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Análise: Gravity Rush 2

Este não é só o primeiro exclusivo do ano para a marca PlayStation 4. É também uma afirmação de que a veia criativa dos estúdios internos da Sony estão de boa saúde e recomendam-se. Preparem-se para desafiar uma vez mais a gravidade com Gravity Rush 2.

O primeiro Gravity Rush ainda hoje é considerado por muitos como o melhor jogo para a PlayStation Vita. Essa fama fez com que a Sony trouxesse uma nova versão remasterizada e, agora esta sequela que vamos analisar. Depois de ter saído da sua zona de conforto, o resultado de mais uma aventura de Keiichiro Toyamapara não podia ter sido melhor. O primeiro título foi uma excelente experiência, mesmo com um produtor habituado a jogos como Silent Hill e Siren. Resta-nos avaliar o que há de novo e o que honra o legado neste novo capítulo.

Nesta sequela, continuamos a história de uma rapariga chamada Kat e do seu gato, Dusty. A principal habilidade desta protagonista é a possibilidade de manipular a gravidade à sua vontade, tornando as laterais dos edifícios ou até mesmo a parte inferior das pontes em autênticos caminhos que desafiam as leis da física. Kat, comporta-se ainda como uma inexperiente, mas poderosa heroína. A sua missão é proteger toda a metrópole contra as medonhas criaturas que assolam a superfície, enquanto procura pistas sobre a sua misteriosa origem.

O jogo tem lugar no céu com cidades e vilas construídas sobre ilhas flutuantes, nomeadamente Jirga Para Lhao e Hekseville. O estatuto social é medido através dos vários níveis de altitude nas ilhas presentes. A população influente encontra-se no topo, abaixo das nuvens estão os vários mercados e uns níveis mais abaixo encontram toda a classe industrial, onde nem falta um viscoso nevoeiro roxo. Por fim, abaixo deste nevoeiro estão os estranhos seres apelidados de Nevi com uma aparência muito semelhante a alienígenas e com demasiados tentáculos para alguém gostar deles.

A mecânica central do jogo é a sua principal característica. Basicamente, a protagonista do jogo controla a forma como a gravidade afecta tudo o que a rodeia. Podemos controlar tudo o que sobe e tudo o que desce, no rigor. Tudo no mundo de Gravity Rush foi construído em torno desta possibilidade, fazendo com que a protagonista consiga desafiar a Lei de Newton de várias formas, seja para se deslocar ou mesmo em combate ao lutar contra os Nevi.

Esse combate é realmente vertiginoso, contudo, os movimentos de Kat até são simples. Estando no ar ou no chão, consegue pontapear, lançar detritos contra os seus adversários ou usar ocasionalmente o seu ataque especial. Assim que se habituarem e encontrarem o ritmo certo, o combate é bastante rápido e trocar entre o modo voo (sem gravidade) ou modo normal vai-se tornar, eventualmente, natural.

Espalhados pelos telhados, paredes e por vezes até debaixo das ilhas flutuantes, estão pequenas gemas cor-de-rosa que funcionam como moeda no jogo para melhorar as habilidades de Kat. Também são uma boa justificação para explorar todos os cantos dos diversos e vastos mapas, apreciando a interessante arquitectura e arte do cenário. Até porque nem todas as gemas estão em locais óbvios ou fáceis de identificar numa só passagem.

Com gemas suficientes, poderão desbloquear os vários estilos de gravidade: Lunar, torna a Kat mais leve, ágil e rápida. Por seu lado, Jupiter, faz precisamente o contrário, tornando-a mais pesada mas também mais poderosa, podendo até transformar-se num poderoso meteorito quando em queda livre. A escolha de qual o estilo que devemos usar e evoluir é inteiramente nossa, havendo claras vantagens e desvantagens nessa escolha.

No que toca à interacção, porém, a perspectiva da câmara não é o seu melhor ponto. Com a fluidez do combate e a trocar de forma quase instantânea de sentido, a câmara deveria estar melhor calibrada ou permitir ângulos mais favoráveis. Há a possibilidade de movimentar a câmara com a ajuda dos sensores presentes no DualShock 4, mas na maior partes das vezes pareceu que estava a lutar contra mim, ao invés de me ajudar.

Para os recém-chegados, sobretudo no início, pode parecer confuso toda esta mecânica de Kat poder deslocar-se com a ajuda da gravidade (e também com a falta dela). E trocar o sentido de orientação constantemente pode até causar alguma desorientação, devido às várias mudanças repentinas na perspectiva da câmara. É, na verdade, uma questão de hábito, mas seria bom termos uma forma de orientação visual.

Para além do modo campanha, há várias side-quests e modos multi-jogador para quebrar a monotonia do jogo. Entre eles, poderão encontrar a “Challenge Mission“, que permite competir com vários ghosts de outros jogadores em corridas à volta deste mundo. Para um objectivo totalmente diferente, têm o modo “Treasure Hunting” que nos leva a encontrar vários tesouros espalhados e os outros jogadores e em que podem deixar pistas em formato de fotografias. Por fim, não sendo propriamente um modo, mas sim uma funcionalidade, temos o modo “Photo Review“. Este permite navegar por fotografias de outros jogadores para dar ou receber Dusty Tokens que, por sua vez, também oferecem recompensas.

Em relação ao seu grafismo, Gravity Rush 2 conta com a já conhecida decoração estilo cell shading para toda a estética do jogo, mantendo a sua clara inspiração na Manga Japonesa. Contudo, apesar deste aspecto algo simplista de banda desenhada, o jogo esconde grandes detalhes em todos os seus cenários, com texturas e efeitos visuais muito interessantes e complexos. É uma experiência visual muito bela e artística que vale a pena visitar.

Veredicto

Tal como o primeiro título, Gravity Rush 2 traz uma brisa de ar fresco para os jogos de acção na terceira pessoa e com plataformas. Kat consegue cair suavemente sobre a prateleira de jogos que recomendamos. No entanto, a câmara precisa de alguns ajustes devido as mudanças repentinas de perspectiva e é capaz de necessitar de algum tempo para que os recém-chegados se habituem aos controlos. É uma experiência visual fantástica e merece toda a vossa atenção, desafiando o próprio Isaac Newton! Pena que, desta vez, a portátil PS Vita não tivesse direito a uma versão. Pelo menos por agora.

  • ProdutoraSIE Japan Studio
  • EditoraSony Interactive Entertainment
  • Lançamento18 de Janeiro 2017
  • PlataformasPS4
  • GéneroAventura
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Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Problemas com a câmara
  • Não ter uma versão PS Vita

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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