Bielorússia declara terrorista director da produtora de World of Tanks

Wargaming

Há pouco tempo, demos conta da saída da Wargaming.net de território Russo e Bielorusso, uma decisão motivada pela guerra Russo-Ucraniana. Agora o governo de Minsk retalia com acusações de “terrorismo”.

De acordo com o jornal Nasha Niva (traduzido), Nikolai Katselapov foi adicionado a uma lista do Comité de Segurança de Estado (a sua versão da polícia política, KGB) como tendo violado o “artigo 290-1” do Código Penal Bielorusso, que acusa alguém de “financiar actividades terroristas”. Esta adição terá ocorrido no passado dia 30 de Dezembro mas só agora foi tornada pública.

Manda a prudência que digamos que não sabemos todos os contornos da história, apenas sabemos que a Wargaming deixou os seus escritórios em Minsk no final de Março do ano passado e que isso poderá não ter “caído” bem junto do poder em Minsk. Nesse acto, a agora empresa Cipriota deixou tudo o que lá tinha (e na Rússia) abruptamente ao estúdio local Lesta, anunciando que não lucraria com o negócio, sofrendo mesmo “perdas substanciais como resultado directo desta decisão”.

Tudo não passará de uma manobra puramente política do governo de Alexander Lukashenko, que não perde muito tempo para reflectir em algumas decisões recentes relacionadas com o entretenimento dos cidadãos Bielorussos. Contudo, é bem possível que Katselapov possa ter feito algo mais. De acordo com o jornal supra-citado, o director do estúdio de World of Tanks poderá ter doado dinheiro para opositores políticos do regime, um grande “problema” para um regime que não parece gostar de oposição.

É algo bastante sério figurar numa lista de terroristas, ainda assim. Não fossem as circunstâncias actuais da guerra na Ucrânia, talvez houvesse mesmo risco de um mandado internacional de captura. Dada a fragilidade da opinião pública internacional e o histórico de perseguição política (e literal) de membros da oposição de Lukashenko, porém, parece ser apenas algo “lançado à parede para ver se cola”.

Uma coisa é certa, nem a Wargaming.net, nem o famoso jogo World of Tanks deverão regressar tão cedo à Rússia e Bielorússia. Vejamos se os dois países lançam algum “clone” do jogo, agora que, pelo menos na Rússia, está-se a revitalizar a indústria interna de produção de jogos.

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