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Análise: LEGO Marvel Avengers

Aproveitando a esteira do enorme sucesso dos filmes baseados nos super-heróis da Marvel, a LEGO volta a atacar no mundo dos videojogos com LEGO Marvel Avengers. Este novo jogo da TT Games, porém, tem uma ambição maior, se calhar tão grande como a aventura de juntar tantos egos numa única equipa.

Certamente recordam-se da nossa última análise a LEGO: Marvel Super Heroes. Com este novo jogo, chega-nos a segunda grande aposta da LEGO, TT Games e Warner Bros. neste universo fantástico da mente de Stan Lee. Esta nova aventura centra-se nos enredos dos mais recentes filmes da Disney com The Avengers e The Avengers: Age of Ultron, além dos demais spinoffs de Captain America, Iron Man e Thor, incluindo as bandas-desenhadas. O resultado são mais de 200 personagens disponíveis com todas as suas características e super-poderes, batendo mesmo o recorde do jogo anterior. 

Como sempre, há uma história que segue o enredo canónico (neste caso dos filmes da Marvel), com diversos puzzles para resolver enquanto não estamos em combate contra as forças do mal ou a reunir peças prateadas ou douradas. Já tenho dito que a fórmula pouco mudou ao longos dos anos e é normal que os jogadores encarem este como mais um jogo igual aos outros. Não os condeno, por isso. Mesmo com algumas (poucas) novidades, dá mesmo a entender que a produção não quer arriscar muito.

Um bom exemplo disso são alguns momentos fantásticos que poderiam proporcionar imensas mecânicas interessantes. Por exemplo, a cena de combate entre Hulk e o Hulk Buster, uma das cenas de combates mais icónicas dos filmes, recorre a meras animações com acção indirecta (como lançar mísseis ou mandar dispersar as pessoas que estão a assistir ao combate na rua) ou então a sequências com os famigerados quick time events. Não podíamos desancar o Hulk? Não, temos de carregar em botões específicos no momento certo. Como eu odeio QTEs…

No que diz respeito aos diferentes níveis, estes também variam de qualidade e interesse, consoante os filmes que abordam. Para quem é fã da Marvel vai rejubilar com algumas cenas recriadas com o humor habitual da série LEGO. Para os demais, independentemente de terem visto os filmes ou não, vão notar que há momentos mais interessantes que outros. Sobretudo porque a comicidade habitual da série LEGO desdramatiza demasiado determinadas cenas mais intensas dos filmes, tornando os eventos muito menos épicos. Mas, se se recordarem que isto é um jogo a fazer mira ao público juvenil, percebem logo onde este se quer encaixar.

Gostei particularmente da nova dinâmica cooperativa (entre jogadores humanos ou usando a IA) que permite as personagens combinarem poderes ou habilidades para passar determinados puzzles ou derrotar inimigos. Convida a jogar com um amigo no segundo comando ao invés de jogar sozinho. Também gostei de alguns mini-jogos das personagens, como um fantástico shooter lateral usando o fato do Iron Man, fazendo lembrar os “shoot’em up” das arcadas.

E quando não estão a progredir no enredo principal, entram numa das áreas mas divertidas com o habitual mundo aberto das Hubs pejadas de missões secundárias. Voar por Nova Iorque com o fato de Iron Man ou espalhar o caos por Asgard com o Mjolnir é uma experiência interessante. E explorar estes e outros locais dos filmes reproduzidos com os simpáticos blocos LEGO é um presente bem vindo para os fãs. As tais missões secundárias que nos são dadas nesta secção chegam a ser até mais interessantes que as do modo de carreira, talvez porque não estão tão presas ao enredo.

Tecnicamente, é o mesmo jogo que vimos em outros episódios e outras séries. A versão analisada aqui na PlayStation 4 é praticamente igual em termos de modelos, efeitos ou fidelidade visual. Nada a assinalar neste respeito, afinal estamos a falar de pequenos bonecos e blocos de plástico. Mesmo assim há sempre um ou outro efeito especial extraído dos filmes mais ou menos credível. É competente, portanto.

O que não gostei mesmo foi da sonoridade deste jogo. Não estou a falar da irrepreensível banda-sonora extraída dos filmes, nem sequer dos efeitos sonoros. Refiro-me às muitas falas das personagens que parecem gravadas directamente dos filmes, sem filtragem ou tratamento. O resultado é uma notória diferença entre frases e diálogos que parecem “colados” no jogo em contraste com outros diálogos ou sons criados para o jogo.

Antes de terminar, quero só adicionar uma pequena nota. Às 200 e muitas personagens já presentes no jogo, estão previstos ainda mais pacotes (entre pagos e grátis) de personagens Marvel. Não só o próximo Captain American: Civil War tem já um DLC exclusivo na PS4 com nove personagens, também o recente filme Antman tem direito a um pacote na próxima Primavera com novos níveis e personagens do filme. Até mesmo a série de TV Agents of S.H.I.E.L.D. também terá um pacote a chegar com mais novidades. Pena que não tenha ouvido falar de DeadPool, mas não deixo de ter esperança.

Veredicto

Sim, é um jogo algo repetitivo. Sim, é virtualmente igual aos anteriores jogos LEGO. Sim, a fórmula não mudou muito desde LEGO Batman 2 ou mesmo o anterior LEGO Marvel Super Heroes. Mas não deixa de ser um serviço personalizado para os fãs da série, com um alvo claramente mais juvenil. A jogabilidade é a que já conhecem e há algumas questões técnicas ao nível do som que mereciam mais atenção da produção. No entanto, é mais um título divertido que ultrapassa o aborrecimento de algumas partes do enredo com um mundo aberto à exploração e algumas novidades de jogabilidade interessantes. Como vos pode aborrecer usar o fato do Iron Man para voar entre os edifícios de Nova Iorque?

  • ProdutoraTT Games
  • EditoraWarner Bros.
  • Lançamento29 de Janeiro 2016
  • PlataformasPC, PS3, PS4, Vita, Wii U, Xbox 360, Xbox One
  • GéneroAventura
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Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Série precisa de algo novo
  • Comicidade estraga cenas mais intensas
  • Quick Time Events

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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