Casey Hudson promete “reinventar” Anthem

Anthem (1)

Uma das mentes por detrás das melhores séries da Bioware, como Knights of the Old Republic, Mass Effect ou Dragon Age, Casey Hudson é também um dos responsáveis pelo recente insucesso desta produtora. Mas, Anthem ainda terá algo para dizer.

Recordamos que, entre outros êxitos anteriores, Hudson foi o produtor original da trilogia original de Mass Effect e estava ainda no leme do estúdio quando a produção de Dragon Age: Inquisition arrancou. Este último título acabaria por ser o último jogo aclamado da produtora, com análises e recepção bastante positivas. Hudson abandonaria temporariamente a Bioware em 2014 e, coincidência ou não, a produtora iniciou um período conturbado com um “afundanço” considerável na fraca recepção do muito esperado Mass Effect: Andromeda.

Parecia “providencial” que Hudson acabasse por regressar à Bioware pouco tempo depois, numa altura em que a produtora prometia renascer com uma nova aventura com contornos memoráveis. Essa aventura chamar-se-ia Anthem e dava a entender que a Bioware estava com ganas de esquecer Andromeda e iniciar um novo percurso nos shooters MMO. Mas, também esta aventura acabaria por ser uma desilusão à sua maneira.

Entre muitas críticas, algumas que também fizemos, dos maiores problemas de Anthem a médio e longo prazo era a sua inequívoca falta de conteúdo. O sistema de progressão era também falível, dependente de demasiado “grind” para recompensas pouco destacáveis. Hudson passou de possível “salvador da honra” da Bioware para “complacente” desta aparente perda de talento a criar jogos.

Por tudo isto, é perfeitamente normal que seja o próprio a assinar uma mensagem de esperança para este jogo que, para todos os efeitos, deveria ser o seu “regresso em beleza”. Não é que Hudson tenha de ser o único culpado por tudo, mas ficou nos seus ombros a responsabilidade de reerguer a produtora, começando com este jogo potencialmente memorável. Assim não foi e, pior, os erros tardaram em ser reconhecidos e ainda hoje não foram resolvidos.

Esta mensagem foi publicada no blogue oficial da produtora. Nela, o patrão da Bioware diz que a equipa de produção está a trabalhar num “redesenhar da experiência, trabalhando especificamente no cerne da jogabilidade com objectivos claros, desafios motivadores e uma progressão com recompensas significativas”. No fundo, o que os fãs procuravam no seu lançamento no ano passado, “apenas” com um ano (ou mais) de atraso.

Enquanto isto não chega por meio de uma actualização profunda, nova temporada de conteúdo ou uma inteira sequela programada (ainda não sabemos), o original Anthem continuará tal qual está. A equipa estará a focar-se neste “overhaul” profundo ao invés de criar os falíveis “actos” de conteúdo que decidiu abandonar no final do ano passado. Estão previstos alguns eventos e até uma celebração de aniversário, mas as mudanças profundas prometidas vão levar algum tempo até aparecerem.

Está muita coisa em jogo, notem. Não apenas relacionado com o futuro deste título, mas até mesmo com o futuro da própria Bioware. Além de Anthem, o seu único jogo actual é Star Wars: The Old Republic, que ainda vai “dando cartas”. No futuro próximo, está previsto o regresso de Dragon Age, mas ainda não há grandes detalhes ou datas previstas. Assim, o seu portefólio actual pode torna-se escasso para manter o estúdio relevante.

E a sua empresa-mãe, a Electronic Arts, é tristemente conhecida por fechar grandes estúdios de produção interna quando as coisas não correm bem. Casos como os da Pandemic, Danger Close, Westwood, Maxis, Visceral Games e a sua própria subsidiária Bioware Montréal deverão causar a devida preocupação. É bom que a mítica produtora de autênticas pérolas históricas como Baldur’s Gate e KotOR não vacile na sua visão e entrega.

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