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Sniper Elite V2

A Segunda Guerra Mundial já teve a sua dose de protagonismo durante anos na indústria dos videojogos. Por isso, é natural que um revisitar do tema seja recebido com algum desdém. Sniper Elite V2, porém tenta abordar apenas o papel de um atirador furtivo em plena Alemanha Nazi a tentar sabotar os planos do 3º Reich. Por entre escombros e balas perdidas, este jogo até acaba por surpreender pela positiva. Mas nem tudo são tiros certeiros.

A vida solitária de um sniper de elite dos Estados Unidos da América atrás das linhas inimigas e em plena Alemanha da Segunda Guerra Mundial a tentar travar não só o programa de mísseis Nazi, os famosos V2, como tentar que os Russos não se apoderem desses segredos e dos cientistas que neles trabalham, acaba por ser uma penosa batalha contra números de inimigos em situações de larga inferioridade numérica num jogo que não brilha pela acção furtiva propriamente dita, mas pela precisão de tiro e prontidão.

Sniper Elite V2 resume-se a usar os binóculos para detectar e marcar adversários ou veículos, evoluir no terreno sem ser detectado e usar a pistola silenciada para matar sentinelas em silêncio, a metralhadora para limpar salas e, claro, a espingarda sniper para eliminar ameaças. Numa lógica mais ou menos intuitiva, acabamos por passar o tempo agachados ou deitados aproveitando o sistema de cobertura bem conseguido. Por vezes podemos usar os ruídos ambientes como o som de anti-aéreas, explosões à distância ou mesmo sinos de igreja para camuflar os nossos disparos.

As miras são precisas e até temos de compensar as leis da física no disparo (no modo mais difícil acrescenta-se a variante de vento lateral, mas já em modo normal já temos de lidar com a gravidade). Mas todas as miras possuem ajudas visuais consoante o nível de dificuldade, o que permite alvejar com grande precisão. Os tiros perfeitos são premiados com um cutscene em câmara lenta em que vemos o progresso da nossa bala até atingir o adversário. Por vezes, se o tiro atingir a cabeça ou um orgão vital, vemos o adversário em visão raio-x com previsíveis resultados grotescos.

Visualmente o jogo está muito bem conseguido reproduzindo uma Alemanha Nazi em escombros e repleta de pontos de vantagem para o tiro furtivo. Mas, não deslumbra. Não tem a qualidade visual e de animações esperada de um jogo desta geração. Mesmo assim é cumpridora e alguns mapas são enormes e convidam à exploração para encontrar o local perfeito.

Também notamos que a Inteligência Artifical é incrivelmente pouco inteligente, expondo-se constantemente para facilitar o nosso tiro ou a fugir sem rumo para locais previsíveis. Mas também é de notar a incrível precisão do inimigo. Temos de usar uma espingarda de sniper para os atingir, mas eles com uma metralhadora MP40 conseguem ferir-nos a 200 metros de distância. Mas isso só significa que temos de nos esconder muito bem e aproveitar as excelentes armadilhas que temos connosco, desde as simples granadas a minas anti-pessoal ou de fio que podemos esconder em locais estratégicos.

Há ainda modos multi-jogador cooperativos interessantes e intensos em que basicamente usamos os nossos dotes de atirador furtivo em sessões que podem ser tão interessantes como aborrecidas para os que gostam de coisas mais intensas. Além de podermos jogar toda a campanha (cerca de 8 a 10 horas de jogo) em modo Cooperativo, podemos também juntar-nos a um amigo para um modo de sobrevivência em que enfrentamos vagas de inimigos cada vez mais difíceis ou ainda jogar uma espécie de jogo de captura de bandeira só que são peças de avião que tem de ser entregues num ponto do mapa. Mas um modo que gostámos muito é Overwatch em que ou somos um sniper numa posição de guarda ou somos um soldado no terreno a tentar cumprir objectivos. Uma boa dinâmica de jogo que exige boa cooperação. Não entendemos a ausência de modos Competitivos em consolas neste jogo. Só a plataforma PC possui Team Deathmatch para 12 jogadores. Não faz grande sentido, tendo em conta que os jogos anteriores tinham este modo em destaque para uma legião de fãs.

Conclusão

Um jogo interessante para quem gosta da temática do tiro furtivo ou da Segunda Guerra Mundial. Como jogo dedicado ao atirador furtivo de elite, é uma série com alguns anos que nunca deixa de ter a sua qualidade. Como jogo de acção na terceira pessoa, não é nada extraordinário. A nível gráfico também não é um marco tecnológico, embora bem concebido e não tem qualquer sumo ao nível de enredo pegando num pequeno pedaço da intrincada História deste período. Mas possui muitas horas de jogo e ainda acrescenta modos cooperativos muito interessantes. É um tipo de acção diferente do estereótipo dos jogos de acção, mas é uma boa aposta para quem gosta do género.

  • ProdutoraRebellion Developments
  • Editora505 Games
  • Lançamento10 de Maio 2012
  • PlataformasPC, PS3, Xbox 360
  • GéneroAcção
?
Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Inteligência Artificial é burra
  • Não há acção furtiva propriamente dita
  • Missões demasiado lineares
  • Ausência de Multi-jogador competitivo em consolas

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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