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Análise – Kirby Star Allies

Poucas personagens podem gabar-se do tipo de reconhecimento e história que Kirby possui. Apesar do seu aspecto dócil, é uma das personagens que dão mais luta em Super Smash Bros. Kirby Star Allies, marca finalmente a sua chegada à Nintendo Switch, com algumas novidades para a série.

Os jogos desta série com Kirby são normalmente negligenciados na procura de jogos das consolas Nintendo. Talvez pelo aspecto simpático da personagem ou por não serem considerados suficientemente desafiantes pelos jogadores mais exigentes. Contudo os seus títulos mais recentes na Nintendo 3DS estão entre os melhores que a “Big N” já produziu. Vejamos se a sua nova aventura na Switch nos continua a dar essa qualidade. É também uma excelente oportunidade para vocês darem uma hipótese para Kirby mostrar que não é só “fofo”…

https://www.youtube.com/watch?v=odLyNTlLbZ4

A história é relativamente simples e começa com uma misteriosa criatura alienígena a realizar um ritual que envia diversos corações maléficos que tomam controlo de personagens. Ao mesmo tempo, esse acto confere alguns poderes malignos aos incautos. O objectivo, como já devem ter calculado, é o de destruir o universo. Mas, ainda há esperança para… bem, tudo o que existe.

Do outro lado da barricada e no meio da confusão, Kirby recebe um coração rosa. Este item especial dá-lhe a habilidade de instantaneamente tornar os seus inimigos em aliados. Eventualmente, o protagonista percebe o potencial da sua capacidade e decide mudar o mundo com as suas próprias mãos… ou cotos… ainda não sabemos bem.

Para quem só chega agora à série, preparem-se para uma aventura visualmente cativante mas, o foco destes jogos é outro. Esta aventura de Kirby segue a mesma fórmula do seus antecessores, com um jogo maioritariamente relaxante, uma história simples (como puderam constatar) e uma curva de aprendizagem bastante suave, com cada novo nível a introduzir algo novo. Tudo isto torna a experiência de conhecer Kirby mais acessível e realmente agradável em vários níveis.

Na maior parte do tempo, estamos num típico jogo de plataformas a duas dimensões. Começa na tradicional área Dream Land e expandindo para outras áreas. Os veteranos irão notar que nenhuma destas áreas é realmente nova. O que pode levantar algum sentimento de “reciclagem”. Para dizer a verdade, a grande novidade está nos novos tipos de inimigos, com Kirby a manter a sua capacidade de copiar os poderes dos seus adversários. Em termos de combate, pode dar uso a espadas, fogo, gelo e outros elementos.

Apesar da sua grande variedade, as habilidades não trazem grandes diferenças na interacção. Mesmo quando se combinam habilidades de diferentes inimigos, pouco muda para além do dano que fazem e da forma como fazem mira. No final, tudo se resume a correr e a atacar o inimigo. Em suma, não esperem nada de novo para além da fórmula já conhecida da série. Não é um ponto contra, notem. Qualquer um que já jogou um destes títulos, irá sentir-se em casa logo nos primeiros minutos de jogo e a jogabilidade é mesmo muito divertida, até mesmo para os recém-chegados.

Quer dizer, então, que não há qualquer novidade além dos novos inimigos? Tal como o título indica, agora temos aliados, com a possibilidade de jogarem com mais 3 amigos de forma cooperativa. Mesmo que não tenham amigos, podem atirar corações aos inimigos do jogo para que se transformem em companheiros virtuais, combatendo ao vosso lado. O conceito é interessante mas, sem amigos o resultado final é mais caótico do que prático. O jogo fica mais rápido, porque a Inteligência Artificial é exímia a eliminar inimigos. Não dá qualquer hipótese, nem aos inimigos nem a nós que, por vezes, queremos derrotá-los.

Um novo e interessante elemento estratégico, está na forma como podemos combinar os poderes dos aliados com as nossas armas, colocando a nossa espada em chamas, por exemplo. Mais uma vez, não muda muito a jogabilidade, a não ser nos momentos específicos em que têm de combinar habilidades para avançar. O que torna a jogabilidade interessante é que, numa boa parte das vezes, temos de procurar um inimigo com uma certa habilidade, torná-lo nosso aliado e finalmente, fazer a combinação necessária.

Outra característica que eu reparei, foi o facto de haverem poucas ou nenhumas mortes do “artista”. O jogo é bastante fácil e conseguirão ultrapassar a maior parte dos níveis do início ao fim, sem nunca verem o ecrã de Game Over. Os bosses, a título de exemplo, foram concebidos para serem facilmente derrotados, mesmo quando não temos qualquer arma equipada, o que será raro. Com qualquer arma, conseguirão derrotar qualquer um dos bosses sem grandes dores de cabeça. O que diz muito do desafio implícito do jogo.

Quando terminarem a campanha, terão o que eu chamo de conteúdo pós-jogo. Para dizer a verdade, esta é capaz de ser a parte mais divertida deste título. Encontrarão o modo Guest Star, para fazer uma Speedrun em todos os níveis da campanha, desta vez com uma dificuldade mais desafiante. O modo Chop Champs leva até um máximo de quatro jogadores a cortar árvores altas o mais rápido possível, uma árvore por jogador, mas existem lagartas e bolas com espinhos que devem evitar. Por fim, há Star Slam Heroes, uma mistura de ficção científica com um jogo de baseball, com o simples objectivo de acertar na bola o de forma mais precisa possível, para que possa explodir com o maior número de luas.

Como já devem ter percebido pelas imagens que partilhamos aqui, o jogo é bastante colorido, com uma arte muito cativante. A técnica de sobreposição de figuras e objectos tridimensionais no ambiente 2D, acaba por criar uma certa profundidade muito interessante. Pode não ser tão único como o visual de Kirby’s Epic Yarn mas, está igualmente muito bom. A banda sonora também é bastante ligeira, com um ritmo alegre. Quando derem por vocês, estarão a trautear as músicas do jogo. É inevitável.

Veredicto

No geral, Kirby Star Allies é um jogo divertido. Continua a dar uso à mesma fórmula de sucesso do simpático herói cor-de-rosa, não há dúvida. Além de brilhar visualmente na Nintendo Switch, Kirby tem agora amigos em modo cooperativo, algo que favorece muito a jogabilidade. Mas, é só mesmo isso que adiciona à série. Nesse interesse em manter o legado intacto, mesmo com as várias novidades adicionadas, pouco é realmente acrescentado à série. Este facto pode agradar aos fãs que irão sentir-se em casa ou afastar jogadores que esperavam novidades. O jogo, esse, é francamente divertido.

  • ProdutoraHAL Laboratories
  • EditoraNintendo
  • Lançamento16 de Março 2018
  • PlataformasSwitch
  • GéneroAcção, Plataformas
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Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Bosses podiam ser mais difíceis
  • Quando jogado com IA, torna-se caótico

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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