razer-lancehead

Análise: Razer Lancehead Wireless

Alargando a sua oferta em ratos especializados para gaming, a Razer apresentou mais uma solução wireless. O novo Razer Lancehead Wireless é mais uma aposta nos ratos “sem fios” que poderá não ser do agrado de todos. Contudo, a fabricante quer mudar paradigmas.

É quase uma convenção que os dispositivos sem fios não são tão fidedignos como as soluções ligadas por cabo. É por essa razão que os jogadores mais competitivos optam pelos periféricos com cabo para garantir que não há atrasos nas respostas ou problemas de ligação ou interferências. Contudo, a Razer pretende mudar essa ideia com os seus dispositivos wireless, onde se incluem diversos modelos de ratos. Estamos habituados a que os produtos da Razer estejam no topo da qualidade, no entanto, como está constantemente a produzir novos produtos e em vários segmentos, é necessário que se reinvente, evoluir por caminhos que outros ainda não arriscaram e criar produtos melhores que os anteriores. A mais recente prova disso é este Lancehead, o rato que a marca muito se orgulha. Isto porque, segundo indica a marca, é o primeiro rato sem-fios com um desempenho equivalente aos ratos “cablados”. Será?

Este avanço tecnológico, que a Razer afirma a pés juntos ser o mais avançado do mundo, deve-se à frequência adaptativa de transmissão (AFT). Basicamente, esta tecnologia possui uma protecção que está constantemente a adaptar-se para evitar interferências de outros dispositivos que possam partilhar a mesma frequência. Esta é uma tecnologia desenvolvida pela própria Razer, onde o desempenho tem um resultado sem igual num rato wireless e oferece um funcionamento completamente “transparente” para o utilizador. Pelo menos é essa a promessa.

Esta funcionalidade é útil principalmente quando o jogador em questão é um atleta de eSports, o público-alvo que levou a Razer a desenvolver esta tecnologia. Como já mencionei, o rato tem de ter sempre a melhor de resposta possível, de modo a que não existam quaisquer atrasos de comunicação entre o periférico e o PC. Esta estabilidade e performance é ainda mais crítica quando estamos a falar de competições e campeonatos onde cada milésimo de segundo conta. Essa é a principal razão que leva os jogadores a optar por ratos com cabo, em detrimento dos muitos sistemas wireless. Por outro lado, os ratos sem fios, muitas vezes, possuem formatos maiores ou menos ergonómicos para albergar os seus internos.

Começando exactamente pela estética deste novo rato, podemos reparar logo que este é um dos primeiro produtos da Razer que traz consigo uma das novas cores exteriores. Neste caso em concreto, o rato está decorado com uma cor cinzenta, chamada de “Gun Metal”. Confesso que tinha algum receio de de notarem as dedadas e manchas normais depois do uso. No entanto, fiquei agradado que até nem se notam assim tanto. Os botões principais estão equipados com os já conhecidos switches mecânicos da Razer, desenvolvidos em conjunto com a Omron. Nas suas laterais existe um revestimento de borracha para melhor aderência e, sendo um rato ambidestro, existem mais dois botões extra em cada lateral, que podemos personalizar como bem entendermos.

E o formato, bom, não é aquele “tijolo” que nos recordamos de outros modelos wireless do passado recente. Este modelo vai de encontro ao que a Razer nos tem habituado ao nível de ergonomia. A mão, esquerda ou direita, encaixa-se na perfeição, sobretudo comparando com outros modelos de ratos mais banais. A roda de scroll possui pequenos intervalos no movimento, o que pode obrigar a uma adaptação na sua operação. É ideal para jogos First Person Shooter, quando precisamos de trocar de arma, por exemplo, mas no o uso diário fora dos videojogos, não é muito útil. Contudo, este é um rato desenhado para os videojogos e não tanto para usar o Word, certo?

Na parte inferior encontrarão um sensor laser que muitos analistas insistem ser inferior ao sensor óptico. Curiosamente o modelo Lancehead Tournament Edition, a outra versão deste modelo mas com fios, vem equipada exactamente com um sensor óptico. Não sabemos a razão, mas deduzimos que talvez seja um atestado para esta teoria. No entanto, é preciso testar as coisas antes de termos alguma opinião firmada.

Tem uma resolução máxima de 16.000 DPI e um rastreamento de 210 polegadas-por-segundo (IPS). Ou seja, está bem acima da média. Um laser com estes DPI significa que podemos mover o cursor em maior distância no ecrã, com menos movimento físico do rato, graças à menor área de acção. Nos meus testes com este rato, não encontrei qualquer problema com este sensor. O Lancehead usa o mesmo laser de outro modelos da marca, que já provaram ter boas prestações, com a precisão necessária.

Contudo, é possível que seja mais interessante usá-lo em resoluções acima de 1080p ou até em 4K. Em resoluções mais baixas, tão elevada taxa de precisão torna o rato demasiado sensível, obrigando-me a reduzir a resolução dos DPI para algo à volta de 6000. Nesta marca, as prestações tornam-se mais confortáveis com as resoluções de monitor que considero ideais para o que normalmente jogo ou uso. Graças aos botões de ajuste rápido no topo, esta mudança está ao alcance de um clique.

A configuração é super rápida, basta ligarem o receptor wireless ao vosso USB e em poucos segundos, seja Windows ou MacOS, terão o vosso rato a funcionar. Contudo, para tirar maior partido deste periférico é recomendada a instalação do software proprietário da marca, o famos Razer Synapse. Este software permite configurar muitas funcionalidades neste rato. Desde a aceleração, a sensibilidade do sensor, criar configurações específicas para jogos individuais e até  modificar o tempo de resposta. Sem esquecer claro, as características luzes e efeitos de iluminação da família Chroma.

Já que falamos de programação de funcionalidades, gostarão de saber que uma das novidades deste novo modelo é que possui memória interna para guardar a vossa configuração. Assim, se ligarem o rato noutro PC, terão as vossas opções logo disponíveis sem ser necessário instalarem o software proprietário. Nos demais produtos anteriores da Razer, as opções ficavam guardadas apenas na cloud do Synapse, agregadas à vossa conta no serviço. Caso tenham de mudar de PC, têm de instalar o software em todas as máquinas para ter acesso às configurações. Agora, isso é coisa do passado.

Contudo, visual, capacidades e funcionalidades são interessamtes, mas o mais importante é saber como se comporta em acção. Tendo em conta que testei o rato num ambiente cheio de dispositivos sem fios, incluindo o teclado, o headset e até mesmo com rede de internet wi-fi, não houve nenhum atraso na comunicação. Contudo, estaria a mentir se já tivesse sentido isso com qualquer outro rato sem fios, nunca me aconteceu. Acredito que possam existir interferências quando há mais que um rato de modelo igual, ou que existam mais questões levantadas quando a competição está em risco. Contudo, para o gamer casual ou menos aplicado, julgo que não terei nunca este tipo de questões a afectar a minha jogabilidade. Só mesmo se não tiver cuidado e tiver a bateria fraca.

Já que estamos a falar de autonomia, posso dizer-vos que, num uso normal diário com as luzes Chroma ligadas, durante umas cinco horas seguidas numa utilização mundana, perdi 25% da bateria. Contudo, depois de desligar as luzes e a jogar DOOM durante 45 minutos, onde o uso do rato é mais intensivo, apenas perdi 5% da bateria. O que significa que se optarem por usar as luzes, em média, terão sensivelmente bateria para três dias de uso dentro destes parâmetros. Isto, se não estiverem 24 horas em frente ao computador, claro. Ao desligar as luzes, certamente que chegarão a uma semana de autonomia num uso casual. Notem que também está incluído um cabo USB para que possam ligar o rato a qualquer momento e continuar a usá-lo enquanto carregam a bateria ou… se não quiserem mais recorrer ao wireless. Mas, nesse caso, apontem para o Lanchehead TE.

Veredicto

Apesar do seu preço algo elevado, a rondar os 149,99€, o Razer Lancehead Wireless é um rato sem fios com uma qualidade muito interessante. Apesar das preocupações dos jogadores mais aplicados, o facto de ser wireless não parece produzir qualquer atraso de comunicação. Nos testes que realizámos, concluímos que tem a precisão, a ergonomia e as prestações que estamos habituados da marca. A Razer pretende levar o wireless para os eSports com este novo rato. Se o conseguirá, realmente, só o futuro o dirá. Contudo, como rato para jogar ou para uso diário, supera as expectativas dos utilizadores que procuram qualidade e ergonomia acima da média. E é só isso que se pede de um produto com um preço também acima da média.

  • MarcaRazer
  • ModeloLancehead Wireless
  • Lançamento2017
  • PlataformasMac, PC
?
Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Preço elevado
  • Talvez não chegue para mudar paradigmas

Comentários