assim tanto. Contudo, por maiores fãs que sejam dos seus títulos e dos franchises que reproduzem, estou certo que não quererão jogar sempre o mesmo jogo “com outra cara”. Embora no passado defendesse sempre a fórmula da Traveller’s Tales Games, tenho de admitir que este jogo é o mais recente de uma série de repetições.

Dirão, porém, que é mesmo isso que procuram num jogo LEGO. Afinal, o apelo destes jogos pode ser mesmo o seu padrão repetitivo e a sua jogabilidade familiar. Não é preciso reaprender a jogar a cada novo capítulo ou franchise. O que até é positivo para jogadores que não pretendem nada complicado. E também temos sempre entretenimento garantido, entre a acção e os puzzles simples, a comédia constante e as personagens que gostamos em acção. Talvez por isso os títulos da LEGO tenham tanta popularidade e continuem a justificar sequelas como esta.

Este título segue os eventos do seu antecessor de 2013, LEGO Marvel Super Heroes. Contudo, não precisam propriamente jogá-lo para acompanhar este novo capítulo. Kang quer conquistar o Universo todo com recurso à infame Infinity Stone de controlo do tempo. Este artefacto permite-lhe viajar pelo multiverso da Marvel angariando elementos para a sua luta e criando uma gigante cidade que chama de Chronopolis, um local que reúne muitos destes multiversos, de Manhattan até Asgard. Obviamente que cabe aos Avengers e toda a sorte de heróis Marvel combater a ameaça dos planos de Kang.

Na maior parte das vezes, estaremos a reunir pedaços de Nexus, desta feita na posse dos mais diversos vilões da Marvel. Como devem calcular, cada herói que controlamos possui os seus poderes e habilidades únicas. Podemos abrir portais, recrutar novos aliados e até procurar ajuda para resolver puzzles ou combater inimigos mais desafiantes. Tal como nos filmes mais recentes destes heróis, incluindo Guardians of the Galaxy, Dr. Strange e tantos outros, é uma luta constante para estes heróis obterem protagonismo. Mesmo que tenham um favorito, acabarão por controlar quase todo o espectro de personagens. Mesmo assim, é de notar que o foco está em Star-lord e companhia, assim como nos relativamente desconhecidos Inhumans que nem gozaram de grande sucesso na sua recente passagem numa série televisiva.

A ideia genérica é andar pela cidade de Chronopolis, onde terão as tais missões principais e secundárias para executar em mundo aberto, algo que já vimos nos jogos anteriores. Na maior parte das missões terão sequências de combate simples, com alguns puzzles igualmente simples, procurando alguns segredos pelos mapas. Também não há nada de novo aqui. No final de cada missão, invariavelmente, há um boss para combater. Enfim, já entenderam a fórmula da TT em jogos passados. A repetição destes processos não é uma característica exclusiva deste jogo, desde há vários títulos da série LEGO que digo o mesmo.

E não é só na oferta de jogo que se repete a fórmula. As mesmas ideias são recicladas até mesmo na interacção e nos problemas crónicos que já vêm de jogos recentes. Os controlos não são muito reactivos, sobretudo nas sequências em veículos, por exemplo. Mas o pior para mim são mesmo as câmaras de jogo que chegam até a prejudicar a acção, com perspectivas estranhas que nem sempre ajudam. Esta lógica é mais notória nas sequências de voo, com a câmara a flutuar de forma contrária aos nossos controlos. Penso que a ideia é dar-nos a perspectiva da área contrária onde estamos, mas não ajuda muito a manter trajectórias. E o mesmo acontece nas áreas submarinas, já agora.

Por tudo o que disse acima, a TT Games parece ter-se limitado a colocar vistos nos itens de uma lista que persiste em manter inalterada há alguns anos. Felizmente, as personagens da Marvel possuem carisma suficiente para aguentarem as horas de jogo que terão de enfrentar. Os diálogos estão bem escritos e chegam a ser até muito divertidos. Por outro lado, há aqui bastante serviço aos fãs das histórias da Marvel. São centenas de personagens e umas boas dezenas de missões principais e secundárias neste universo tão amado. Se o jogo falha em cativar os mais acérrimos jogadores, os fãs por seu lado não ficarão desapontados.

Veredicto

Após tantos títulos em diversos franchises, a TT Games continua a apostar na mesma fórmula. Este LEGO Marvel Super Heroes 2 é, se calhar, o jogo menos inspirado desta série. Não só se limita a repetir quase tudo o que os jogos anteriores tiveram, como nem sequer traz nada de realmente inovador à jogabilidade. Chega até a replicar algumas falhas que nunca gostámos. A ideia é que este título serve, essencialmente, aos fãs da Marvel e a todos aqueles que já sabem o que devem esperar num jogo LEGO. Os demais jogadores talvez já não tenham paciência para esta oferta.

  • ProdutoraTT Games
  • EditoraWarner Bros
  • Lançamento14 de Novembro 2017
  • PlataformasPC, PS4, Switch, Xbox One
  • GéneroAventura
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Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Jogabilidade repetitiva
  • Problemas de controlos e câmara
  • Fórmula desgastada da série

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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