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Análise: Helldivers

Um pequeno jogo que pretende aliar uma imagem propagandista de expansão e conquista do Espaço, cheio de brutalidade e onde soldados são heróis, soa-nos francamente familiar. Helldivers é um pequeno jogo exclusivo para Playstation 4, Playstation 3 e Playstation Vita que pretende conquistar a galáxia. Mas chega a conquistar a consola?

A familiaridade que possam sentir com Helldivers é comum a todos os que no final dos anos 90 ficaram maravilhados com os efeitos CGI de Starship Troopers. O célebre thriller de ficção científica colocava os humanos como valentes conquistadores do espaço em guerra com seres estranhamente parecidos a baratas com esteróides. Hype à parte, o filme era francamente mau. Valeria a pena a ida ao cinema só mesmo pelos tais efeitos especiais. E este jogo?

Os primeiros minutos de contacto com Helldivers, recordam imediatamente os vídeos de propaganda desse filme. A Super Terra está em expansão pela galáxia e precisa de novos planetas para fundar colónias e explorar recursos. Só que há uns seres que teimosamente não deixam os humanos alargar a sua influência. Estes extra-terrestres variam de força, organização e inteligência, pelo que os humanos precisam de uma nova classe de soldados para defender os seus interesses. Eis os Helldivers. Os super soldados, adorados como deuses do Olimpo e com uma heróica capa ao vento, são a vanguarda da conquista humana. E nós fazemos parte desta tropa de elite.

Este é um “shoot-em-up” em “top-down” isométrico que recorre aos dois comandos analógicos do DualShock 4, tornando-se assim um “dual-stick-shooter”. São muitas designações complexas para um jogo simples. O analógico esquerdo mexe a personagem, o direito aponta a arma. Depois usamos os gatilhos ou para disparar ou para lançar granadas. Simples. As armas variam pouco de efectividade, a metralhadora lança muito chumbo nos adversários mas cada impacto é fraco. Talvez uma espingarda sniper seja mais poderosa, mas só dispara uma bala de cada vez. Há também uma caçadeira que é muito mais destrutiva, mas tem fraco alcance.

Quando a batalha fica mais intensa, podemos usar “stratagems” que são pequenos bónus tácticos. Estes variam de uma metralhadora automática que dispara contra tudo, inclusive nós que temos de nos agachar quando ela dispara, munições extra, armas pesadas ou até drones para detectar inimigos mais cedo. Estes “stratagems” são activados por uma combinação de teclas usando os cursores e quanto mais poderoso é o bónus, mais teclas temos de premir. Gestão de tempo e ameaças é muito importante para não sermos atacados enquanto estamos a activar um “stratagem”.

A história acima descrita é apenas uma introdução para uma série de missões que passam por activar pontos de defesa, conquistar áreas, matar ETs e fugir dali para fora. Repetitivo quanto baste, só mesmo os adversários fornecem alguma variedade. Existem três raças, uns insectos gigantes, uns Cyborgs e uns soldados com um nome suspeito de “illuminati”. Estas três raças estão a atacar a humanidade de forma global em volta da nossa galáxia. Cada sistema e cada planeta que ajudamos a recuperar ou conquistar conta para uma estatística global em que os jogadores de todo o mundo participam. À medida que progredimos pela carreira nesses sistemas, planetas e ao erradicamos as ameaças, porém, a dificuldade aumenta, pelo que temos de dominar muito bem as armas e “stratagems” a solo.

Ou então jogamos online. De facto, o mais interessante deste jogo é a sua componente social. Podemos jogar no modo cooperativo multi-jogador via PSN com amigos ou desconhecidos, até quatro membros de equipa. Estes encontram-se num lobby a bordo de uma das suas naves e lançam-se os quatro à conquista dos planetas que orbitam. O sincronismo é importante e obriga a que todos estejam em sintonia sobre a ordem com que vão atacar, caso contrário, em planetas mais difíceis, o soldado solitário não dura muito tempo. Infelizmente, o fogo amigo é uma realidade, sobretudo em momentos de maior caos. Apesar de ser possível reviver os amigos caídos, muitas missões acabam em frustração. Aprendam a agachar-se para evitar serem mortos por amigos e sobrevivem (mais um pouco).

Apesar de tudo, o modo cooperativo parece-me a melhor forma de desfrutar o jogo. Acima de tudo convém jogar bastante a solo nas primeiras missões, até porque temos pouca experiência e armas fracas. Consoante evoluímos e ganhamos armas ou “stratagems” mais poderosos, já nos podemos juntar aos soldados mais avançados e obter mais pontos e bónus de evolução. É no Coop que este jogo se torna mais divertido. Ainda por cima, se tivermos a consola PS Vita podemos levar o jogo connosco e continuar a progressão que fizemos na PS3 ou PS4, graças ao Cross-BuyCross-Play e Cross-Save.

Falta-nos só falar na parte técnica. Não se pode esperar muito de um shooter isométrico, mas tanto na PS Vita como na PS4 onde testámos o jogo, o grafismo é competente e cheio de efeitos especiais. Não há muito a dizer, excepto nos momentos mais caóticos de combate em que a quantidade de partículas e efeitos enchem o ecrã, o que quebra um pouco a performance na Vita, além de nos causar frustração. De resto, é competente a transmitir as atmosferas alienígenas dos diferentes planetas ou a bordo das naves. Também lá está a fanfarra épica e o narrador entusiasmado para nos motivar a ir só mais uma vez matar uns quantos ETs.

Veredicto

Este pequeno Helldivers é uma diversão. Estes jogos “shoot-em-up” são muito fáceis de aprender e dominar e tornam-se viciantes, mesmo que sejam algo repetitivos. A possibilidade de jogar online torna-o apelativo para obter mais e melhores bónus e evoluir a personagem e contribuir para a tal estatística mundial. O modo cooperativo é interessante, se bem que no meio do caos, o fogo amigo enerva. Depois há aquela simpática opção para quem possui a PS4/PS3 e PSVita de jogar onde quiser evoluindo sempre a mesma personagem e contribuindo para a hegemonia da Super Terra. De que estão à espera, soldados? Alistem-se Hoje Mesmo!

  • ProdutoraArrowhead Game Studios
  • EditoraSony Computer Entertainment
  • Lançamento4 de Março 2015
  • PlataformasPS3, PS4, Vita
  • GéneroAcção
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Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • História acessória e "dejá vu"
  • Algo repetitivo
  • Fogo amigo é uma constante

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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