343 Industries explica “aquele momento” na série de TV de Halo

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Porque a série de televisão Halo da Paramount Pictures ainda não estreou em Portugal, é muito provável que não saibam do que estamos a falar. Contudo, o primeiro episódio deu que falar por causa de um momento.

Avisamos que este artigo contém spoilers para o primeiro episódio da primeira temporada de Halo. Apesar de por cá ainda não ter sido exibido, a sua audiência foi impressionante, com milhares de pessoas a dar nota positiva ao cuidado da produção, mesmo com algumas liberdades pelo caminho. Uma delas, porém, foi um pouco mais complicada de digerir.

Falamos, claro, do momento em que Master Chief remove o capacete, revelando as feições do actor Pablo Schreiber. Convenhamos que qualquer actor contratado para fazer um papel de um herói mascarado, muito provavelmente quererá mostrar a cara para “carimbar” a sua participação. Veja-se o caso de Pedro Pascal na série The Mandalorian.

Contudo, aqui a questão é que desde o primeiro jogo de 2001 que a face de John 117 ou Master Chief é intencionalmente omitida. Não é que o Spartan não tire o capacete em jogo, apenas nunca chegamos a ver a sua face. Tornou-se uma imagem de marca que Master Chief não mostre quem é, apenas demonstre quem pretende ser com acções. Filosófico, certo? Chamem o que quiserem, neste caso os fãs não gostaram do momento.

Por causa disto, a produtora executiva desta série televisiva e responsável pela franquia de videojogos, a 343 Industries, foi obrigada a justificar-se por causa dessa decisão, ainda por cima logo no primeiro episódio. Para isso, Alex Wakeford, escritor comunitário da 343 criou um artigo inteiro para  recapitular o episódio e, claro, justificar esta decisão tão controversa.

Segundo Wakeford, as histórias paralelas noutros meios e até mesmo as histórias em jogo já tinham, de certa forma, dado um vislumbre da pessoa que é Master Chief. No chamado “universo expandido”, diz o escritor, “tirar o capacete é bastante usado”. Até mesmo em Halo 4 mostra “John como criança” e no final da campanha (em modo Lendário) há uma fracção de segundo de uma imagem dos seus olhos. A ideia é que, se calhar, o jogador mediano nunca se terá apercebido desta realidade e o choque do momento no episódio foi mais assinalável.

Recordarão que neste episódio John remove o capacete para mostrar a uma refugiada que não é propriamente uma máquina de guerra (embora o seja), mas sim um humano como ela, disposto a desobedecer a ordens para a salvar. Wakeford explica que Master Chief “coloca-se vulnerável para mostrar que é verdadeira e inequivocamente humano”. Se, de facto, é preciso mostrar a cara para isso acontecer, é discutível.

Toda esta explicação parece algo elaborada demais para desacreditar uma outra bem mais simples: O actor é pago pela sua imagem. Esperamos apenas que fosse apenas um momento nesta série, preferencialmente não repetível para que não se torne gratuito demais. E esperamos que Master Chief não remova o resto da armadura Mjolnir, tornando a sua imagem ainda mais irrelevante.

Suspeitamos que não vai ser só este o momento de controvérsia da série. Além de outros soldados Spartan já terem aparecido sem armadura colocada e aparecerem em promoções com a cara destapada (na imagem no topo), personagens-chave do lore deverão sofrer um pouco com outras “liberdades criativas” que já se antecipam.

Embora não tenha ainda aparecido neste episódio, parece que também a Inteligência Artificial Cortana será alvo de crítica. Nos jogos, Cortana é modelada com as feições e personalidade da Dra. Catherine Halsey. Do que já vimos das promoções da série de TV, a actriz que interpreta Halsey, Natascha McElhone (em cima), apenas parece emprestar a voz (segundo os créditos da série) e não as feições à Inteligência Artificial. Vejamos como será a aparição final desta personagem tão importante.

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