maxresdefault

Análise: Armello

No reino de Armello as várias espécies de animais que nele habitam dividem-se entre clãs. O rei encontra-se afligido por uma uma força maligna que cada vez mais o corrompe e à qual designam como Rot (Podridão). Para destronar o rei e salvar o reino de Armello, os jogadores terão de escolher um dos heróis disponíveis neste jogo que representam um determinado clã. A cada facção corresponde um ideal e, independentemente da vossa escolha, preparem-se para uma aventura emocionante onde a sorte, sem dúvida, irá favorecer os audazes.

O jogo começa com o vídeo imediatamente em cima e que nos oferece uma animação, no mínimo, impressionante. Um lobo ferido mas inabalável, uma descoberta numa caverna, o despertar de uma druida e as manhas de um matreiro rato deixam o mote para uma aventura que certamente irá ser inesquecível. E de facto foi mas só nos momentos iniciais. Ora vejamos o que se passou.

Antes de me aventurar pela aventura propriamente dita no modo singleplayer, não pude deixar de reparar na opção Prologue (Prólogo) à qual imediatamente acedi. O prólogo de Armello encontra-se dividido em quatro partes. A cada parte corresponde uma personagem jogável: Thane, Amber, Mercurio e Sana. Em paralelo à breve narrativa que nos revela um pouco dos ideais que movem estas personagens, a cada uma destas quatro sequências corresponde também uma mecânica de jogo que nos é muito bem explicada e facilmente entendida (mais propriamente lida) por quem joga no PC. Quem joga na PS4, como foi por exemplo o meu caso, tem de contornar o facto de que o texto que surge no ecrã é, nestas secções, demasiado pequeno, o que resulta num esforço enorme para quem o tenta ler.

Em jeito de tutorial, vamos ficar a perceber como é que de facto se joga Armello que, nas palavras dos produtores é descrito como um… “jogo de tabuleiro/conto de fadas sinistro tornado realidade.(…) cheio de aventuras de capa e espada aliadas a um intenso jogo de cartas táctico, a uma estratégia de tabuleiro rica e elementos de RPG.

Parece confusa a descrição da malta da League of Geeks mas o facto é que Armello reúne, e muito bem, todas estas componentes num só jogo. Ao todo, são oito as personagens que temos disponíveis. Além da incrível animação que as acompanha, todas elas diferem muito umas das outras pelos seus atributos e consequentemente no estilo de jogo que teremos de adoptar ao utilizar cada uma delas. Já no campo de batalha em forma de tabuleiro, existem várias formas de alcançar a vitória.

Derrotar o rei em combate, puro e duro, e destroná-lo é sem dúvida a forma mais heróica mas se não estiverem bem preparados, depressa percebem que não será fácil fazê-lo. Se o quiserem derrotar por combate, podem sempre fazê-lo ao reunirem quatro Spirit Stones (ou por quests ou em certas partes do mapa) ou um nível superior de Rot. Completar quests, derrotar outros heróis e/ou demónios faz subir o vosso nível de Prestige (Prestígio). Elevem-no a um patamar superior ao de todos as outras personagens presentes no campo de batalha, ou melhor no tabuleiro e caiam nas boas graças do rei, ajudando-o a tomar decisões que irão afectar o estado do mapa do jogo. Consigam um patamar superior de prestígio até ao final do jogo e podem também alcançar a vitória. Mas o jogo tem tempo? Tem.

Os turnos vão alternando entre o dia e a noite, a cada dia que passa o Rei vai perdendo um ponto de vida e quando perder todos os pontos sucumbe face à corrupção da Rot. Neste caso, como mencionei em cima, a vitória cai sobre aquele que tiver mais pontos de prestígio.

Para nos ajudar na nossa missão, temos também acesso a um vasto leque de cartas. Estas variam entre peças de equipamento que podemos definir para a nossa personagem, ou por exemplo companheiros de armas que, por nos acompanharem, nos conferem bónus adicionais. Podemos também ganhar acesso a feitiços e alguns truques. Estes dois tipos de cartas podem ser lançadas sobre um adversário (mesmo no turno do inimigo, o que confere uma dinâmica de jogo bem interessante), sobre a nossa personagem caso os seus efeitos nos sejam benéficos ou até no cenário, em forma de armadilha.

Se jogarmos sozinhos, depressa nos apercebemos das limitações da IA e não vamos precisar de recorrer a todas as manhas que Armello nos oferece, ganhar por pontos de prestígio é quase sempre uma vitória garantida. É por isso que existe a opção de jogarmos online com mais três jogadores. A imprevisibilidade é bem maior e controlar o tabuleiro, bem como as acções dos nossos adversários vai ser crucial para alcançar a vitória. Depressa percebemos que a viabilidade de algumas formas de alcançar a vitória é algo dúbia. No tempo que perdem a tentar reunir as quatro Spirit Stones ou um determinado nível de Rot, quando finalmente conseguirem, pode já ser tarde demais. Não obstante, o facto é que independentemente de jogarmos sozinhos ou não, os fãs de jogos de estratégia por turnos têm aqui um jogo que mostra muito bem que é ainda possível inovar no género.

Além da agradável banda sonora, composta por Lisa Gerrard e Michael Allen, toda a animação presente em Armello é sublime. As personagens, as cartas, o próprio tabuleiro onde vamos perder umas boas horas de jogo, também a arte conceptual que acompanha este título é literalmente Fantástica. Só é pena que depois do tutorial, na forma de prólogo, nada mais se saiba sobre as personagens. Ao alcançarmos a vitória no modo single-player o que é que acontece à nossa personagem e quais serão as consequências dessa vitória para o reino de Armello?

Depois de uma introdução fantástica que lança o mote para o que prometia ser uma aventura inesquecível, é pena que a história dos heróis que dela fazem parte não seja mais aprofundada. Com personalidades, claramente vincadas, é impossível não ficarmos com vontade de sabermos mais sobre o que as move e que medidas irão tomar quando alcançarem a coroa. No entanto vencer não conclui a narrativa, ficando ainda muito por contar.

Veredicto

Armello mostra que ainda é possível inovar no género de estratégia por turnos. Qual Game of Thrones com animais, já dizia a malta da Kotaku (e não podia estar mais de acordo), Armello irá certamente fazer as delícias dos fãs do género. Animações fantásticas dão vida a toda a acção fria e meticulosamente calculista que se irá desenrolar no tabuleiro. Sozinhos ou na companhia de amigos e desconhecidos, há apenas uma coroa mas há várias formas de a alcançar. Escolham a personagem que mais se identifica com o vosso estilo de jogo e partam rumo à vitória. Só é pena que em termos de história nada mais se saiba sobre os heróis que viram nas suas mãos a oportunidade de salvar o seu reino, pelo que alcançar a vitória não conclui a narrativa, deixando ainda muito por contar.

  • ProdutoraLeague of Geeks
  • EditoraLeague of Geeks
  • Lançamento1 de Setembro 2015
  • PlataformasAndroid, iOS, Linux, Mac, PC, PS4
  • GéneroAventura, Estratégia, Role Playing Game
?
Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Narrativa termina no prólogo
  • Quem joga nas consolas pode ter dificuldade em ler algumas passagens
  • Algumas formas de alcançar a vitória com viabilidade questionável

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

Comentários