Max Verstappen desiste a meio de prova de eSports

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O bi-campeão de Formula 1 Max Verstappen, é mais conhecido pelas suas proezas nos volantes reais de automobilismo de velocidade. E ainda bem, porque com volantes virtuais as coisas não correram bem.

Tudo aconteceu na última prova oficial das 24 Horas de Le Mans Virtual no passado fim-de-semana. A corrida é realizada desde 2020, criada na esteira da pandemia e recria a lendária prova real no videojogo rFactor 2, com pilotos de todo o mundo a competir. A intenção da organização é que seja o mais realista possível, com regras e restrições muito específicas, como por exemplo, que um dos pilotos virtuais numa equipa tenha de ser um piloto profissional. Além de Verstappen, outros pilotos de renome, como Lando Norris já participaram no evento.

E Max Verstappen até era um dos maiores defensores deste evento. Apesar de ser um evento virtual, o campeão de F1 disse ao Washington Post que esta prova era muito importante para si e para a sua equipa, tratando-a como “uma corrida real e dinâmica”, contando com “semanas de preparação”. Estas palavras só criam ainda maior perplexidade quanto ao que aconteceu depois, já durante a prova em si.

Nas primeiras horas do evento, várias interrupções aconteceram por causa de jogadores que perderam ligação e várias bandeiras vermelhas (pausas com recurso a safety-car), o que levou à perda de uma hora inteira na competição. Eventualmente, estes problemas foram resolvidos e a corrida continuou. Contudo, cerca de seis horas depois, quando Verstappen era o líder da prova, foi novamente desconectado do servidor.

Quando isso acontece, a organização costuma devolver as “voltas perdidas” aos jogadores afectados. Só que Verstappen não foi contemplado. O Belga-Holandês decidiu então desistir da competição logo ali. Em comentário, diz que foi “a terceira vez” que foi removido do jogo, falando de incompetência da organização. Chegou mesmo a dizer que tudo era “uma piada”, que não se podia chamar aquilo “um evento” e chegou mesmo a dizer que foi “uma palhaçada”. Até apostou na ironia, dizendo que ia ao casino porque “tinha melhores hipóteses de ganhar”.

Em comentários pós-corrida, a organização afirma que o motivo dos problemas técnicos foram ataques externos. “Alguns competidores mostraram acidentalmente o IP que os liga aos servidores da prova, o que não devia acontecer”. Isto terá levado a uma série de “quebras de segurança que causaram desligamentos globais para todos os participantes”. O que sugere um possível ataque informático concertado. Quanto ao motivo de não devolver as voltas perdidas ao líder, a organização esclarece que violaria o artigo 14.11 que diz que, quando menos de quatro jogadores são afectados, não há devolução de voltas, porque “é difícil provar se a origem da falha técnica não é local”.

Que um jogo online seja afectado por ataques como DDoS não é novidade. Também não é novidade que eventos de alguma dimensão já tenham sofrido este mesmo tipo de ataque. Mas, esta não é uma prova qualquer. E Max Verstappen não é propriamente um “piloto de sofá”. As justificações da organização podem explicar o sucedido, mas não a falta de segurança para antever e prevenir estes ataques, a falta senso da organização de negar compensação extraordinária ao líder da prova e ainda mais o tom da sua reacção que descarta alguma responsabilidade.

Verstappen já disse que não voltaria à prova em 2024, apesar da organização ter dito que abriu um inquérito interno para garantir que esta situação não se repete em futuras edições. É bem possível que Verstappen seja seduzido a voltar à prova virtual, contudo, já disse que até iria desinstalar o jogo. “É porreiro”, disse o piloto, “liberta espaço no PC”.

Ironicamente, a sua equipa, Team Redline acabou por ganhar mesmo as 24 Horas de Le Mans Virtual, com o seu carro número 2, conduzido por quatro pilotos… virtuais…

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