Machinima encerra portas depois de período de silêncio

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Quando hoje forem ao Youtube ver um vídeo de alguém da jogar um qualquer jogo do momento, saibam que a “culpa” da popularidade desses vídeos é, em grande parte, de uma plataforma chamada Machinima. Canal que nesta semana cessou actividade.

Pode-se dizer que é o fim de uma era. Tempos houve em que, se quisessem ser minimamente famosos por fazer vídeos baseados em jogos, quase exclusivamente tinham de passar pelo canal Machinima. De facto, esta quase exclusividade, pelo menos para quem queria fazer dinheiro com os seus vídeos, foi alvo de muita crítica e acusação de monopólio. Muitos reclamavam que a plataforma aplicava cláusulas ilegais nos seus contratos, alegando mesmo que faziam “bullying” a quem não se juntasse ao seu canal ou protestasse de algo nos contratos. Verdade ou mentira, ficará no passado.

No final do mês passado, o famoso canal de vídeos removeu todos os vídeos da sua vasta lista para a condição de privados. O motivo, segundo um comunicado da altura, era um “novo foco” no “talento interno”, visando criar vídeos de produção própria. Aparentemente, ou esta informação foi falsa ou este intuito foi gorado.

A manobra foi algo surpreendente para a maioria, sem grande aviso prévio. E essa explicação dada, não convenceu toda a gente. Muitos anteviam nas redes sociais que, na verdade, o canal estaria em vias de ser encerrado. Hoje, foi confirmada esta teoria.

A empresa Otter Media, que detinha os direitos sobre o canal, anunciou o fim do mesmo, colocando 81 trabalhadores no desemprego. Os restantes trabalhadores mantidos foram integrados na Otter, participando em actividades e projectos internos. A Machinima propriamente dita, tal como a conhecemos, “cessou actividades”.

Apesar de muitos aplaudirem o fim desta empresa por causa do tal alegado monopólio de que era acusada, outros vêem com tristeza o fim do seu local predilecto para consultar vídeos de gaming. O portfólio era vastíssimo, com milhares de títulos de imensa criatividade, entre vídeos de jogabilidade, walkthroughs, mash ups e tanto outro conteúdo, aparentemente perdido para sempre.

Resta aos autores tentar recuperar as suas criações, nesta era em que os canais já não precisam propriamente de plataformas, mas de conteúdo próprio de qualidade. Se os autores o conseguirão fazer, é que não sabemos. Se a empresa foi outrora acusada de práticas menos éticas, é bem possível que quem está por detrás mantenha essa postura.

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