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Análise: EVE Valkyrie

Se forem fãs de filmes de ficção científica, certamente já se imaginaram dentro de um cockpit de uma nave espacial com a fantasia de a pilotar em batalhas de proporções gigantescas, fazer loucas manobras atrás dos vossos inimigos e voar no meio de asteroides. Infelizmente, nascemos uns milénios mais cedo, mas a produtora por detrás de EVE Online ajuda-nos a simular tudo isto.

EVE Valkyrie deixa-nos mesmo viver a fantasia de ser um piloto de elite num grupo de piratas galácticos conhecidos como Valkyrie. Neste fantástico jogo de simulação, temos também uma grande variedade de naves, opções de personalização e armas dignas de um filme de ficção científica. À primeira vista, temos tudo o que é preciso para viver um sonho. Ainda por cima, é um jogo criado para imersão na realidade virtual com o PlayStation VR. O que poder melhor que isto?

No seu breve enredo, é-nos explicado que somos um clone de um piloto que morreu em batalha há muitos anos. Porém, com a evolução da tecnologia, foi descoberta uma forma de guardar as memórias por breves momentos, antes de se morrer. Esses dados são posteriormente “instalados” num clone, para que possa substituir o piloto original. Contudo, é necessário algum tempo para que a memória regresse e é precisamente aí que entra a sua mini-campanha a solo que funciona basicamente como um tutorial para treinar os novos pilotos, antes das enormes batalhas online no horizonte.

O início do jogo começa de forma surpreendente. Dentro do cockpit da nossa nave e enquanto estamos deslumbrados com tantos monitores, damos por nós dentro de um túnel de descolagem. As luzes começam a ligar-se e ouvimos uma voz em contagem decrescente para o lançamento. Assim que a catapulta é accionada, a inércia exercida pelas forças G são transmitidas do PlayStation VR directamente para o nosso corpo (não de forma literal, claro) e quando finalmente saímos para o espaço somos presenteados com uma exibição deslumbrante e emocionante! Este vídeo pode dar-vos uma ideia, mas só com um headset VR e com uns bons auscultadores conseguirão sentir todas as sensações desta experiência.

Todo o jogo tem a perspectiva na primeira pessoa e, graças à realidade virtual, podem olhar em volta para apreciar todos os pormenores do cockpit e das naves que nos rodeiam. A posição do piloto é exactamente a que assumimos, enquanto estamos sentados a segurar o nosso DualShock 4. As mãos virtuais estão na mesma posição das mãos reais do jogador e até os dedos virtuais do piloto reflectem com precisão todos os movimentos no comando.

Uma vez na imensidão do espaço, podem executar todas as manobras que alguma vez imaginaram. Sejam elas de rotações de 180º, tonneaus ou passar por dentro de uma enorme nave de transporte. E isto leva-nos a falar já da maldição da realidade Virtual: O enjoo.
Por cá, já experimentámos os mais variados géneros de jogos e acreditamos que estamos mais habituados ao uso da Realidade Virtual. Não houve nenhum momento de pontual desorientação, mas tendo em conta o tipo de jogo, recomendamos a experimentar primeiro a versão de demonstração disponível na PlayStation Store para terem uma ideia se vos pode causar náuseas.

De volta aos controlos, este é um título desafiante. É preciso ter alguma destreza de polegares para se dar bem na pilotagem do vosso primeiro Wraith. Ao princípio, pode ser uma experiência assustadora fugir ou perseguir naves inimigas durante os combates. Principalmente porque esta operação requer algum conforto com a realidade virtual, por ser um jogo rápido e onde vão estar muitas vezes a olhar para sentidos diferentes. Tal como num combate real, é preciso procurar os inimigos e será preciso ter uma boa coordenação entre pilotar a nave, desviar de obstáculos ou evadir de ataques.

A partir do momento em que já controlam a nave de forma natural, o jogo torna-se realmente intenso. Desde a contagem decrescente do lançamento até aos momentos finais de cada combate é um jogo que vos dará um turbilhão de sentimentos. Por vezes, é inevitável sentir alguma raiva ao sofrerem a inevitável derrota onde verão o cockpit a estilhaçar e o frio do espaço a congelar todo o interior da nave. Não é que sejamos maus pilotos, mas mesmo com bastante prática, como em qualquer jogo competitivo, há sempre alguém melhor que nós ou… com mais sorte.

Ao todo existem três classes de naves que podem pilotar. A primeira, inclui duas metralhadoras que disparam em linha recta e um sistema de mísseis capaz de perseguir o inimigo. A classe pesada tem projécteis mais poderosos que seguem a direcção que estão a olhar e até dispõe de uma espécie de velocidade da luz para curtas distâncias. Por fim, existe a classe de suporte que dispara um laser modesto mas é capaz de reparar outras naves.

Dentro de cada classe existem variações de naves com características únicas, algumas com mais dano, velocidade ou mais armadura. À medida que realizam missões e ganham experiência, novas naves são desbloqueadas. Contudo, todo processo é bastante lento. E é aí que entra a justificação do sistema de micro-transacções presente neste título. Mesmo sendo um jogo com um preço inicial de 59,99€, existem as infames compras “Pay-to-Win”. Apesar de algumas compras apenas troquem a aparência das naves (até aí aceitáveis), acabam por influenciar o progresso do nosso jogo quando há a possibilidade de comprar novas naves com dinheiro real, tornando a carreira algo inútil se a nossa carteira o suportar.

Sendo um jogo maioritariamente online, só nos falta falar dos modos de jogo. Neste ponto, Eve Valkyrie partilha o que já conhecem de outros jogos online. Esta lá o Team Deathmach, onde ganha a equipa com maior número de mortes, o modo Control, que oferece pontos por cada área que seja mantida pelas equipas e, por fim, mas o modo que nos deu mais gozo jogar foi mesmo o Carrier Assault. Neste, temos de destruir uma nave de transporte inimiga em várias fases de jogo. Inicialmente, é necessário desligar a regeneração dos seus escudos, destruindo os Power Relays. Depois, é necessário desgastar os ditos escudos para, no final, acertar no ponto fraco da nave. Isto tudo, enquanto tentam impedir que a equipa inimiga nos faça exactamente o mesmo.

Apesar destes modos serem interessantes, em poucas horas vão ter a sensação que já viram tudo. O jogo acaba por cair na monotonia e falha em manter o interesse do jogador. Ao contrário de EVE Online que é um MMO com uma carreira vastíssima, aqui o foco é inteiramente virado para o combate. Seria interessante ter uma campanha a solo digna e talvez mais modos para jogar online. Mas, nesse caso, provavelmente o modelo de jogo seria diferente e mais longo. E não iriam querer ficar centenas de horas a usar óculos de realidade virtual, a sério…

Veredicto

O ponto forte de Eve Valkyrie é a sensação que transmite ao jogador colocando-nos no comando de uma nave espacial. Os controlos e a imersão estão no ponto. Temos de dar os parabéns à produtora CCP Games. Contudo, a campanha a solo e mesmo muito curta, quase um tutorial. Deixou-nos um sentimento misto porque queríamos poder voar mais a solo, talvez com um punhado de missões mais complexas. E o principal foco do jogo, que é o modo online, precisaria de mais conteúdo para entreter os jogadores durante mais algum tempo. Mesmo assim, a experiência é fantástica e, muito possivelmente, um dos melhores exemplos da aplicação destes dispositivos VR para óptimas experiências.

  • ProdutoraCCP Games
  • EditoraCCP Games
  • Lançamento13 de Outubro 2016
  • PlataformasPC, PS4, PSVR
  • GéneroAcção, Simulação
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Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Micro-transacções
  • Poucos modos de jogos online
  • Campanha a solo parece um tutorial

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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