Erro irónico impede alguns de jogar Witcher 3 na Xbox One

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Já temos vindo a falar da postura quase mercenária que a CD Projekt RED adoptou em relação a algumas soluções da indústria. O problema que os jogadores da Xbox One estão a enfrentar ao serem impedidos de jogar The Witcher 3: Wild Hunt, porém, tem a ver exactamente com essa polémica batalha que a empresa tem vindo a travar.

A produtora Polaca tem vindo a apontar dedos a algumas opções tecnológicas que outros meios tem vindo a apostar. Além dos conteúdos extras descarregáveis (vulgo DLC), tornados gratuitos pela CD Projekt RED (CDPR), num activismo bem vindo pela comunidade, também a protecção via DRM tem vindo a ser criticada pela empresa.

O que é isso de DRM ou Digital Rights Management (Gestão de Direitos Digitais)? Se já usam ou compram jogos digitais em plataformas como Sony Entertainment Network (antiga PSN), Xbox Live, Steam, Origin, Uplay, Battle.net, entre outras, já devem ter sentido os seus efeitos. Basicamente, é uma protecção digital dos conteúdos, via plataforma ou software proprietário da editora, produtora ou distribuidora, de forma a proteger os videojogos ou conteúdos nas suas plataformas, impedindo a cópia pirata, a partilha entre utilizadores ou modificação de ficheiros através de assinaturas e licenças digitais. Num segundo papel, o DRM também pode impedir a execução, visualização e até impressão de conteúdo. Tudo isto em jogos ou programas por download (digitais), mas alguns jogos de formato físico (DVD/Blu-Ray) já adoptam algumas medidas que obrigam a uma ligação à internet ou instalação suportada por plataformas online, sujeitas a DRM.

Acontece que, como a CDPR, há muita gente contra este conceito de protecção digital, pelo simples facto de inibir uma série de operações normais, algumas inocentes, como ter um jogo a correr em dois PCs que tenhamos lá em casa ou obrigar a registo online para instalação ou até sempre que queremos jogar. Numa medida inovadora e contra a tendência da indústria, a produtora da série The Witcher criou a sua própria plataforma de videojogos, chamada GOG.com, que vende e gere jogos sem qualquer DRM.

Desde o início da semana que diversos jogadores de Xbox One têm vindo a ter dificuldades a entrar no jogo The Witcher 3. A princípio, pensou-se que se tratava de um erro da Xbox Live, mas o serviço esteve sempre online, sem informação de quebras. O próprio apoio da Xbox Live informou que o erro não estava no lado da rede, mas no jogo em si… ironicamente, num erro na licença de DRM.

Esta é uma espada de dois gumes. Ou a CDPR foi alvo concreto, por ter criticado o sistema e acabou vítima da sua própria crítica, ou, então, tem razão e viu na pele um dos efeitos nefastos do software de DRM da Microsoft. Isto porque, no caso do jogo The Witcher 3, um jogo da produção da CDPR, foi a própria Microsoft que impôs essas protecções.

Seja como for, ainda não há correcção para o erro 0x87de2726, que está nas mãos da Microsoft para resolver (sem data prevista de resolução ainda). Este erro só surge a quem possua a versão digital do jogo, logo, quem comprou a caixa, está safo (até ver). O erro, ao que parece, está num erro de autenticação da licença do jogo, entrando em conflito com o software DRM.

Ironias à parte, Witcher 3 não é o primeiro jogo a ter problemas com DRM no Xbox Live. Diversos utilizadores tiveram problemas similares há uns meses com o jogo FarCry 4 na versão digital da Xbox One.

Quem tem razão afinal? Será que o DRM é uma corda estraguladora que quando não funciona, como neste caso, prejudica o cliente? Ou será uma boa forma de proteger direitos de autor e beneficiar quem compra cópias legítimas? Que a discussão comece!

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