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I Am Alive

O mundo está em ruínas e neste cenário pós-apocalíptico a sobrevivência é tudo. A Ubisoft levou quatro anos a produzir I Am Alive. Talvez tivesse demorado demasiado tempo, talvez aproveitasse o facto da Naughty Dog estar a produzir um jogo francamente semelhante. O que é certo é que este é um jogo que mexe com o nosso sentido de sobrevivência mesmo não sendo perfeito, mas afinal é passado numa era em que a humanidade está em escombros… I Am Alive é um exclusivo temporário para Xbox 360 no Xbox Live (a versão PSN só chegará durante a Primavera).

Haventon é uma cidade fictícia nos Estados Unidos onde um homem sem nome chega um ano depois de um cataclismo de dimensão mundial que acabou com a civilização como a conhecemos. Nos escombros, a sua busca pela sua mulher e filha leva-o a enfrentar os perigos de um mundo que luta pela sobrevivência da pior maneira. Na sua jornada, encontra diversos sobreviventes que precisam de ajuda ou oportunistas que tentam de forma violenta obter qualquer coisa de qualquer pessoa. A humanidade é retratada ora como desesperada, ora como violenta, num quadro negro onde o herói improvável tem de fazer decisões ditadas pela sua moral. Pelo meio encontramos Mei, uma criança que resgatamos das mãos de meliantes que parece conferir uma aura de sanidade a isto tudo, embora nunca tenha parte integrante na estória.

Em termos de jogabilidade, I Am Alive é um jogo de acção não-linear e fora do comum. Por vezes circulamos pela cidade com uma só bala na pistola, porque as munições são raras. Mas a personagem pode fazer jogo psicológico e fingir que tem balas para fazer recuar assaltantes, usá-la para terminar conflitos ou mesmo para persuadir inimigos para precipícios onde podem ser empurrados para o seu fim. Na maioria dos confrontos, não podemos entrar a matar, temos de avaliar as hipóteses e às vezes, quando os números estão contra nós, temos de fugir.

Na maioria dos casos andamos em escalada pelos escombros à procura de recursos. Vagueamos pelo que resta do metropolitano com uma pobre lanterna e temos de decidir se escalamos ou não aquela parede. Isto porque temos uma dose limitada de forças (stamina) que se esgotam a cada escalada. Se cedermos, morremos e só recuperamos se tivermos Retries suficientes e para os ganhar temos de ajudar vítimas. Este é um jogo de paciência, de estratégia e de inteligência. Embora premeie a acção na Terceira Pessoa (Third Person Shooter) que muda para a primeira pessoa quando usamos armas, é também de exploração e de objectivos. Há um mapa genérico e uma orientação mas o caminho temos nós de escolher. E para ajudar, o nível do chão tem um gás venenoso que nos vai roubando vida. Não podemos simplesmente vaguear pelas ruas, é preciso correr, saltar e escalar.

Graficamente, I am Alive desaponta um pouco. O motor gráfico LEAD (o mesmo de Splinter Cell: Conviction) está algo datado e muitos dos efeitos não chegam a impressionar. As texturas parecem demasiado artificiais e as animações podiam ser mais refinadas. Sabendo que em 2010 o jogo foi alvo de um completo overhaul que causou a demora no lançamento, o trabalho final deixa muito a desejar. Mesmo assim consegue ser bastante fluido e cumpre minimamente na Xbox 360. A sonoridade também cumpre com uma música bastante rítmica que convida à urgência e os sons do jogo ajudam à mística pós-apocalíptica com silêncios lúgubres cortados por ventos uivantes ou sons de ranger de edifícios.

Conclusão

I Am Alive não é um colosso visual mas cumpre, em parte, o que promete. É um jogo interessante que vai fazer passar bastante tempo com as decisões que temos de tomar e com a estratégia de sobreviver num mundo violento, destruído e onde o humanismo escasseia. Chega a ser frustrante ficar sem Retries e termos de recuar na estória uns minutos ou mesmo horas de jogo. Mas é por isso mesmo que cria um desafio interessante. É uma aventura que merece atenção, com um preço acessível, sendo jogo Arcade, que vai agradar os que gostam do tema pós-apocalíptico… sem zombies…

  • ProdutoraUbisoft Shanghai
  • EditoraUbisoft
  • Lançamento7 de Março 2012
  • PlataformasPC, Xbox 360
  • GéneroAcção
?
Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Mei por vezes é uma "mochila" nas costas do protagonista
  • Animações não são nada de especial
  • Mediano Graficamente
  • Enredo pobre e algo acessório

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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