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Análise – Razer Huntsman – TE

Na mais recente tecnologia de switches de actuação óptica da marca, ainda não tínhamos testado estes teclados da linha Razer Huntsman. A espera termina hoje, com a nossa análise ao Razer Huntsman – Tournament Edition, um do três modelos disponíveis nesta linha de teclados de sensor óptico, este a pensar na portabilidade.

Se ainda não a conhecem, esta nova tecnologia de sensores permite respostas muito mais rápidas nas teclas, graças a um movimento também mais rápido com actuadores de feixes de luz. A sua arquitectura sem muitas partes móveis, garante uma durabilidade acima da média, com mais de 100 milhões de movimentos anunciados em cada tecla. Como devem calcular, pela sua avançada engenharia e materiais empregues no seu conceito, esta tecnologia é também um pouco mais dispendiosa que os vulgares sistemas híbridos ou mecânicos. Já iremos falar do preço em particular deste modelo Tournament Edition, um teclado mais acessível que os demais modelos Huntsman. Mas, já sabem que estes dispositivos possuem características premium, muito por causa destes avanços técnicos.

Tal como em todos os outros modelos e linhas de teclados da Razer, sempre que virem a designação “Tournament Edition”, já saberão que se trata de um teclado de dimensões reduzidas, sem teclas de multimédia, botões de macros ou o keypad lateral. Mantém o design de teclas suspensas acima da base, num aspecto sóbrio e de construção sólida, que é algo que a Razer não prescinde em nenhum modelo recente de teclados. A ideia é que estes teclados TE são desenhados para torneios, mantendo o essencial (obviamente, as teclas principais) e removendo as excedentes. Contudo, este modelo de entrada nesta linha tem outras cedências importantes a ter em conta no momento da escolha.

Comparado com o Razer Huntsman base ou Razer Huntsman Elite, este não possui a base em alumínio desses outros teclados mais caros. Não é que seja algo importante para alguns, mas sempre oferecia uma nota extra de design, conferindo também um importante reforço do chassis. Recordando a sua orientação para a portabilidade, tendo até um cabo destacável USB-C para facilitar o transporte, seria de pensar nesse reforço. Enfim. Também lamento que não traga consigo a célebre base almofadada destacável dos demais modelos de topo, mas nenhum TE a traz, de qualquer forma. Agora, o que é realmente importante a ter em conta em termos de cedências, são os importantíssimos mecanismos das teclas.

Não contem aqui com os avançados switches opto-mecânicos (sensores roxos) da Razer que equipam o Huntsman ou o Huntsman Elite. Aqui, apesar das teclas ainda serem actuadas através de um sensor óptico, a Razer tem outro modelo de sensores a que chama de Linear Optical (sensores vermelhos). Comparativamente, têm um curso de actuação um pouco maior e perdem o importante feedback mecânico que encontram nos switches roxos. Estes dispositivos também não possuem um estabilizador de posição na base como os opto-mecânicos, mas partilham com eles uma barra central para estabilizar a tecla no seu pressionar. É o suficiente para um pressionar sempre linear, fiquem descansados.

Apesar da sua leveza de operação e rapidez de resposta incontestável, a operação, de certa forma, lembra-nos os vulgares teclados de membrana. Sem o “click” mecânico, perde-se um pouco o feedback necessário para os jogadores mais exigentes. Aqui na redacção temos um Razer Blackwidow com switches mecânicos e a diferença foi francamente significativa. Quem está habituado a teclados mecânicos sentirá a diferença. Podem ser rápidos na resposta, sem dúvida, mas o ponto de actuação é dúbio. Em momentos de jogo com mais velocidade, um mínimo toque acciona a tecla. Estamos mesmo a falar algumas teclas accionadas inadvertidamente, o suficiente para sentir saudades do “click”.

Em termos de programação, já sabem que podem contar com o Razer Synapse 3.0 para escolher entre milhares de combinações de cores e animações das luzes de fundo. Aqui também poderão programar as teclas de Hypershift (efectivamente criando um segundo teclado virtual) e mesmo algumas macros que “encaixem” neste layout tão limitado. Este modelo, como os demais modelos Huntsman, possui uma memória interna até 5 perfis, facilmente activados no próprio teclado e sem recurso a este software (só na gravação e gestão de perfis). Estes ficheiros de programação, já agora, guardam personalização de cores e programação de teclas em conjunto.

Com tantas cedências em comparação com os seus “irmãos ” na mesma linha Huntsman, ficamos com uma ideia que este teclado será algo como uma “gama de entrada” nos cobiçados teclados da Razer, ainda por cima com tecnologia óptica. Mas, como digo no início, estas tecnologias avançadas fazem-se sentir no preço. Mesmo não sendo equipado com os mais avançados sensores opto-mecânicos, mesmo não tendo as dimensões regulares, mesmo que se façam imensas cedências de conceito, o Huntsman Tournament Edition, ainda assim, custa uns valentes 149,99€ (PVP recomendado). O que, quanto a mim, não é um preço ajustado. Seria de esperar um preço mais ajustado às suas características.

Numa última nota importante para o mercado de língua Portuguesa, como devem ter notado, pela primeira vez desde há largos meses, recebemos da Razer um teclado de layout Americano (US). Infelizmente, nem este Tournament Edition nem outro modelo Huntsman está disponível em layout Português. Por qualquer motivo, a tecnologia de teclados ópticos ainda não fala Português e isso pode significar que não o encontrarão facilmente nas lojas. Estamos convictos que esta situação deverá ser abordada em breve pela Razer, até porque já existe layout Espanhol para o modelo base. Por agora, se quiserem mesmo esta tecnologia, terão de fazer a devida cedência… mais uma.

Veredicto

Como modelo de entrada na nova linha de teclados para gaming com tecnologia óptica, o Razer Huntsman – Tournament Edition é a solução mais modesta… mas só em design e características. A modéstia termina num preço algo exagerado para um teclado que não consegue justificar o seu preço apenas pelos seus sensores ópticos. Para investir de forma comedida, valerá mais a pena optar pelos modelos TE de outras linhas mecânicas (Blackwidow, por exemplo) ou então optar pelos switches opto-mecânicos do Razer Hunstman base ou do Razer Huntsman Elite. Dizer que “a qualidade tem um preço”, neste caso, não é um eufemismo.

  • MarcaRazer
  • ModeloHuntsman - TE
  • Lançamento2019
  • Plataformas
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Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Falta o tão importante "click"
  • Design menos robusto
  • Preço

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