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Análise: ArmaGallant: Decks of Destiny

League of Legends e Hearthstone são dois dos jogos free to play mais populares do momento. O que aconteceria se alguém juntasse a jogabilidade destes dois títulos? O resultado poderia muito bem ser este ArmaGallant: Decks of Destiny, um exclusivo para a PlayStation 4. 

Num mercado cheio de MOBAs e jogos de cartas como os jogos já mencionados anteriormente, já pouco mais há para inventar. Contudo, isto não impede que muitas produtoras tentem criar outros títulos que misturem estes géneros muito populares. Uma dessas produtoras é a Rock Nano Global que criou ArmaGallant, um jogo de estratégia em tempo real, mas também com recurso a cartas de invocação e outras mecânicas familiares. Vamos conhecer este título ao pormenor.

Este título que vamos analisar hoje, pega em vários elementos de outros géneros para criar uma experiência única. O elemento que salta logo à vista é o da estratégia em tempo real, onde podemos controlar as nossas criaturas livremente pelo mapa. E, ao mesmo tempo, também é de realçar a jogabilidade com recurso a cartas temáticas, que substituem as típicas bases para criar ou controlar unidades.

Podemos ver este jogo como uma espécie de Warcraft onde não existe uma base para ordenar a criação de mais tropas. Ao invés disso, temos cartas que são usadas para feitiços e invocar novas unidades, consoante a Mana que temos disponível no momento. Não é propriamente um conceito inédito e haverá sempre os que defendem e os que odeiam esta opção criativa da produção. De um modo geral, torna toda a acção mais rápida, sem a dependência de uma base central à nossa progressão.

Dominar este conceito foi bastante simples através do tutorial que o jogo nos recomenda passar antes de começar a nossa aventura. Explica-nos como devemos movimentar as tropas e ainda ensina como devemos usar as tais cartas. Curiosamente, ambas as mecânicas tornam-se bastante práticas, cada uma com botões específicos para não causar entropia.

Depois do tutorial, podemos optar por um dos três modos de jogo: Ranked Online Matchmaking, em jogo privado ou ainda contra o computador para treinar. No modo Ranked, jogamos para uma carreira online onde coleccionamos novas cartas e onde literalmente jogamos a nossa reputação em sessões 1v1. É neste modo que deverão jogar se quiserem explorar todo o potencial da acção competitiva. Em jogos privados podem jogar em equipa, com 2v2, mas, desta feita, não poderão coleccionar novas cartas de jogo.

Assim que entramos numa “batalha” são dadas algumas cartas de arranque menos interessantes. Contudo, ao longo do jogo, a qualidade da oferta vai aumentando. Notem que cada carta tem um custo de Mana, que é ganha com o passar do tempo. As cartas estão divididas em cinco categorias: Water, Fire, Earth, Light e Dark. Muitas têm efeitos que funcionam com combinações, permitindo encadear e criar combos para melhores efeitos.

A vitória é alcançada ao esvaziar a vida do adversário ou por ter mais vida que o adversário no final de cada sessão, que não dura mais de 15 minutos. Para derrubar o inimigo, podem destruir as suas unidades ou tirar partido dos objectivos do mapa que, por sua vez, podem variar entre capturar pontos específicos que gradualmente causam dano ao inimigo ou apoderar de alguns cristais que vão surgindo em áreas específicas.

Fora das batalhas, os jogadores podem consultar a sua colecção de cartas através de uma opção no menu. Aqui podem ver todas ao pormenor e construir até um máximo de três decks, cada um até 40 cartas, para posteriormente levarem consigo para as sessões. Cada deck pode ainda ter uma carta comandante que não é descartada depois de ser usada, em vez disso, tem um temporizador para poder ser usada novamente.

Grande parte do vosso tempo será dentro desta área dedicada às cartas, a planear as “mãos” que poderão jogar. E, consoante o vosso número de cartas, o processo pode até ser bastante moroso, visto que só podem filtrar por elemento, nome ou custo. Outras opções de filtro podiam ser uma mais valia, tal como podemos encontrar em Hearthstone, por exemplo. Sendo este o local mais importante na estratégia para nos ajudar a criar o nosso deck, qualquer ajuda seria bem vinda para não tornar a pesquisa tão fastidiosa.

Actualmente, o jogo não tem qualquer tipo de campanha e não existem muitas ajudas que expliquem a sua história. O que é uma pena, visto que tanto as criaturas como as cartas parecem ter algum lore interessante de explorar, já para não falar nas interessante ilustrações presentes em cada uma delas. Para um jogo criado exclusivamente para a PlayStation 4, porém, o grafismo não impressiona. Existem alguns efeitos muito bem concebidos, mas as texturas dos mapas e das criaturas são datadas. Não esperava um grande feito visual num título deste calibre, obviamente.

Contudo, não é o grafismo em si que constitui o seu maior problema. Como já vimos, ArmaGallant tira bastante inspiração de outros jogos free-to-play que recorrem a micro-transacções para se auto-financiarem. E não podia deixar de se “inspirar” nessa terrível realidade das micro-transacções, mesmo não sendo gratuito. Este jogo tem um custo de 19,99€, o que não é muito dispendioso, concordamos. Contudo, por esse preço contem apenas com dois mapas de jogo nos tais modos de jogo que já falei. E, caso não tenham uma subscrição PlayStation Plus, só poderão jogar o modo Practice contra a falível inteligência artificial. Agora, juntem a isto as compras adicionais e terão um custo demasiado elevado para a sua oferta final.

Veredicto

A visão por detrás de ArmaGallant: Decks of Destiny é interessante. Contudo acaba por falhar devido à sua apresentação algo descuidada e execução desprovida de profundidade. Os controlos funcionam bem e o interface permite controlar as tropas e as cartas ao mesmo tempo sem dificuldades. Gostei particularmente das ilustrações, sobretudo para quem gosta de jogos como Magic: The Gathering. Contudo, o grafismo datado, o seu custo e longevidade não apelarão a muitos. É um título que pode ser muito melhorado, existe lá um real potencial.  Mas, na sua versão actual, teria mais sucesso como Free-to-Play, certamente.

  • ProdutoraRock Nano Global
  • EditoraMaximum Games
  • Lançamento4 de Abril 2017
  • PlataformasPS4
  • GéneroEstratégia
?
Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Grafismo não impressiona
  • Preço para oferta do jogo
  • Poucas opções para encontrar cartas

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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