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Análise: Child of Light

Das mãos da Ubisoft Montreal chega até nós Child of Light. Neste título vamos ajudar uma menina chamada Aurora a cumprir a árdua missão de reecontrar o seu pai. Não se preocupem com a premissa simples que a história oferece. À primeira vista, a história parece bastante simples, mas desenganem-se pois é mais complexa do que parece. Assim, sem mais demoras, vamos dar início à análise de Child of Light.

No que diz respeito à história, como disse em cima, vamos controlar Aurora que vivia na Áustria de 1895. Contraíndo uma doença que a faz cair num sono profundo, Aurora acorda no mítico mundo de Lemuria. Explorando este estranho e ao mesmo tempo fantástico mundo, ela descobre que as estrelas, assim como a lua e o sol foram roubados a Lemuria pela Rainha Umbra, também conhecida como a Rainha da Noite. Aurora tem assim pela frente dois enormes objectivos, devolver os corpos celestiais roubados a este novo mundo onde se encontra e voltar para o seu pai.

O que mais salta à vista neste título é, sem dúvida, o aspecto visual. Aqui Child of Light, mostra-se brilhante e ao mesmo nível dos mais bem ilustrados livros de contos. Todos os personagens que encontramos neste título são desenhados à mão e o mesmo acontece com todos os cenários que vamos atravessar e explorar. É notória a forte inspiração no Studio Ghibli e em Yoshitaka Amano e toda a arte neste título está de tal forma concebida que é impossível ficar indiferente, seja pela sua incrível beleza ou pelo simples facto de sentirmos uma enorme nostalgia dos tempos de criança em que, sossegados no quarto, liamos os fantásticos feitos dos mais incríveis personagens. Várias vezes vamos dar por nós a interromper por breves instantes a urgente aventura da nossa protagonista. “Desculpa lá rapariga, bem sei que tens outras preocupações, mas… Já viste bem este cenário?”

No que diz respeito à jogabilidade, também aí este título brilha. Correr, saltar e posteriormente voar pelos cenários de Child of Light é sem dúvida aliciante. Ou não estivesse este título recheado de segredos, explorar todos cenários é quase uma obrigatoriedade onde vamos juntar o útil ao já muito agradável. Nunca se sabe o que podemos vir a encontrar, será que vamos descobir poções ou itens que aumentam os atributos dos nossos personagens ou será que vamos descobrir um Boss opcional?

À medida que vamos avançando na história vamos interagir com várias personagens e essa interacção pode não ser para todos. Passo a explicar. Sempre que conversamos com os personagens o texto surge em rima e só em rima. A mim não me fez diferença, aliás mostrou-se como mais uma componente que confere a este título o aspecto de conto. Ainda assim, para alguns esse factor pode revelar-se como algo frustrante ou até mesmo enfadonho. No entanto e, se quem não gosta conseguir contornar esse aspecto, algumas dessas personagens podem introduzir-nos a quests opcionais. Além disso vamos também encontrar novos aliados que se juntam à nossa party depois de falar com Aurora. Uma vez que todos têm habilidades e poderes diferentes, vai ser crucial saber quando devemos utilizar cada um deles em combate. Um desses personagens é Igniculos, uma pequena bola azul que utilizamos como cursor, deslocando-o com o mexer do rato. Com ele podemos interagir com várias partes do cenário para ajudar Aurora a recuperar pontos de vida e mana para os nossos feitiços. Podemos também apanhar vários itens e se clicarmos com ele em cima de Aurora, Igniculos gasta a sua mana para curar a nossa protagonista. Este personagem oferece também a possibilidade de ser controlado por outro jogador, perfeito para jogar com a malta mais nova e faz com se sintam ainda mais envolvidos na história.

O sistema de combate está muito bem desenvolvido e, apesar de só podermos controlar duas personagens de cada vez, podemos sempre trocar uma por outra quando nos for conveniente. Como disse em cima é crucial saber quando devemos utilizar cada um dos nossos aliados em combate, isto porque também os nossos inimigos têm as suas fraquezas, passíveis de serem bem exploradas quando atacadas pelo personagem certo. Quando estamos em combate, surge também no fundo do ecrã uma barra de actividade. Esta mostra quando podem atacar os nossos personagens e prever ao mesmo tempo o ataque dos nossos inimigos. Um sistema parecido ao Active Time Battle revelando mais uma vez influências nipónicas, nomeadamente Final Fantasy e Grandia. Assim, todas as batalhas são imprevisíveis e é extremamente gratificante masterizar e coordenar bem os nossos ataques. Quando damos por nós, estamos a prever, a planear e a executar o contra-ataque perfeito contra os nossos inimigos.

Depois da batalha, chegam claro as recompensas e consequentemente os pontos de experiência. O sistema de level up está bem presente e a cada nível podemos aumentar os atributos dos nossos vários personagens. Uma vez que Child of Light conta com muitos dos produtores de Farcry 3, a Skill Tree é bastante semelhante. Aqui vamos poder escolher o caminho que mais se adequa ao nosso estilo de jogo e ao que esperamos de cada personagem. Queremos que este personagem se concentre nos poderes de cura, ou preferimos que tenha uma abordagem mais ofensiva no campo de batalha? Tudo depende de nós.

Não queria deixar de destacar também a banda sonora deste título que é simplesmente fantástica. A cantora e também compositora Béatrice Martin (ou Coeur de Pirate, que é o seu nome de artista) está de parabéns ao proporcionar-nos uma banda sonora tão envolvente. Sempre que lutei contra um boss e começou a respectiva música, a úncia coisa em que pensei foi em proteger a nossa valente heroína.

Veredicto

Artisticamente brilhante é o mínimo que posso dizer de Child of Light. Uma luz que chega nesta geração e que mostra que o género RPG ainda tem muito para oferecer. À medida que vamos progredindo na história é impossível ficar indiferente ao que vai acontecendo a Aurora. É incrível como o simples desejo de uma menina que só quer voltar para o seu pai se transforma em muito mais do que isso. Child of Light é uma experiência que não podem deixar de lado. Recheado de mistérios e segredos e combates aliciantes contra as mais fantásticas criaturas e sempre acompanhado por uma banda sonora de luxo. Ainda aqui estão? De que é que estão à espera?

  • ProdutoraUbisoft Montreal
  • EditoraUbisoft
  • Lançamento30 de Abril 2014
  • PlataformasPC, PS3, PS4, Vita, Wii U, Xbox 360, Xbox One
  • GéneroPlataformas, Role Playing Game
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Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Com tantos aliados, é pena controlar apenas dois de cada vez
  • O texto sempre em rima, não é para todos

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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