Antevisão: Battlefield 3

Battlefield3

Já fizemos análises a Betas. Já fizemos antevisões de grandes jogos. Mas nenhuma outra review nos dará mais prazer que uma feita a um jogo de grande calibre que seja tão antecipado. Já que ainda não temos o jogo por inteiro (só dia 28 deste mês), ficamo-nos pela Beta de Battlefield 3 que foi ontem disponibilizada via Playstation Network para todos os que tiveram acesso antecipado à mesma.

Battlefield é uma serie de culto. Não fosse a grande concorrência de Call of Duty, sem dúvida seria o padrão incontestável nos jogos de acção na primeira pessoa. Só que Battlefield é um simulador de combate que muito pouco empresta do estilo arcada de Call of Duty. Então aí é um marco inigualável.

Battlefield 3 promete. E muito! Para já vamos só analisar a versão Open Beta deste valente jogo de acção.

Frostbite 2.0 ou a revolução gráfica…

A primeira abordagem à beta é feita pelo interface de menu, logicamente bloqueado ao modo multiplayer, mas que tanto nos faz lembrar Medal of Honor. Sim a DICE (produtora deste jogo) também trabalhou no online de MoH e talvez tenha mesmo dado a esse jogo a razão para existir.

Na verdade o interface gráfico de BF3 mesmo dentro do próprio jogo, de tonalidade azul, é demasiado parecido com Medal of Honor. Não sabemos se a intenção é manter ou é apenas provisório, mas não é feio de todo, apenas transmite uma sensação dejá vu. Mesmo assim é um salto qualitativo desde o ultimo jogo da série BF Bad Company 2, cujos interfaces e menus brancos e amarelos já estavam datados.

Como todas as Betas, esta é um projecto em andamento. O objectivo é testar a lógica e dinâmica de jogo ao ponto de conseguir perceber não só as capacidades técnicas como as novidades e a forma como se integram, sobretudo entre os fãs de Battlefield, habituados que estão à série e às suas idiossincrasias.

Infelizmente só temos um modo de jogo. Rush é uma espécie de captura de objectivo que tem de ser armadilhado e destruído após um tempo de activação. Também só há um mapa, “Operation Métro”, tornado famosos por um dos muitos vídeos teaser que a EA tem vindo a lançar.

O mapa é composto por três secções distintas que se vai avançando em quatro fases de jogo. A primeira área é um parque citadino algures em França onde reinam os arbustos e árvores, ideal para ataques furtivos. Tomadas as duas primeiras missões, avança-se para a secção que dá nome ao mapa: Um metropolitano, escuro, cheio de poeira e com comboios e obstáculos por todo o lado. Ideal para combate próximo e assalto. Duas fases são passadas nestes sombrios túneis. Depois finalmente irrompe-se pela superfície, mais precisamente numa área de prédios onde novamente há o convite ao combate próximo mas também é possível o tiro furtivo.

Ou seja, num só mapa três modos: Vegetação, CQB (Close Quarters Battle, Combate Em Espaços Confinados) e guerra urbana.

A intensidade dos mapas é notória. Já mencionámos os diversos obstáculos e hipótese de refúgio. Mas mais interessante é ver o motor Frostbite 2.0 na sua glória ao ver paredes, muros, árvores e outros objectos sofrerem danos com tiros e explosões. Se se lembram de Bad Company 2, esta realidade mantém-se, mas notem que agora há mais obstáculos e objectos destrutíveis, mas de uma forma mais racional. Não se desfazem da mesma maneira, um tiro pode só tirar uma parte do muro, uma explosão pode só levar uma metade. O sistema é muito mais inteligente e não parece tão “esferovite explosivo”. Excelente para quem está atrás de um muro e não quer de repente perdê-lo totalmente. Tem hipótese de se esgueiram e fugir.

Outra característica do Frostbite 2.0 são as texturas, iluminação e efeitos. Nota-se que ainda há algum trabalho a desenvolver para optimizar o jogo. Aqui e ali notam-se algumas falham nas texturas. É possível também ver objectos a desaparecer, sobretudo ao longe. Os efeitos por vezes não são bem concebidos e notam-se algumas falhas de iluminação. Mas isto não é ainda o jogo final e a DICE tem algum tempo para melhorar.

Há uma ou outra questão relacionada com os obstáculos e com as colisões. Normalmente o boneco “treme” em áreas inclinadas ou fica preso em objectos.

Mas no que diz respeito ao todo…. O jogo é deslumbrante. Tantos efeitos e pequenos pormenores como os efeitos de luz das lanternas de arma que cegam os soldados, as explosões que ensurdecem e desfocam a imagem. O tiro que levamos que nos desequilibra, etc.

Graficamente é um jogo que precisa de polimento, mas o que temos em mãos é magnífico e deslumbrante. Sem ver mais mapas e sem ter ainda acesso a mais experiências e modos de jogo, o que temos aqui é do melhor que jamais vimos num jogo de acção. Os pormenores são demasiados para falarmos de tudo.

E o som? O som, meus caros é do melhor que só Battlefield oferece. Tiros, ricochetes, explosões, passos, até a respiração que o sniper tem de reter para disparar. As comunicações de rádio constantes e coerentes, nada aleatórias, com o jargão militar do exército Americano. Os aviões que passam a largar pára-quedistas ou a fazer tiro ao solo. As armas soam a armas. Foi sempre o forte destes jogos. Agora a um nível sem precedentes.

Pego na minha HK416 e corro!

Uma das maiores limitações da série Battlefield era não permitir o jogador deitar-se. Isto porque noutros jogos havia uma clara exploração do baixo perfil para os ditos “campistas”. Mas BF3 teve de se render à evidência. Além de poder-se deitar para mirar com mais presisão, podem-se acrescentar bipés a determinadas armas para aumentar a estabilidade. Isto para armas de tiro furtivo, supressoras (metralhadoras ligeiras) ou mesmo para armas de assalto mais leves. Em alternativa um punho táctico para quem gosta de disparar sem recorrer à mira. Mas assim não precisam deitar-se, precisam?

A nível de classes, regressam as divisões de armamento e extras consoante o papel que se assume. Desaparece o célebre “Medic” que agora é integrado no soldado “Assault” tal como em Battlefield 2142, aparece uma nova classe chamada “Support” que é uma classe de armamento supressor, e regressam os “Engineers” com armas leves e lança rockets e “Recon” com as espingardas de longo alcance.

Agora os soldados são bem mais atléticos. Já não saltam muros como autómatos mas usam técnicas de parkour para tornar a movimentação pelo campo de batalha mais fluida e realista.

Já mencionámos algumas novidades a nível de extras de armas, desde bipés, punhos tácticos, miras red dot, miras reflex, miras amplificadoras e telescópicas, mas também acrescentamos lasers que aumentam a precisão a média distância e lanternas de arma que não só iluminam os cantos escuros como encadeiam os inimigos, silenciadores, há toda uma série de novos apetrechos que não só tornam a arma mais eficaz como esteticamente mais agradável.

Tantos os extras como novas armas como perks como imunidade a explosivos, corrida mais rápida ou munições extras e utensílios como desfibriladores, pontos de respawn portáteis, etc, são desbloqueados no decorrer da evolução mediante pontos acumulados. Nada de novo excepto no facto da progressão ser muito mais lenta. Diz a DICE que pode levar ANOS de jogo para desbloquear tudo e acreditamos que sim porque das poucas 6 horas de jogo que já jogámos, só chegamos a nível 12… nada mau… Mas nem 5% de carreira ainda fizemos…

Nota positiva para a justiça de Ataque Vs Defesa mais nivelada, dependendo muito das equipas, é certo, mas muito menos frustrante e menos propenso a Spawn Kill, já que os pontos de renascimento são remotos e pouco acessíveis, alem de mais aleatórios.

Menos bom é o poder de fogo de certas armas como a M416, ou a utilização extrema dos lança-rockets que tornam os engenheiros autênticos engenheiros de fogo de artifício.

Também as lanternas e lasers são uma novidade que precisamos adaptar-nos. A primeira abordagem não é muito boa já que o encadeamento pode parecer um erro do jogo porque preenche todo o ecrã. Em espaços confinados é muito injusto. E pior é pensar que nos primeiros níveis de carreira nem sequer temos acesso a esses extras.

Além de Battlefield 3 Beta

Considerem-se privilegiados todos os que usufruírem da Beta. Ao mesmo tempo que esta é lançada um novo serviço tipo “rede social” de nome Battlelog. Tal como o jogo em si, este sistema encontra-se em fase Beta mas já é possível ver as potencialidades desta rede social. Não só podem usar os chat rooms como lançar jogos (PC apenas) a partir do site. Também actualizações tipo Facebook do nosso progresso, um mural com as nossas estatísticas e informações de progresso e desbloqueios estão disponíveis. Podemos até criar um esquadrão, ou clã, criar o logótipo, personalizar a nossa imagem e até mesmo os dogtags.

Não se trata de nada de novo, mas parece-nos um piscar de olhos ao novo serviço de Call of Duty Elite que já tivemos ocasião de ver por aí em fase de testes… Só que neste caso… é gratuito… O que não deixa de ser exemplar.

Antevisão

Temos jogo. Haviam tantos receios de que Battlefield 3 fosse um fiasco, como tantas observações que nunca seria melhor que outros. Achamos que não só BF3 é o melhor jogo de toda a série, pelo refinamento da jogabilidade, pela interacção e o grafismo do Frostbite 2, como será também o maior candidato a jogo do ano.

E não paramos de elogiar o jogo só queremos é jogar mais e mais. E reparem que nem sequer estamos a analisar a versão completa, nem sequer uma BETA extensa, é uma Beta muito simples e pobre em conteúdo, mas já se nota que é a ponta do Iceberg que pode muito bem afundar um célebre Titanic…

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