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Análise – 112 Operator

A produtora Jutsu Games está de volta com um novo título derivado de um pequeno “Indie” de estratégia que se tornou um fenómeno de popularidade. Contudo, 112 Operator não é apenas uma mudança de número de emergência, age como uma verdadeira sequela.

O antecessor que falo é 911 Operator que, como o próprio título indica, focou-se nas operações de emergência nos Estados Unidos da América. Este outro novo jogo, muda os incidentes de um continente para outro, agora usando o Número de Emergência Europeu, o 112. No entanto, porque no jogo anterior até era possível escolher outras cidades mundiais, inclusive na Europa, para jogar no seu modo Sandbox, uma simples sequela somente focada no chamado Velho Continente, era algo escusada, mesmo que o número de telefone de emergência não fosse o correcto. Felizmente, a produção lançou aqui uma verdadeira sequela com bastantes novidades. 112 Operator é mais ambicioso, mantendo a fórmula tão bem recebida pelos seus fãs.

Afinal que tipo de jogo é este? Olhando para as imagens de produção, é difícil discernir que tipo de jogo será. 112 Operator, tal como o seu antecessor, é um jogo de estratégia com interface gráfico simples e baseado em ícones e tabelas. Num mapa recriado de uma cidade real, vários incidentes de carácter policial, médico ou de protecção civil acontecem. E nós, como operadores da central de emergência, respondemos aos apelos e relatos de incidentes, enviando equipas especializadas. A ideia é que os eventos requerem diferentes abordagens e mesmo diferentes unidades dentro mesmo ramo da Emergência Médica, Polícia e Bombeiros. E, muitas vezes, os eventos acontecem todos ao mesmo tempo e em partes diferentes da cidade, o que exige muito trabalho de gestão e de coordenação.

Neste novo título, porém, a dimensão de toda esta lógica de jogo foi amplamente aumentada, o que aumenta a dificuldade, muito por causa da dispersão do foco. Para já, as cidades que podemos escolher, sejam as dos modos de carreira, sejam as do modo sandbox, são 25 vezes maiores e com muito mais detalhe zonas de distribuição ou distritos. Por outro lado, a produção inseriu mais elementos modificadores da acção, como um novo formato de incêndio que alastra visualmente pelo mapa e que obriga a combater em várias frentes, por exemplo. Quem sabe o maior dos modificadores, porém, são os fenómenos de meteorologia, com vagas de calor ou grandes temporais a aumentar o caos nas cidades. Tudo para nos dificultar a vida e procurar o botão de pausa no meio do pânico.

Para nos ajudar, o jogo agora permite contratar assistentes de despacho. Estes novos assistentes podem controlar um sector inteiro, mandando automaticamente as suas unidades de terreno disponíveis para responder a pedidos. Não se iludam, porém. Estas unidades são úteis para eventos locais, sim, mas se for preciso enviar unidades para zonas diferentes, perdem o seu valor. Eventualmente, ajudam numa micro-gestão de uma zona mais remota, mas é bem normal enviarmos unidades do seu território para outro e lá vem a sua chamada a dizer que tem falta de meios, mesmo sem emergências a decorrer. Considero esta adição interessante e importante para jogadores menos experientes mas, a dada altura, acabei por me esquecer que sequer existem.

Isto, porque a vossa atenção terá de ser completa. Os vários desafios e metas mantém-nos atentos ao cumprimento de determinadas etapas, como responder a todos os apelos numa sessão ou melhorar o tempo de espera para cada resposta. Também recebemos emails com dicas ou informação adicional de acontecimentos, como datas de manifestações ou possíveis indícios de um assassino em série, por exemplo. Também teremos atenção às previsões meteorológicas, aos ciclos de noite e dia e até ao tipo de veículo enviado. É preciso ter em conta que enviar uma mota de paramédicos, não permite evacuação de feridos. Também os camiões de bombeiros precisam de abastecer água para combater fogos. Ou que um interceptor da polícia não pode sair de estrada e fazer todo-o-terreno atrás de um meliante.

Para além de toda esta gestão, ainda temos as infames chamadas telefónicas. Infelizmente, ao fim de umas horas, notarão que são algo repetidas. Contudo, ainda terão uma série de linhas de diálogo para descobrir em cada uma. Agora as chamadas podem ser bem mais elucidativas quanto ao tipo de emergência ou bem mais ambíguas. Alguém liga a dizer que uma vítima não está a respirar. Podemos enviar logo uma ambulância sem mais demoras ou então tentamos explicar as manobras básicas de reanimação. São segundos preciosos que salvam vidas, mas também ajudam a comprar tempo para alocar recursos. Só que, na mesma chamada, começam a perceber que foi a pessoa que ligou que estrangulou a vítima. Então é melhor enviar também a Polícia.

Devo dizer que estas chamadas, já em 911 Operator, eram um tanto toscas por vezes. As performances dos actores que emprestam a voz, nem sempre atingem o “ponto”, com entoações e sotaques a precisar de algum trabalho de direcção. Mesmo assim, cumprem o objectivo. Algumas destas chamadas são também falsas, enganos ou simples brincadeiras para nos distrair. Contudo, convém analisar bem o que está ser dito e explorar as respostas que podemos dar. Algumas chamadas podem parecer erradas, como uma rapariga que liga a dizer que o namorado quer ir conduzir bêbado. Podemos simplesmente aconselhar a não o fazer e desligar… para logo a seguir termos um pedido de ambulância porque alguém teve um acidente a conduzir alcoolizado. Estava lá a sugestão de chamar um táxi.

Quem sabe a maior das diferenças, é mesmo o palco de toda a acção. Embora este tipo de jogos nunca venha a ganhar prémios de grafismo, o seu interface sempre foi bastante polido e simples de usar no jogo anterior. As diferenças são bastante subtis, com os novos painéis de carregamento a dar importantes dicas de primeiros socorros e um novo conjunto de vídeos em 3D entre missões e em sucintas cenas intermédias. Mas, se fizerem zoom nas novas cidades, notarão que agora possuem edifícios tridimensionais e muito mais detalhe em ruas e avenidas. Também temos agora uma animação simples da zona da emergência que mostra as unidades em acção com ícones. Nada disto é particularmente vistoso, mas ajuda bastante na imersão. Também o áudio foi trabalhado, sendo essencial para nos colocar verdadeiramente neste Call-Center virtual do 112.

Agora, mesmo com os anos de experiência de 911 Operator, infelizmente, este jogo ainda precisa de muito polimento. A poucos dias do lançamento, está ainda na sua fase Beta e isso é perfeitamente notório. Como qualquer jogo em desenvolvimento, há imensos bugs e erros que, por vezes, estragam a experiência. Nas minhas primeiras passagens pelo jogo, tive um erro recorrente em que as unidades ficavam todas imobilizadas, como se o jogo pausasse inadvertidamente. Noutras sessões, o áudio deixou de existir. Ainda noutra sessão alguns painéis de comandos desapareceram. Felizmente, não só o jogo possui uma opção de menu para reportar erros, como a equipa está constantemente a actualizar o jogo. No dia 23, espero, tudo estará resolvido. Ou, pelo menos, minimizado.

Veredicto

Recuperando uma lógica de jogo que se tornou um vício em 911 Operator, a passagem desta franquia para a Europa foi também uma oportunidade para a produção fazer um autêntico “upgrade” à jogabilidade. 112 Operator traz consigo muitas novidades, com mais unidades, cidades maiores, desafios maiores, incidentes de larga escala, enfim, mais trabalho em potencial para um humilde operador de emergência. Infelizmente, nesta fase, ainda há muitos bugs para esmagar, mas o potencial está lá. E quando for lançado, estou certo, será um excelente título de estratégia em tempo real, ultrapassando mesmo o seu antecessor.

  • ProdutoraJutsu Games
  • EditoraGame Operators
  • Lançamento23 de Abril 2020
  • PlataformasPC
  • GéneroEstratégia
?
Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Os novos assistentes são um pouco inúteis a dada altura
  • Bugs e erros nesta fase Beta

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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