Ministério Ucraniano pede boicote a Atomic Heart

AtomicHeart (5)

Uma vez mais, vemos um jogo no centro de uma discussão por causa das entidades que estão por detrás. Atomic Heart volta a ser alvo de um ataque por causa da origem da equipa de produção.

Desde que a guerra Russo-Ucraniana começou, Atomic Heart foi alvo de uma vasta campanha de crítica. Tudo porque a produtora Mundfish não consegue esconder a sua origem como estúdio Russo, mesmo estando sediada oficialmente no Chipre e de omitir essa origem em quase todo o lado. Por outro lado, quando foi pedida uma reacção à guerra, a sua posição foi estranhamente vaga.

A reacção mais recente ao jogo veio do Ministério da Transformação Digital da Ucrânia. Este ministério tomou iniciativas para banir o jogo do território Ucraniano. Ao site dev.ua (traduzido) um representante deste Ministério, Alex Bornyakov, terá pedido à Sony, Microsoft e Valve para banir completamente o jogo no seu país. Contudo, o seu pedido vai mais além.

Bornyakov também apela à “limitação da distribuição do jogo noutros países”, falando da sua “toxicidade, colecção potencial de informação dos utilizadores e a possibilidade de o transferir para terceiros na Rússia, além de um possível uso do dinheiro das compras do jogo para financiar a guerra contra a Ucrânia”.

O representante afirma ainda que este jogo terá sido financiado por “empresas e bancos Russos que foram alvo de sanções”, dando a entender que é também uma possível operação de “lavagem de dinheiro”. Entre as empresas referenciadas estará a gigante energética Russa Gazprom.

Como é óbvio, não podemos, de forma alguma, provar nada disto, assim como também não podemos assumir nada só pelas palavras deste representante político. As vozes da contestação são várias adicionando muito ruído em torno do jogo. É, de facto, um assunto sensível a decisão de comprar o jogo se interfere com a sensibilidade dos que pensam que é um jogo Russo. Como a produtora diz, a equipa é internacional e é composta por elementos de vários países além da Rússia.

Na nossa análise, de facto encontrámos alguns “traços” de mensagem política, sem nunca nos parecer algo intrusivo ou “tóxico”. Também não foi bem o nosso objectivo de escrutinar o jogo a esse nível. Para nós, não parece haver um culto em torno da mensagem soviética, mas uma sátira que é perfeitamente colocada em contexto nos últimos instantes da história principal. Mas, todos terão a sua interpretação.

A outra questão de reunir dados dos jogadores, para todos os efeitos, parece um tanto remota, já que o jogo não possui qualquer ligação ou registo online. Só se ligam mesmo à internet para o descarregar (versão digital). Contudo, na dúvida, se quiserem desfrutar do jogo e não correr riscos, podem sempre cortar a ligação online do jogo enquanto jogam ou até jogar offline.

Curiosamente, apesar de fazer parte das listas de novos jogos do serviço Xbox Game Pass, Atomic Heart não mereceu destaque nas adições de títulos ao serviço, algo que constatámos num recente artigo. Estará a Microsoft a tentar destacar-se do jogo… sem realmente se destacar?

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