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Análise: Canvaleon (Wii U)

Canvaleon conta a história de um camaleão um pouco invulgar. Chama-se Canvas e nasceu sem a capacidade de se camuflar como os demais membros da sua espécie. A sua (constante) compleição branca fez dele um renegado aos olhos da sua comunidade, mas há quem encontre nela um mar de possibilidades. Falo do seu amigo Doodle, um artista que olha para o corpo do nosso simpático camaleão da mesma forma que um pintor olha para uma tela (Canvas) em branco. 

À primeira vista Canvaleon joga-se como um tradicional título de plataformas em 2D. Saltos e mais saltos, de plataforma em plataforma ou por cima dos nossos inimigos, nível após nível.  Só que depressa reparamos que não é bem esse o caso em Canvaleon. Ao ver que a sua aldeia está a ser atacada por extraterrestres, Canvas, apesar de tudo o que aconteceu, não deixa de se sentir impelido a partir em socorro da sua comunidade. A seu lado estará Doodle e com a sua ajuda a “maldição” de Canvas rapidamente se transforma numa poderosa arma de infiltração.

Retirando pigmentos de borboletas das mais variadas cores, Doodle consegue criar camuflagens às quais Canvas terá de recorrer se quiser passar em segurança pelos inimigos que se encontram espalhados por cada nível. No primeiro nível, que mais serve como Tutorial, ficamos a perceber um pouco da mecânica do jogo. Basicamente, à medida que vamos atravessando os níveis, vamos recolhendo borboletas e a cada uma é atribuída uma cor ou pigmento. Na Hub do jogo, estas poderão ser utilizadas para comprarmos fatos ou, se preferirem, camuflagens para Canvas. Para quem tiver mais tempo, porque acaba por ser moroso e por nos desviar da acção do jogo, reforço que podemos também criar as nossas camuflagens através do ecrã táctil do GamePad da Wii U.

Canvaleon esforça-se por fugir ao tradicional que o género tem para oferecer e em teoria consegue fazê-lo, aliando uma jogabilidade igualmente original. Um misto de plataformas com um ligeiro toque que homenageia a icónica série Metal Gear. Até o emblemático ponto de exclamação (!) não deixou de estar presente. Sempre que avistarmos um inimigo, ou saltamos sobre ele e continuamos ou em caso de espaços mais fechados, temos de recorrer a uma acção mais furtiva. Com o pressionar de um botão, Canvas esconde-se no plano de fundo do cenário que idealmente corresponde ao padrão da nossa camuflagem.

Saber que tipo de camuflagem temos de levar para cada cenário é mais do que meio caminho andado para o sucesso. O pior é que só o podemos descobrir depois de experimentarmos o nível em questão, o que acaba por exigir muita tentativa e erro. A ausência de checkpoints e o facto de morrermos com apenas um toque acaba também por dar origem a muitas frustrações. Preparem-se para muitas idas e voltas à Hub em busca da camuflagem ideal para cada nível. E se não tivermos borboletas suficientes? Terão de ir recolhê-las, dando espaço a algum farming indesejado.

Em termos de grafismo, Canvaleon cumpre, oferecendo ao jogador uma boa variedade de níveis assentes nas mais diversas temáticas que vão obrigar o jogador a pensar na sua abordagem. Só é pena que não possamos alternar entre camuflagens dentro do próprio nível. O rápido acesso a um certo número (não digo todas porque talvez quebrasse o propósito da experiência) de camuflagens talvez ajudasse na fluidez do jogo e interrompesse o incessante ciclo: começar o nível – ver que a camuflagem escolhida não é a ideal – voltar à Hub para falar com o Doodle – começar o nível – ver que a camuflagem escolhida não é a ideal…

Veredicto

Canveleon chegou à Wii U como um jogo de plataformas deveras original no seu conceito. No entanto, aliado às inevitáveis frustrações oferecidas pelo género de plataformas, chega com um sistema de acção furtiva que não foi executado da melhor forma. Beneficiando demasiado a tentativa e erro, ao mesmo tempo que oferece um sistema redundante que passa pelas constantes entradas e saídas de um nível em busca da camuflagem ideal para que o possamos completar, mais do que uma experiência divertida, acaba mais por ser frustrante. Quem conseguir contornar estes aspectos, talvez consiga retirar de Canvaleon uma sólida experiência de plataformas. Já a malta mais exigente talvez queira pensar duas vezes antes da aquisição deste título.

  • ProdutoraOXiAB Game Studio
  • EditoraOXiAB Game Studio
  • Lançamento23 de Julho 2015
  • PlataformasWii U
  • GéneroPlataformas
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Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Inevitáveis frustrações do género
  • Sistema de acção furtiva mal pensado
  • Não podermos alçternar entre algumas camuflagens beneficia a tentativa e erro

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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