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Análise: Dragon Age: Inquisition

A trazer de volta muito daquilo que transformou Star Wars: Knights of the Old Republic e Mass Effect em verdadeiros clássicos no mundo dos videojogos, a sua produtora Bioware deu tudo o que tinha com Dragon Age: Inquisition e o resultado é um mundo envolvente onde vais deixar horas da tua vida. 

Encarregado de liderar um movimento, o jogador encarna o papel de Inquisitor – o único sobrevivente do cataclismo que aconteceu durante o Conclave, um encontro entre Templars e Mages que devia definir a paz entre as duas facções. O despoletar do conflito entre as ordens na cidade de Kirkwall, apesar de todos os esforços da personagem Hawke, marcou o final de Dragon Age II e, por consequência, este é um evento que define o início deste terceiro capítulo na saga. Todos aqueles que não jogaram a nenhum Dragon Age vão ter, indubitavelmente, alguma dificuldade em actualizar-se com todo o lore deste mundo. Sobretudo se agarrarem logo no jogo e não explorarem algumas das histórias dos jogos anteriores.

Entre fronteiras políticas, ideologias religiosas e questões éticas, o mundo de Dragon Age é vasto e Inquisition explora-o profundamente através das acções que tomamos dentro dele. O jogador pode, literalmente, influenciar e manipular todos à sua volta mas pode, também, ser influenciado pelos membros da sua equipa (a Inquisition), ao adquirir outros pontos de vista.

A equipa que compõe a Inquisition é, aliás, um dos aspectos que merece maior destaque nesta terceira incursão na série, como também é habitual na Bioware. Ao todo são nove os membros que podemos recrutar e cada um deles traz consigo a sua personalidade vincada, uma panóplia de sidequests para efectuar e ainda excelentes interacções com linhas únicas de diálogo.

Este terceiro capítulo da saga é também marcado pelos regressos de personagens dos jogos anteriores e que enriquecem a experiência de Dragon Age: Inquisition. É o caso de Varric, Cassandra e, sobretudo, de Hawke, Warden e Morrigan. Este é um mundo forjado nas decisões que tomámos nos jogos anteriores e para isso contribui muito o Dragon Age Keep  – uma aplicação online que permite transpor as nossas decisões dos jogos da geração anterior para as desta.

Para além da história principal, cuja duração será o suficiente para entreter qualquer jogador durante largas horas, o mundo de Dragon Age: Inquisition está repleto de sidequests. Por onde quer que andemos, o já habitual ponto de exclamação que marca o local de início de uma quest, surge por todo o lado no minimap. Por exemplo, seja a entregar materiais, a descobrir um acampamento de templars rebeldes ou até a encontrar um búfalo desaparecido, as horas no continente de Thedas parecem-nos sempre curtas, mesmo que lá passemos um dia inteiro. E apesar de algumas destas missões parecerem triviais, na maioria acabam por influenciar seriamente o mundo do jogo, recolhendo o jogador frutos importantes para o sucesso enquanto Inquisitor. Neste aspecto, a influência do sistema de sidequests de Skyrim no trabalho da Bioware em Dragon Age: Inquisition é palpável e uma excelente referência.

O sistema de combate deixa que o jogador desfrute dele da forma que preferir, dando-lhe duas hipóteses: a fórmula de um RPG de acção ou a de um RPG de estratégia por turnos. Tudo depende da nossa vontade, se gostamos mais de combates rápidos e com muita acção ou se preferimos pensar cada movimento cuidadosamente. Pessoalmente, prefiro uma mistura dos dois. Foi como joguei e é desta forma que tenciono regressar a este open world simulado por zonas que têm sempre mais qualquer coisa para explorar.

A componente gráfica de Dragon Age: Inquisition é imaculável! Jogámos a versão PS4 e PC e a verdade é que ambas cumprem de uma forma incrível. Desde a complexidade das caras dos modelos das personagens, até ao mais pequeno pormenor de cada zona que podemos explorar e encontrar, por exemplo, um enorme dragão escondido numa zona secreta, sem qualquer perda de frame-rate. No entanto, durante as horas que já passámos com o título da Bioware (e foram bastantes), encontrámos alguns bugs. O mais grave aconteceu ao explorar uma caverna onde os membros da nossa equipa insistiam em ficar presos e não subir os vários patamares que a topografia do espaço impunha sobre eles. A solução acabou por ser assumir o controlo manual de cada personagem e ultrapassá-los individualmente.

Também o trabalho de voz é fenomenal e é acompanhado por uma excelente banda sonora que, desta vez, não é composta por Inon Zur (o premiado compositor israelita que orquestrou os dois anteriores capítulos). Trevor Morris assumiu a batuta e o resultado foi uma das bandas sonoras mais memoráveis dos últimos tempos, só equiparada precisa e musicalmente à de The Elder Scrolls V: Skyrim. Ou não tivesse estado este canadiano por trás das músicas das séries de televisão Os Tudors, Os Bórgias, Os Pilares da Terra e Vikings. Os temas épicos acompanhados de polifonia a coro resultam estrondosamente nesta aventura inquisitorial.

Veredicto

Dragon Age Origins, o primeiro capítulo desta saga da Bioware, foi o único jogo até hoje para o qual comprei todos os pacotes DLC que foram lançados e ainda hoje o considero como um RPG de referência na lista dos meus jogos preferidos. Por sua vez, o segundo capítulo, com Hawke como protagonista, não foi tão genial como o primeiro e trouxe-me a expectativa um pouco para baixo em relação a Inquisition. Talvez por isso, a sensação de descobrir Ferelden e Orlais na nova geração tenha sido tão espectacular. Este terceiro capítulo é o culminar da saga e a profundidade deste mundo é estonteante, abrilhantada por uma história consistente e bem contada. Dragon Age: Inquisition é simplesmente espantoso e, sem dúvida, o RPG do ano! A Bioware voltou em força…

  • ProdutoraBioware
  • EditoraElectronic Arts
  • Lançamento21 de Dezembro 2014
  • PlataformasPC, PS4, Xbox One
  • GéneroAventura, Role Playing Game
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Sem pontuação

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  • Alguns bugs.

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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