PlayStation 5 Pro – Meia medida, factura a duplicar
Nos últimos dias, parece que voltámos a 2020, porque toda a gente está a falar da PS5. Ou melhor, estão a falar na PlayStation 5 Pro e tudo o que promete trazer para o actual panorama… além do que realmente não traz, obviamente.
Para nós, porém, voltámos ainda mais atrás no tempo, até 2016, exactamente quando foi lançada outra actualização de “meia vida” das consolas da Sony, a PlayStation 4 Pro. Foi uma consola que nos acompanhou até à chegada da PS5, elevando o hardware da anterior geração ao seu limite, exactamente o que esta outra “Pro” quer fazer. Não é por mero acaso que escolhemos uma decoração semelhante no topo para esta outra “análise” porque também queremos fazer um importante paralelo com essa outra era. De facto, a PS5 Pro não tem a mesma estratégia que teve a PS4 Pro, em particular na sua abordagem ao mercado e à forma como, há 8 anos, as coisas eram tão diferentes. Infelizmente, esta não é bem uma análise ao hardware em si porque o resultado é francamente “ok”. O que fica bem claro neste artigo é que esta é só mais uma peça de marketing.
Dizemos isto porque esta não é uma “PlayStation 6”. Não há aqui uma rigorosa evolução de produto do que esta consola oferece, nem em termos de funcionalidades, nem em termos de capacidades reais, resumindo-se a um mero “boost” de performance. A PlayStation 5 original, assim como a PS5 Slim continuam tão válidas como sempre, sendo esta apenas uma PS5 com “mais sumo”, como aliás foram as actualizações a meio de cada geração, inclusive noutras marcas (leia-se “Xbox”). Ao contrário da PS4 Pro, porém, a Sony Interactive Entertainment decidiu que esta seria uma consola “premium”, entrando perigosamente num novo patamar de preços. Isto aconteceu com todos os demais produtos de hardware recente da marca, começando com os preços exagerados do DualSense Edge ou do PlayStation Portal.
De facto, uma consola de videojogos é um produto de entretenimento decididamente supérfluo, até mesmo um luxo para muitos. Quando em tempos se podia comprar uma consola por uns 300€ ou pouco mais, hoje em dia o custo de uma PS5 regular ultrapassa facilmente os 500€, especialmente se considerarmos os jogos, comandos e outros acessórios que podemos comprar em separado. Estes são custos elevados mas, mesmo assim, até são aceitáveis se considerarmos o entretenimento possível de uma consola, até mesmo extra-jogos, podendo usar aplicações como o Spotify, Netflix ou Disney+ e até aproveitar o leitor de Blu-Ray. É uma óptima compra para a sala, mesmo para quem não é “gamer”, um “electrodoméstico” para entreter.
Aqui no WASD, porém, cada nova consola é uma ferramenta de trabalho, cujos preços sempre evolutivos nem sempre são sustentáveis para o que fazemos. Isto torna esta inflação desenfreada de preços uma preocupação para nós e vários outros sites independentes, alguns deles, como nós, sem fins lucrativos. Estamos no mesmíssimo patamar que todos os consumidores nacionais quando uma nova consola é lançada, cada vez mais cara e com periféricos igualmente mais caros. Quando a Sony decide lançar a PlayStation 5 Pro perto dos 1000€ (já explicamos), ficamos na dúvida se há uma estratégia realmente válida ou se, simplesmente, o interesse é só criar fossos tecnológicos que separem realmente os jogadores “normais” de pretensos jogadores “premium”.
Convenhamos que este foi um ano horrível para a PlayStation. Assim por alto, vimos um dos maiores (e potencialmente mais caros) flops de sempre a nível de jogos, sem esquecer que este foi um ano sem novidades nos grandes IPs históricos da marca. Como um todo, a própria PS5 e o demais hardware associado estão num declínio de vendas, sem esquecer a baixa performance do PSVR2, típico de uma era de contenção de despesas e objectivos mais humildes. Assim sendo, lançar uma consola nesta fase, parece verdadeiramente contraproducente. Dar-lhe um preço tão elevado torna esta decisão ainda mais complicada de perceber. Até porque, uma vez mais, esta não é uma nova era “per se” e o que traz não é assim tão evolutivo, como irão ver.
Comecemos pelo seu visual, claramente mantendo a linha original da PlayStation 5 de 2020. Apesar de partilhar o design geral mais estreito da PlayStation 5 Slim, é ligeiramente mais alta que esse modelo mais recente, adicionando mais umas riscas pretas laterais para a distinguir. Contudo, há um detalhe aqui que tenho de alertar os mais incautos: cuidado a comprar as capas coloridas da consola, uma vez que as tampas da PS5 Slim ou da PS5 Pro não são compatíveis entre os modelos. Olhando para as dimensões, isto não parece fazer sentido mas foi confirmado que, de facto, as tampas não encaixam bem umas nas outras, o que parece uma séria falha no design de duas consolas tão próximas em lançamento e tão semelhantes em aspecto. Enfim, já estão a ver que novas tampas PS5 Pro serão lançadas em breve a preço “especial”, certo?
De um modo geral, porém, já conhecem bem a PS5 Pro… porque tecnicamente já a tinham visto nas demais versões. Além da decoração a preto e branco, as disposições de de entradas e saídas de ligação são semelhantes, assim como todos os acessórios são compatíveis entre modelos. Ou seja, se não gostavam do design original da PS5, não é esta consola que vos fará mudar de ideias. Quando apareceu a PS4 Pro houve imensas alterações no aspecto da PS4 original, que também já tinha uma evolução mais “slim”. Do monólito de ângulos rectos, apareceu uma consola com “camadas”, numa real evolução visual. Aqui, os detalhes que separam a original da Pro são praticamente residuais.
Lá dentro, porém, a Sony não podia simplesmente fazer overclock ao hardware. É sabido que as consolas de videojogos possuem uma real limitação a nível de upgrades. Nas PlayStation, desde a PS3 que sempre foi possível melhorar o disco interno de armazenamento, sendo o único verdadeiro “upgrade” possível. Na PS5, a Sony desabilitou essa funcionalidade mas deu-nos um slot extra para um segundo disco, menos mal. Ainda assim, a evolução tecnológica no hardware para gaming no geral é bem mais abrangente que apenas nas unidades de armazenamento. Podemos colocar um maior e mais rápido SSD (com umas quantas limitações) lá dentro, mas isso não faz da consola mais robusta ou mais brilhante a nível de renderização ou performance. Para isso, em teoria, temos os “upgrades” destas versões “Pro”.
Há, de facto, duas melhorias substanciais nesta consola que podemos considerar reais evoluções. O processador central (CPU) e o processador gráfico (GPU) que também adiciona ainda um novo processador para optimização (NPU). Uma outra melhoria parece-nos um pouco em jeito de “sensação de evolução” para os utilizadores que é uma nova unidade armazenamento com o dobro da capacidade. Há também ligeiras melhorias noutros lados mas nada que servisse realmente para destacar um novo modelo. Não se preocupem, iremos falar de todas as diferenças no hardware que é, aliás, a única justificação que poderiam procurar para comprar uma nova consola 4 anos depois da original. Apenas não esperem que esta seja uma “revolução”.
O processador é novamente um AMD Ryzen de 8 núcleos e 16 threads, baseado da arquitectura Zen2, a mesma da consola original. A diferença é que esta é uma nova geração “Viola” do CPU, com uma litografia menor e um ligeiro aumento de velocidade de relógio (de 3,55GHz para 3,85GHz). Isto forçosamente não trará nada de substancialmente melhor no processamento, pelo menos algo que seja notório. Talvez alguns processos sejam um pouco mais rápidos mas acreditamos que a maioria jamais reparará nisso. Aliás, tudo o que seja processamento mais “dispendioso” nesta consola é mais suportado pelo GPU, pelo que o CPU mais rápido é só uma melhoria residual.
No que toca ao GPU, porém, é que temos uma real evolução técnica. Trata-se de uma nova placa AMD Radeon, igualmente baseada na tecnologia RDNA, mas agora suporta RDNA 3 e 4, com quase o dobro das unidades de computação (de 36 para 60), aumentando a performance de 10,3 TFLOPs para 16,7 TFLOPs (teóricos) anunciados. Mantém, obviamente o processamento de Ray Tracing agora com uma tecnologia proprietária. E ainda adiciona um importante NPU de tecnologia XDNA 2 para usar a Inteligência Artificial generativa para aumentar significativamente a performance de processamento via upscaling. Diz a Sony que esse aumento é na ordem dos 45% e vamos ter de acreditar na sua palavra.
Como já dissemos, temos agora um disco SSD NVMe de 2TB, em contraste com o original de 1TB, o que dará para mais instalações, obviamente. A nível de memória, contamos com os mesmos 16GB de RAM, mas agora com um ligeiro aumento de largura de banda (de 448GB/s para 576GB/s), o que se traduz também num ligeiro aumento geral da sua velocidade. Em termos de ligação à internet, temos um novo modem com tecnologia Wi-Fi 7 (onde exista), mantendo na mesma a ligação por cabo via Ethernet (RJ-45) como alternativa. Continuarão a ter áudio 3D “Tempest” da AudioTec, VRR (Taxa Variável de Refrescamento) em monitores/televisores compatíveis, ligação Bluetooth 5.1 e as mesmas tomadas USB-A e USB-C para ligar todos os periféricos.
Em termos de capacidades gerais, não se perde nada, portanto. Pelo contrário, ganha-se. Ao contrário da anterior geração que, subtilmente teve de admitir que 8K não era possível atingir que 8K não era possível atingir, a nova consola consegue (realmente) atingir essa resolução (embora não o diga na caixa, curiosamente), bastando um monitor/televisor compatível e, claro, que os jogos atinjam essa resolução (para já só dois foram anunciados com essa capacidade, já falaremos nisso). E é claro que mais performance também significa mais consumo, agora com uns anunciado 390W, comparados com os 350W da consola original. Não irão pagar assim tanto mais na factura da electricidade mas se virem um aumento, já sabem de onde poderá ter vindo.
De resto, no pacote recebem os mesmos acessórios e extras, inclusive o jogo Astro’s Playroom pré-instalado e apenas um comando DualSense. Estamos longe da era em que uma nova consola trazia dois comandos, já nos habituámos, mas há uma perda que dificilmente a Sony conseguirá mitigar facilmente. A PS5 original teve uma versão normal com o leitor de discos Blu-Ray incorporado e uma Digital Edition sem esse leitor. Com o advento da PS5 Slim, ficou logo claro que o intuito da marca era lançar futuros modelos singulares em que o leitor seria comprado em separado. Ao contrário da consola original, apenas temos uma variante de modelo à venda e esta não inclui o leitor Blu-Ray. Se quiserem mesmo esse leitor, lamento informar, terão de o comprar em separado.
E é aqui que chegamos ao ponto mais controverso desta nova consola, algo que já abordámos acima mas que agora vamos aprofundar. Muitos irão ficar logo intimidados com o seu Preço Recomendado de 799,99€ que pode variar (para mais) em algumas lojas. É um aumento de cerca de 330€ em comparação o modelo actual mas não é bem o preço final desta consola. Vamos somar? Vamos. Então se quiserem o leitor Blu-Ray para, jogar títulos em formato físico e também ver alguns filmes, juntem mais 119,99€. Se quiserem um segundo comando DualSense para não jogarem sozinhos, adicionem mais uns 69,99€ (versão básica). O stand vertical para apoiar a consola é opcional mas hoje estão uns “mãos largas”, somando mais 29,99€. Sem comprar jogos, notem, a factura fica-se (só) nos 1019,99€.
Mesmo que prescindam do comando extra e do stand, ainda desembolsam 919,98€, se quiserem mesmo equivaler o modelo de consola com a PS5 original. Essa original “fat” é já rara de encontrar mas podem comparar com o valor da actual slim, já com leitor Blu-Ray instalado, que tem um preço de 449,99€. Assim, dá para comprar duas PS5 slim com leitor BR pelo preço de uma só PS5 Pro. Estes 469,99€ de diferença estão numa nova placa gráfica, num novo processador e num SSD de maior capacidade. Justifica-se? É uma pergunta que todos terão de fazer na hora de chegar às caixas para pagar. Obviamente, todos queremos o melhor hardware possível mas, por esse preços, é melhor que a consola nos dê as melhores versões possíveis dos jogos, certo?
Bom, mais ou menos. Para já, como anunciámos há dias, apenas 55 jogos são “PlayStation 5 Enhanced”. Não é costume que novos jogos sejam lançados com estas consolas “meia-vida”, pelo que não esperávamos algo novo para descobrir. Ainda assim, destes 55 apenas um punhado são jogos realmente recentes, na maioria dos casos são títulos algo “batidos” e que dificilmente iremos revisitar só por causa da PS5 Pro. Também nem todos os jogos terão “boosts” assim tão consideráveis, estando dependentes do trabalho das produtoras em extrair mais do hardware. É possível que mais jogos acabem “Enhanced” mas considerando que muitos destes jogos anunciados na lista são já projectos terminados, a melhoria técnica será remota ou quase sempre residual. Na maior parte dos casos, só temos um modo “Qualidade” mais próximo dos 60FPS que nem sempre é assim tão impressionante, na realidade.
Porque é que é assim? Inevitavelmente, a PlayStation 5 Pro tem um hardware que, embora seja ligeiramente mais capaz que a antecessora, está “parado no tempo”. Antes mesmo de a tirarem da caixa, qualquer PC de última geração terá hardware sobejamente mais avançado, onde os jogos realmente podem brilhar a sério e sem dúvida deslumbrar. Tudo bem, não estamos a falar propriamente do mesmo valor. Mesmo que prescindamos do leitor BR (que é uma banalidade num PC), por 800€ dificilmente construímos um PC de qualidade, ficando muito (mesmo muito) longe dos custos de um PC de topo (pensem para cima de 2500€). Contudo, como já vimos, também não estamos a falar de uma consola financeiramente tão acessível, muito menos para as famílias Portuguesas, colocando em causa o próprio conceito da plataforma.
Como é que justificamos gastar 800€ ou 1000€ numa consola, se temos ao lado no escaparate uma outra virtualmente igual, com uma performance só ligeiramente menor, por metade do preço e que corre os mesmos jogos competentemente? Justificam-se os 250€ a 470€ de diferença jogar com um grafismo um pouco melhor ou na resolução nativa 4K em vez de 1440p “esticado” ou algo semelhante? Se hoje em dia os jogadores mais ávidos e, portanto, os maiores investidores, são também os mais competitivos, onde a performance é mais importante que o visual, vale a pena investir numa consola que aposta exactamente nesse visual? Soa a contradição. E, pessoal, jogar a 8K é (ainda) uma miragem, se apenas EA Sports F1 24 e Gran Turismo 7 o conseguem. Mas, hey, pelo menos desta vez parece que consegue mesmo… mesmo que prudentemente a caixa já não o indique.
Que jogos é que realmente nos arregalaram o olho? Dos jogos dentro da lista dos 55, os títulos de produção interna, como God of War: Ragnarök, Marvel’s Spider-Man 2 ou Horizon: Forbidden West são dos mais polidos. Mesmo já tendo algum tempo, obviamente as empresas de produção interna tiveram mais contacto com o hardware e foram impulsionadas a puxar ao máximo o que podiam. O que podemos ver nestes jogos é uma optimização excelente para nos entregar algo mais em linha com o que esperamos de um “showcase” da marca. Contudo, estes já eram óptimos jogos da PS5 e talvez não sejam os melhores termos comparativos para ter em conta. É óbvio que os PlayStation Studios não iriam trazer algo pouco optimizado na nova consola. Há que olhar para os outros títulos de terceiros…
Pegando nesse títulos “não-Sony” da lista, não esperamos muita qualidade de Star Wars: Outlaws ou Test Drive Unlimited: Solar Crown, exactamente porque já eram jogos que se debatiam com problemas visuais avulsos. Mas, também não podemos ficar impressionados com títulos bem mais vistosos, como Hogwarts Legacy ou Dying Light 2, que não aparentam ter reais evoluções visuais que possamos atestar, apenas um aumento de consistência nos seus fotogramas, que nestes jogos em particular não é assim tão relevante. Ficámos até profundamente desapontados com o modo de “Qualidade” dos famosos Alan Wake II ou Cyberpunk 2077 que parecem ficar-se apenas nos 30fps a 4K… Ficámos mesmo perplexos que, dos jogos desta lista que pudemos testar, a maioria teve de correr no modo “Performance” para realmente parecerem, pelo menos, mais fluidos, tendo para esse efeito um ligeiro decréscimo na resolução.
Então e jogar outros títulos que não estejam na lista? Não pertencem realmente ao objectivo de marketing desta consola mas foi dito que os demais jogos teriam uma “melhoria teórica”. Contudo, lutámos para encontrar reais alterações palpáveis da qualidade nesses outros jogos. Em muitos casos, notámos uma ligeira melhoria na nitidez, resultante de um melhor upscaling, mas não cremos que os olhos menos analíticos possam detectar esta melhoria. Os modos “Qualidade” em jogos que já os tinham, parecem mais estáveis a nível de performance, não sendo possível, porém atestar quantos fps ao certo estão a debitar (muito por falta de um contador de fotogramas na própria consola). E, enfim, por esta altura já estávamos demasiado focados nas comparações em busca das mais ínfimas melhorias. A não ser que coloquem as consolas lado-a-lado e em televisores iguais, duvidamos que possam descobrir muitas melhorias visíveis nos jogos não listados.
Claro que quem investir na consola (ou a receber oferecida) vai defendê-la com a convicção que é uma evolução, valorizando qualquer coisa que seja ou só pareça melhor. Invariavelmente, porém, os monitores e televisores também terão uma nota a dizer. Não esperem “milagres” de nitidez ou de resolução em televisores 1080p, obviamente. Mesmo em televisores mais modernos 4K (ou mesmo 8K), se não forem da geração mais recente, talvez uma PS5 Pro nunca brilhe realmente. Jogar com 144Hz, HDR ou VRR, por exemplo, exige que essas capacidades existam no monitor/televisor. A própria PS5 normal/slim já tinha capacidades teóricas de reproduzir jogos com essas tecnologias, pelo que a PS5 Pro não vem aqui “reinventar a roda”. Apenas trará maior consistência nos rácios de fotogramas e nas resoluções que, novamente, dependem também dos monitores/televisores.
Então, vale a pena comprar uma PS5 Pro?
A resposta, logicamente, varia entre quem lê. Para quem já tem uma PlayStation 5 em casa, seja uma original ou uma PS5 Slim, talvez seja mais complicado de o justificar. A não ser que queiram o “último grito” da marca que privilegiam, como comprar o mais recente iPhone todos os anos. Há quem aprecie esse tipo de compra mais “premium”, quase sempre impulsiva. Para esses, o preço empolado desta versão não é problema. Contudo, sejam os 800€ do produto base ou os mais de 1000€ com os extras mais relevantes, este é um produto que, não só destoa no que pretende ser, uma consola caseira de videojogos teoricamente acessível, como cria um desnecessário fosso de custos por apenas “um pouco mais”.
É que é mesmo “um pouco mais” que oferece em troca, na realidade. Embora sejam anunciados 45% de aumento de performance geral nos jogos, a realidade é outra. Apenas 55 títulos foram anunciados como sendo realmente melhorados tecnicamente, não havendo assim tantas diferenças de assinalar nos demais. Mesmo esses 55 possuem, na maioria dos casos apenas ligeiras nuances visuais, aumentos de resolução que estão dependentes dos próprios monitores/televisores, tendo ainda uns poucos “boosts” de performance (a nível de fotogramas por segundo). Não há aqui um “novo grafismo” ou algo mais embelezado, não é esse, sequer o objectivo. Por outro lado, esses títulos também não são todos assim muito recentes o que faz perder o interesse em comprar uma consola “de propósito” só para os revisitar.
Resta-nos pensar que a Sony quer imenso entrar no mercado “premium” com os seus produtos e periféricos cada vez mais caros. Como acontece com todas as evoluções de hardware em produtos de entretenimento ou lazer, porém, apela mais à vontade dos consumidores de ter algo na vanguarda da oferta. Não chega sequer a ficar perto de atingir realmente o mercado do PC como se pensava em tempos ser o objectivo. Nota-se que é um claro investimento para empurrar a marca para uma categoria de pseudo-“tecnologia de ponta” ou algo mais “exclusivo”. Infelizmente, essa “exclusividade” fica aquém das reais capacidades do potencial que sabemos existir no hardware informático moderno, muito por causa do conceito tão restrito das consolas. Pelo que realmente dá, portanto, parece pedir demais.
Honestamente, a maior justificação para não comprar uma PS5 Pro, é mesmo porque a PS5 original ou slim ainda está à venda, sendo ainda uma das melhores compras que podem fazer na actualidade para puro entretenimento. Sem dúvida, nem que seja pelos seus óptimos exclusivos de plataforma, a PlayStation é ainda uma líder mundial no que toca às consolas de videojogos, tendo excelentes justificações para apostar numa PlayStation 5. Contudo, se calhar é melhor apontar para as versões mais humildes, mesmo que não joguem sempre a 4K ou a 60FPS em todos os jogos. Até poupam no preço da consola para, por exemplo, comprar uns jogos. Parece um melhor negócio, não?
- MarcaSony
- ModeloPlayStation 5 Pro
- Lançamento2024
- PlataformasPS5
Podia ser melhor mas tem alguns pormenores positivos que podem agradar a muitos jogadores.
Mais sobre a nossa pontuação- GPU é um verdadeiro salto tecnológico
- Alguns (2) jogos podem finalmente cumprir o "sonho" 8K
- Performances consistentemente melhores (fps)
- Mesmo design geral dentro do mesmo conceito
- Preço "premium" destoa do conceito de consola acessível
- PS5 slim por metade do preço é compra mais consciente
- Poucos jogos recentes realmente melhorados para a justificar
- Boosts em jogos fora da lista são marginais
- Falta de leitor Blu-Ray de origem