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Análise – LEGO: DC Super-Villains

LEGO DC Super-Villains é o quarto jogo da LEGO em parceria com a DC Comics e o primeiro jogo que troca os famosos heróis deste universo pelos seus vilões. Uma oportunidade destes se redimirem das usas actividades nefastas… ou nem por isso?

Tendo em conta a empatia que criamos com muitos vilões de várias séries cinematográficas ou de videojogos, por vezes superior à dos próprios heróis, não é de todo descabido que a TT Games enveredasse por este caminho. A ideia de criar uma aventura inteiramente dedicada aos criminosos do universo DC soa bem. O jogo permite-nos ainda alimentar a nossa imaginação com a criação de um super vilão, que irá trabalhar em conjunto com nomes tão importantes como Joker ou Lex Luthor. Alie-se a isso uma história original escrita em conjunto entre a produtora e a própria DC e temos uma boa perspectiva. Resta-nos saber se a fórmula já conhecida da TT consegue ainda cativar.

Neste título, toda a história é contada por Lois Lane, a eterna namorada do Super-Homem. Ao que parece, a Justice League e todos os membros que a compõem desapareceram misteriosamente. Dando lugar ao Justice Syndicate, um grupo conhecido pelos fãs por Crime Syndicate of America e vêm de uma dimensão paralela, a Earth-3.

Este grupo é formado pelas versões invertidas dos mesmo heróis da Justice League, como Batman, Flash e Superman. Agora tornados super-vilões, surgem para ajudar o infame Darkseid nos seus planos do costume: uma vez mais governar o nosso mundo. Cabe, então, aos vilões da DC, os menos maus, fazer a clara oposição ao Syndicate. Estes “heróis” improváveis, outrora com planos muito pessoais, passam a agora defensores da Terra, com o objectivo de tentar impedir que o plano de Darkseid se concretize.

A probabilidade de já saberem como é composto um jogo desta série é bastante grande. A fórmula tem vindo a melhorar, é certo. No entanto, o seu conceito continua o mesmo desde há alguns anos. Vamos para um mundo de fantasia de um tema popular, acompanhamos as personagens mais carismáticas em cenas intermédias cheias de humor e acabamos a jogar uma meia dúzia de níveis com inúmeras peças de LEGO para construir ou destruir e com várias plataformas para ultrapassar.

Quem já jogou um qualquer título desta série desde 2005, saberá de imediato o que espera em LEGO DC Super-Villains. A jogabilidade mantém-se intacta, trocando apenas os protagonistas em cada franquia, alterando pouco a jogabilidade a cada novo título. Felizmente, a nova história aliada ao característico humor destas personagens, em conjunto com algumas novas ideias, ainda permitem que ofereça alguma diversão.

A grande diferença neste título em particular, é que podemos criar o nosso próprio vilão da DC. Nos jogos anteriores, esta ferramenta adicional podia ser usada para misturar várias peças e personagens de forma completamente opcional. Era interessante, mas algo acessório e sem real interesse. Contudo, neste título é obrigatório criar o novo vilão. E será a primeira tarefa a concluir antes de começar a jogar. Criar uma personagem do zero, que irá tornar-se na personagem principal da história, é uma interessante manobra de personalização. Inevitavelmente, insere-nos na trama.

Nesta fase serão convidados a personalizar o seu aspecto, desde as expressões, até ao fato, passando pelos seus poderes. Obviamente, nenhum vilão perdurará sem um nome sonante. Mesmo com imensas peças a serem desbloqueadas durante o jogo, a oferta é enorme no início. Temos a possibilidade de escolher lenços, mochilas e até efeitos como raios, só para nos tornar-mos ainda mais temíveis. Como o meu vilão “Nakamata”. Vestido de vermelho, com uma capa da mesma cor e um corte de cabelo mohawk preto, tem a velocidade do Flash e está armado com umas garras enormes. Se os mauzões não tremerem de medo com esta figura, nada o fará!

A nossa criação começou o jogo a fugir de uma prisão de Metropolis ao lado de Lex Luthor. No entanto, durante a fuga, descobrimos que tem a habilidade de absorver poderes de umas estranhas câmaras de energia. Apesar de escolherem um poder de eleição no início, a personagem vai acabar por ter super força, mudar de tamanho e tantos outros poderes que vão ser relevantes para a história e para as mecânicas do jogo. Na verdade iremos precisar de todos os poderes para combater os sósias da Justice League.

Esta é uma abordagem interessante à história, dando aos vilões um lado mais heróico com adversários à altura. O facto da produtora usar o chamado multi-verso permitiu-lhes também entrar mais fundo no lore da DC. Isto é algo que irá certamente agradar aos fãs mais sérios. Ao todo temos 170 personagens para desbloquear, 60 das quais são jogáveis e não serão todos vilões para controlar. Heróis conhecidos como Nightwing, Kid Flash ou Bat Girl também surgem como personagens jogáveis. E, em termos de locais podemos visitar várias cidades do universo DC, nomeadamente Gotham, Metropolis e Gorilla City.

Como é hábito nos jogos da LEGO, o final de cada nível permite-nos ficar com as personagens com as quais jogámos e dá-nos acesso ao modo Free Play do mesmo nível. É aquela fórmula do costume que nos convida a voltar a jogar o mesmo nível com outras personagens para desbloquear alguns extras. Apesar de ser tudo parecer igual aos títulos anteriores ao nível de oferta e jogabilidade, este modo Free Play recebeu uma melhoria muito interessante: a possibilidade de filtrar personagens por habilidades.

Pode parecer apenas um pequeno detalhe mas, para aqueles que gostam de completar os níveis a 100%, torna-se mais fácil encontrar as personagens pretendidas na enorme lista. Entre os vários capítulos da história é dado o acesso a cada um dos cenários para explorarmos livremente. Seja com um dos mais variados veículos (também estes agindo como as personagens, desbloqueados ao longo da aventura), a pé ou a planar pelo céu. Nestes mundos estão várias áreas de interesse e missões secundárias que aumentam consideravelmente a longevidade dos níveis e do jogo de um modo geral.

O infame combate também foi revisto pela produção. Os inimigos têm uma melhor inteligência artificial e utilizam escudos para se protegerem dos nossos ataque, além de recorrerem a várias habilidades para nos atacar. Mesmo assim, a dificuldade continua facilitada. Acaba por não existir um desafio muito acrescido, uma vez que, assim que morrem, surgem novamente no mesmo sítio sem grande penalização. Em algumas lutas de bosses, regressam também os Quick Time Events (QTEs) muito simples para desviar e contra-atacar o inimigo. Algo também já visto inúmeras vezes e que não convida a grande destreza. Enfim, lembrem-se do público alvo destes títulos LEGO.

Visualmente, podem contar com a mesma qualidade dos jogos anteriores. As animações são exemplares, sempre com o seu aspecto de banda-desenhada e humor característico, tudo obviamente estilizado com as figuras e peças LEGO. Isto significa também que o caos continua a marcar presença, com imensas explosões e peças de LEGO pelo ar que tornam difícil perceber o que se passa no ecrã, sobretudo com outro jogador ao nosso lado. Este caos também tem um revés, provocando umas quebras de performance em secções mais caóticas. Enfim, é um jogo LEGO e já estamos algo habituados a esta realidade.

Veredicto

LEGO DC Super-Villans mantém a fórmula de todos os jogos anteriores da série. Isto tem tanto de bom, como de mau, uma vez que mudam as personagens, mas a jogabilidade parece sempre a mesma. Com isso em mente, questiono-me se será alguma vez possível alterar esta lógica sem que a TT Games tenha de recriar por completo a sua base. Mas, se calhar é só isto que esperam aí desse lado. E, se assim for, arrisco-me a dizer este é o melhor jogo da série, com uma história divertida e bom conteúdo para os fãs da DC e dos jogos LEGO. É inegável a familiaridade. Se bem que, ao fim destes anos, algo novo não era totalmente descabido.

  • ProdutoraTT Games
  • EditoraWarner Bros
  • Lançamento19 de Outubro 2018
  • PlataformasPC, PS4, Switch, Xbox One
  • GéneroAcção, Aventura
?
Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Erros da série que teimam em não desaparecer
  • Fórmula cada vez mais saturada

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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