Análise: Evel Knievel (iOS)

Se pesquisarem a origem de todos os aventureiros que fazem aqueles saltos para bater recordes, sejam eles entre arcos em chamas, por cima da camiões ou apenas para atingir a maior distância possível, vão cruzar-se com o nome Evel Knievel. Este Norte-Americano realizou mais de 75 saltos com as suas motas entre 1965 até 1980, estabelecendo recordes ainda hoje desafiados. Não há melhor mito do que este para dar o nome a um jogo deste tipo de desafios.

O jogo Evel Knievel coloca-nos no papel do próprio ícone Norte-Americano com o simples objectivo de percorrer as pistas mais mirabolantes sem cair uma única vez. O jogo funciona como qualquer jogo de Trial, onde é necessário controlar a aceleração da mota e a sua rotação, enquanto aceleram pelo maior número de obstáculos e ultrapassam os mais variados perigos, sejam eles tubarões esfomeados ou veículos mal estacionados.

Graficamente, Evel Knievel apresenta-nos um jogo com gráficos de banda desenhada e com uma visão lateral de toda a acção, a típica perspectiva de um jogo deste género. A física funciona bastante bem e por vezes é cómico ver o nosso piloto a ser projectado para o outro lado do ecrã, enquanto agita os seus braços.

O jogo está dividido em vários níveis, cada um deles baseado num salto real que o próprio Knievel saltou algures na sua carreira. O progresso inicial é um pouco moroso até termos uma mota realmente boa para acelerar pelos loopings e pelos arcos em chamas. O meu ponto contra é sermos obrigados a revisitar os níveis iniciais com motas mais rápidas para melhorar o nosso tempo e, por consequência, mais dinheiro. Isto é mesmo obrigatório, para puderem comprar mais motas e progredir no jogo, não há volta a dar.

Eu sou particularmente fã deste género de jogos e existem vários deste género espalhados pela AppStore, alguns fáceis demais e outros com uma dificuldade capaz de nos arrancar o couro cabeludo. Contudo, Evel Knievel tem um bom equilíbrio entre estes dois extremos. Contudo, não sabemos ao certo qual a mota mais indicada para cada corrida, acabando por usar a mais recente, que costuma ser a melhor e mais rápida. No entanto, no salto final posso passar a rampa para aterrar fora dela, sendo obrigado a repetir tudo novamente. Este ponto era facilmente corrigido com os stats de cada mota ou a sugestão da mota ideal, por exemplo.

A jogabilidade é bastante simples. Com apenas dois botões, posicionados em cada lado do ecrã, é possível acelera e travar. Uma vez no ar, estes mesmos botões servem para controlar a rotação da mota para cair sempre de forma paralela ao chão, caem com a roda da frente numa rampa e veem Knievel a ter um encontro imediato com o asfalto. Talvez gostasse de ver o uso dos acelerómetros dos dispositivos móveis para controlo da mota. Até pode ser que piorasse a jogabilidade, mas era interessante, nem que fosse uma opção.

Veredicto

Evel Knievel provou ser um jogo bastante divertido, diria até que é um dos melhores jogos do género na AppStore, pelo menos para dispositivos móveis para onde foi desenhado. Existem alguns problemas como a obrigação de melhorar os tempos das pistas anteriores para poder progredir, mas para quem gosta de angariar medalhas de ouro em tudo nem é um ponto negativo. Por fim, devo dizer que este jogo é um excelente tributo ao lendário recordista de saltos perigosos. Sabem quantos ossos partiu Knievel nas suas tentativas de recordes? É mesmo um recorde do Guinness: 433 fracturas ao longo da carreira…