Simuladores – PMDG 747 Queen of the Skies V3 (P3DV5)

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Que melhor forma de arrancar com uma nova versão de um simulador promissor, que um dos melhores fabricantes de add-ons para simuladores  de voo civil? O meu regresso ao simulador da Lockheed Martin não podia acontecer sem o apoio da Precision Manuals Development Group, mais conhecida por PMDG, que traz para o Prepar3D V5 o fantástico PMDG 747 Queen of the Skies V3.

O original PMDG 747-400 Queen of the Skies foi um dos aviões que mais voei em toda a minha “carreira” de piloto virtual de linha aérea. Não tenho presente quantos voos de longo curso ou quantas rotas fiz ou até quantos aeroportos visitei nos quatro cantos do mundo à conta dos seus potentes quatro motores. O Boeing 747 é e será sempre um dos meus aviões preferidos, sendo um ícone da história da aviação civil moderna e ainda hoje um autêntico recordista em várias frentes. Infelizmente, demorou um pouco para descolar na mais recente geração, mas ele cá está, na versão V5 do P3D. Notem que esta não é uma análise ao simulador em si, mas aos modelos criados pela PMDG e também a alguns extras que não devem deixar de adicionar para melhorar a experiência.

Quem não conhece o emblemático Boeing 747? Carinhosamente descrito como “Raínha dos Céus”, é se calhar mais conhecido por outra alcunha mais popular, sobretudo por cá, o “Jumbo”. Muitos não saberão, mas o 747 iniciou a sua carreira como um projecto falhado. O seu design peculiar com uma “bossa” na frente superior é remanescente dessas suas origens, embora as asas fossem montadas num plano superior da fuselagem. O 747 foi inicialmente concebido para ser um cargueiro estratégico militar, tendo entrado num concurso em 1963 para equipar a Força Aérea Americana. Acontece que um outro aparelho, um tal de C-5 Galaxy, veio a agradar mais aos militares e a Boeing acabou com um conceito robusto mas descartado.

Contudo, ainda nos anos 60, a expansão sem precedentes das rotas aéreas intercontinentais estava a movimentar a indústria para novas necessidades. O Boeing 707 e o Douglas DC-8 eram aparelhos capazes, mas a famosa Pan Am tinha outras ideias. O objectivo era que a Boeing construísse para esta companhia, um avião maior, com mais alcance e capacidade de passageiros e carga. Obviamente, o 747 preenchia todos esses requisitos, apenas precisava de uns ajustes para uma operação mais convencional. A porta de abertura vertical no nariz foi removida (voltando mais tarde nos cargueiros), as asas passaram para a parte inferior da fuselagem e a cabine foi adaptada para passageiros, com a célebre bossa a ter um tratamento especial: passou a ser a secção de primeira-classe.

Os desafio de construir o que, na altura, se tornou no maior avião de passageiros jamais construído em larga escala, levou a Boeing a inúmeros projectos pioneiros. Até mesmo na sua fábrica de Everett, onde ainda hoje está um dos maiores edifícios do mundo, fruto das necessidades criadas pelo novo “Jumbo”. Eventualmente, o Boeing 747 iniciaria operações em 1970, ao serviço, claro, da Pan Am. Desde então, o Jumbo já voou em centenas de companhias, angariando milhões de horas de voo e tendo inúmeras evoluções e versões, tanto de passageiros, como de carga. Por cá, a TAP Air Portugal chegou a operar uma pequena frota de Jumbos, entre 1972 e 1984 com quatro Boeing B747-200 (CS-TJA, CS-TJB, CS-TJC e CS-TJD).

Infelizmente, os tempos têm vindo a lutar contra o conceito do 747. A par do seu rival directo, o mais jovem A380 da Airbus, a vida dos grandes colossos aeronáuticos tem os seus dias contados. Muitas são as companhias que estão a terminar o serviço dos seus 747, sobretudo das versões mais antigas. A Boeing ainda tentou um novo fôlego no design do Jumbo, com o mais recente 747-8 introduzido em 2005, um aparelho modernizado e muito mais eficiente. Contudo, a maior eficiência de aviões menores e as capacidades no limite de muitos aeroportos, não deixam muita margem de manobra para estes lendários aviões continuarem por muitos mais anos. Resta-nos os simuladores.

Não querendo soar mal, já devem saber que existem os add-ons da PMDG e depois existem… todos os outros. Não é que os modelos criados por esta equipa sejam infalíveis, mas esta produtora já nos habituou a algumas das melhores simulações que jamais testámos em simuladores no mercado de consumo. Começou pelo seu emblemático PMDG 737, passando pela primeira versão deste 747 e outros aviões menos famosos (PMDG 1900D ou PMDG Jetstream 41, por exemplo) e não podemos esquecer o ainda hoje mítico PMDG 777. Sem dúvida, quando me questionam que aviões devem adquirir para o velhinho FSX ou para o mais recente P3D, respondo sem hesitação que devem sempre apostar na PMDG. Há um motivo para essa certeza. Ficará bem patente no fim desta análise.

Para o Prepar3D V5, a PMDG revisitou o seu clássico 747-400 uma terceira vez e revitalizou todos os sistemas a bordo, assim como o seu visual para os padrões modernos (inclusive com texturas PBR e efeitos dinâmicos) a 64bits. Também adicionou diversos modelos de passageiros e carga, que diferem em aspecto, peso e performance e, claro, também está disponível uma expansão para o modelo mais recente, o tal 747-8 que modernizou inúmeros pormenores e aspectos da operação. Até que alguém surja a desafiar este modelo, esta é a reprodução derradeira e definitiva do Jumbo em simuladores de consumo. Não tenho quaisquer dúvidas em afirmá-lo, fruto do rigor reconhecido da PMDG.

Visualmente, o PMDG 747 é uma excelente modelação dos vários modelos retratados. O cockpit é incrivelmente detalhado onde quase tudo é interactivo, até mesmo os elementos menos essenciais, como as persianas das janela, por exemplo. Alguns pormenores são meramente cosméticos mas adicionam imensa personalidade aos modelos. Não é por mero acaso que outros produtores de add-ons seguem algumas destas ideias de conceito. Podem achar que ter efeitos de chuva em que os limpa pára-brisas limpam as gotas é excedente, mas, já sabem, os “olhos também comem”. Tudo ajuda na imersão, até porque o P3DV5 tem um robusto suporte para Realidade Virtual e tudo vale para nos colocar “lá dentro”.

A nível de sistemas, em vez de interrogar o que é que os aviões da PMDG possuem, mais vale perguntar o que não possuem. Praticamente todos os painéis importantes e todos os seus pormenores de operação essencial ao voo, inclusive emergências, estão simulados. E a PMDG até inclui inúmeras opções adicionais de modo a dar a capacidade de recriarmos operações específicas de algumas companhias aéreas, como trocar os ecrãs analógicos por TFTs mais modernos ou incorporar os instrumentos stand-by num só digital integrado. E tudo isto está disponível através de práticos menus de opções nos próprios CDUs do avião. É possível também interagir com a simulação de DataLink/ACARS, essencial para as companhias aéreas virtuais. Enfim, um novo padrão de conteúdo.

De notar que há diferenças notórias de operação entre os modelos 400 e o modelo 8. Este último recebeu inúmeras inovações de elevada importância. Não só a sua performance no geral é diferente, como os sistemas possuem nuances que os mais atentos notarão que são extraídas da experiência da Boeing com outros modelos. Um bom exemplo são as checklists electrónicas no EICAS inferior, com controlo no “glareshield” e com um sistema de interacção remota, habilmente operado com o botão do meio do rato. Outro exemplo é o prático Electronic Flight Bag nas laterais dos pilotos, uma importante ferramenta de auxílio ao voo, capaz até de seguir mapas em tempo real (requer licença de terceiros).

Outras diferenças não são tão notórias. Os rádios são mais modernos (multi-funções) e o grafismo dos ecrãs é ligeiramente diferente. De um modo geral, operar estes dois modelos, assim como as variantes, seja de carga ou de passageiros, é francamente semelhante. Na vida real, a transição envolve algumas horas adicionais de treino, mas um piloto de 400 estará “em casa” no 8. Obviamente que essa evolução tecnológica tem também alterações nos procedimentos de cruzeiro e no alcance das rotas, fruto de uma motorização e design de asas mais modernos. Honestamente, a operação do 8 é para mim um evolução de algo mais “familiar”, com tantas horas de 777 no “bolso”.

Por fora, obviamente, o 747 é francamente diferente nas suas variantes e versões. Nas versões de passageiros, temos as variantes base, B, M e ER que variam de capacidade de carga e alcance. Nas versões de carga temos as versões F, BRF e ERF, igualmente com diferentes prestações. Mas, de um modo geral, as versões 400 são francamente semelhantes em aspecto, com as versões de carga sem janelas de passageiros, com a porta vertical no nariz e a bossa superior ligeiramente menor. Com algumas alterações ligeiras de envergadura, o design manteve-se praticamente intacto desde o primeiro Jumbo. Agora, as diferenças para a versão 8 é que são de assinalar.

A alteração mais visível, obviamente, está no seu novo design de asa, baseada em novos materiais compósitos e flexíveis. No chão, estas elegantes asas fazem um ligeiro “droop”, mas elevam-se quase acima da fuselagem em voo, com as suas pontas a agir como importantes dissipadores aerodinâmicos (adeus winglets). Também os motores são novas revisões da General Electric, sobejamente mais eficientes e potentes. Embora não seja tão notório, se observarem bem, a bossa superior na versão de passageiros do 8 é também mais comprida. De resto, as demais diferenças são um pouco mais subtis. O que garante que o lendário Jumbo mantenha o seu emblemático aspecto.

Claro que nada disto salta à vista sem uma “roupa” a condizer. Para equipar os nossos 747 com as pinturas das principais companhias aéreas, volta o mítico PMDG Operations Center, desta feita na sua versão V2. Com uma revisão no seu aspecto, o mais recente Operations Center permite-nos rapidamente actualizar o software e instalar ou remover pinturas de companhias aéreas, sem grande complexidade. Existe uma base de dados enorme com inúmeras pinturas feitas pela PMDG mas também é possível adicionar pinturas de terceiros através deste programa. Adicionalmente, o Operations Center V2 também serve de ponto de ligação de operações (Datalink/ACARS). Notem que foram removidas deste programa as tais opções de configuração de elementos e operação que, como já disse, agora estão inteiramente nos menus próprios dos CDUs dos aviões.

Tudo composto, o PMDG 747, seja qual for a sua pintura, modelo ou variante, representa o que de melhor se pode ter no P3D V5 neste momento. Esta é, mais uma vez, uma excelente recriação visual deste avião icónico, agora com uma nova vida neste novo simulador. Obviamente, todos estes pormenores são visuais, havendo já imensos modelos de outras marcas com elevadíssima qualidade visual por aí. Contudo, como já disse, não é só o visual que conta. Quase todos sistemas deste avião foram recriados com imenso rigor, sendo também dos mais precisos que jamais poderão ter para operar um Boeing 747 sem sair de casa. Todo o projecto foi supervisionado por pilotos reais do aparelho. E nada como um voo completo para vos demonstrar as suas capacidades.

Com o apoio da mítica produtora de cenários Drzewiecki Design, vamos fazer um voo de longo curso que vai ligar o Aeroporto de Sheremetyevo em Moscovo, Rússia, até ao lendário Aeroporto de O’Hare em Chicago nos EUA. Para isso, a Drzewiecki enviou-me os pacotes UUEE Moscow Sheremetyevo X V2 e Moscow City X do lado da Rússia e Chicago Airports X e Chicago City X do lado Americano. Embora estes produtos já tenham alguns meses, recentemente tiveram a sua devida actualização para o P3D V5 e quiseram que eu os testasse em conjunto com o emblemático 747 da PMDG. De facto, tendo bons aviões e bons aeroportos de partida e destino, são bons atestados do que de melhor podemos ter para este simulador.

Além destes cenários, também adicionei importantes expansões para o P3D que ajudam a melhorar alguns pormenores importantes. É imprescindível que usem software avançado de programação de voo, ficando-me pelo fiel Aerosoft PFPX para esse efeito. Também podem optar por melhoria de texturas globais, como o Orbx FTX Global e de “ground handling” com o FSDreamTeam GSX, dois programas francamente excedentes, algo “cosméticos” até, mas recomendo-os para quem liga ao visual. Por último, como sabem, em termos de meteorologia, o P3D é mesmo muito limitado se procuram algo realista. Para temos condições dinâmicas ou realistas, devem optar por programas como o Active Sky. Infelizmente, este programa está em fase de testes (Active Sky P3D Beta) e ainda não temos tudo em condições, como irão ver mais à frente.

O planeamento é francamente complexo para os menos habituados. Estamos a falar de um voo de pouco mais de 9 horas em que temos de planear ao rigor a rota para sair da Rússia, transitar pela Europa via Norte, entrar nos corredores do Atlântico Norte (NAT), garantir aeroportos alternativos em voo, sobretudo sobre o oceano e, claro considerar ventos e meteorologia significativa. Neste último ponto, tive sérias questões com a informação dada de ventos em altitude do Active Sky P3D. Embora pudesse injectar a meteorologia real na partida, no cruzeiro e no destino, de modo a que o PFPX pudesse planear a performance na extensão do voo, notei que os ventos em altitude me pareceram algo fracos considerando que, por exemplo no Atlântico temos sempre de contar com o famoso jetstream. Estes não foram os únicos problemas do AS P3D, já lá iremos.

Para este voo, escolhi o 747-8F da companhia de logística Cargolux, num voo que seria de transporte de carga de Moscovo para Chicago. Curiosamente, não encontrei nenhuma rota real com esta configuração, pelo que tive de a planear tudo manualmente. Não há qualquer problema, uma vez que o PFPX, como sabem, é francamente hábil a fazer tudo de forma semi-automática. Alguns ajustes depois, fico contente com altitudes, pontos de intercepção e performance geral. O peso e combustível necessário conferem-me uma excelente autonomia, mesmo para aeroportos alternativos ou alguma contingência em voo. Agora, só tenho de enviar o plano de voo para o simulador e importar tudo para o sistema da PMDG.

Uma vez na placa de carga em Moscovo, chamo o equipamento de chão para iniciar o embarque da tripulação e o carregar da carga. Embora a PMDG tenha implementado alguns elementos próprios, como o gerador de chão (GPU), calços e até um reboque de pushback, é o GSX que faz tudo. Como podem ver, está perfeitamente programado para trabalhar tanto nos aeroportos da Drzewiecki, como no avião da PMDG. Dentro do cockpit, é hora de inserir todos os dados. Apesar de extenso, o processo é simples, seguindo a velha lógica de FMC da Boeing. Decidi desligar as emergências e falhas baseadas em desgaste e serviço, mas, regra geral, devem deixá-las activas porque é assim também na vida real. A simulação deve ser completa para vos testar. Mas, aqui, o objectivo é falar do voo.

Uma vez terminada a preparação do voo, inicia-se todo o processo de arranque e configuração de sistemas. Para isso, seguimos as práticas checklists electrónicas que são activadas nas várias fases de voo e se cumprem mediante condições específicas. Herdadas do 777 e do 787, são extremamente práticas e prescindem do “papel”. Depois de tudo pronto, segue-se o pushback e taxi, a pista espera-nos. Olhando por fora, notarão que o trem principal possui rodas traseiras móveis. Esta é uma característica de alguns aviões de grande porte para auxiliar na manobra de chão em aeroportos menos espaçosos. Embora Sheremetyevo seja vasto, tivemos ali alguns desafios em taxiways com menos espaço de manobra, mas o Jumbo comportou-se bem.

Ao alinhar com a pista, tudo pronto para descolar, a segunda questão com o AS P3D. O PMDG 747 possui radar meteorológico funcional e controlável. Contudo, para funcionar precisa de um motor externo que injecte informação de radar, com é o caso do Active Sky ou dos programas de meteorologia dos Rex Studios. Apesar de estar tempo “fechado” e chuva sobre Moscovo, foi curioso ver que o radar não apresentava informação de meteorologia ou turbulência significativa. Pode acontecer, de facto, a meteorologia não apresentar ecos no radar. Contudo, mesmo depois em voo a situação não melhorou muito, dando ecos irrisórios. Certamente é uma questão técnica do programa da HiFi mas, sabendo que o radar do PMDG 747 só funciona com estes programas de terceiros, deixa a desejar.

Uma vez no ar, o voo em si apresentou-se sem incidentes. Obviamente, voar por 9 horas é um processo algo fastidioso, até mesmo na vida real. Em simulador, podemos sempre acelerar o tempo, mas é algo arriscado fazê-lo por muito tempo. Por um lado, a meteorologia pode mudar e convém corrigir altitudes e trajectórias. Por outro, o próprio sistema de piloto automático da PMDG pode ser degradado por alterar a velocidade do tempo exageradamente. Por isso, o voo nunca será realmente curto neste tipo de rotas. Notem que o Boeing 747 opera em algumas companhias no regime de “alta densidade”, voando por períodos curtos, mas inteiramente carregados de passageiros e/ou carga. É uma opção para quem só quer voar por um pouco. Mas, já sabem que gosto de voos longos.

Depois de chegar ao cruzeiro, voltei a confirmar que os duvidosos ventos em altitude dados pelo Active Sky eram, de facto, algo fracos. Menos mal, o jetstream não me removeu muita performance. Mas, pior que isso, foi verificar que as temperaturas em altitude oscilavam violentamente entre valores extremos. Passando pelos fóruns da Lockheed Martin (tempo não me faltava, afinal), constatei que este é um bug do próprio simulador, já apontado para correcção numa próxima versão. O que é certo é que o PMDG 747 não se deixou afectar muito pelas temperaturas extremas. Sendo uma simulação tão precisa, fiquei apreensivo que estas oscilações estragassem o meu longo voo. Felizmente, passei o Norte da Europa, cruzei o Atlântico e iniciei a descida sobre o Canadá sem mais questões.

Depois, o ATC (ligado na comunidade VATSIM) até ajudou. Deixou-me seguir a minha rota na íntegra, dando-me permissão para descer às altitudes pré-programadas sem qualquer problema. A aproximação a O’Hare traz-me sempre óptimas memórias. A cidade de Chicago com o seu lendário aeródromo de Meigs foi, durante anos, a base da série Microsoft Flight Simulator. Agora, uns bons anos depois, o trabalho da Drzewiecki é como uma restauração de nostalgia. Infelizmente, Chicago Meigs já não existe e é óbvio que o 747 não aterraria lá. Mas, ver a “cidade ventosa” ao longe, aproximando-me de Norte e voltando para a final, é como um fechar de ciclo de dezenas de anos com a simulação sempre a evoluir.

O tempo de voo, ultrapassou ligeiramente o previsto. Das 9 horas e 14 minutos previstos, aterrei 9 horas e 27 minutos depois e finalmente cheguei à rampa cerca de 30 minutos atrasado. Os atrasos nos voos de longo curso são frequentes, motivados por densidade de tráfego, meteorologia ou alguma contingência. Nos voos de carga, como o meu, não é tão grave um atraso de alguns minutos. O que interessa é chegar ao destino em segurança. E, no caso dos simuladores, que seja uma experiência francamente recompensadora. Pela forma como descrevi o voo, depreenderão que tive algumas questões técnicas que não são propriamente relacionadas com o PMDG 747 em si. Pelo que a minha apreciação do voo em si é francamente positiva.

Desde esta operação dedicada para esta análise, tenho voado este avião em outros destinos e, apesar de uma ou outra questão que pode ser aprimorada em algumas actualizações a caminho, esta é, de facto, uma excelente adição ao hangar virtual do Prepar3D V5. Este avião está repleto de detalhes que o enriquecem e tem uma sonoridade absolutamente irrepreensível. E, depois temos imensos pormenores de atenção ao detalhe. Experimentem esforçar os travões a fundo numa aterragem (ou descolagem abortada) e verão os discos incandescentes e os pneus a vazar. Falhem o processo de arranque e terão de solicitar à manutenção uma reparação. Excedam os limites de operação e terão degradação de sistemas. Este tipo de limitações, em conjunto com emergência programáveis ou aleatórias, além de realistas para quem procura uma operação fiel à realidade, são também excelentes para a imersão que se exige.

Veredicto

O PMDG 747 Queen of the Skies V3 na sua versão base do PMDG 747-400 e a expansão PMDG 747-8 é, uma vez mais, um trabalho de precisão e cuidado exemplar da PMDG. Se procuram um modelo do lendário “Jumbo” fiel à realidade no aspecto e na operação, está aqui. A modelação visual, efeitos, texturas e animações e também a interacção, a operação e os sistemas modelados, são do melhor que poderão obter no P3DV5. Talvez a sua dependência de programas externos para algumas operações o prejudique de certa forma. Mas, felizmente, correcções estão já a caminho.

Esta análise teve o apoio da PMDG e da Drzewiecki Design. Podem encontrar o PMDG 747-400 e PMDG 747-8 na loja oficial da produtora. Quanto aos cenários, podem encontrar o UUEE Moscow Sheremetyevo X V2 e Moscow City X do lado da Rússia e Chicago Airports X e Chicago City X do lado dos EUA na loja digital da Simmarket.

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